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Inédito de Machado de Assis é encontrado com assinatura nunca vista antes

Pesquisa de Fernando Borsato achou texto que seria o primeiro de livro nunca publicado do autor de 'Brás Cubas'

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Um texto inédito de Machado de Assis foi encontrado pelo pesquisador Fernando Borsato, que cursa doutorado em literatura brasileira na Universidade de São Paulo sob orientação de Hélio de Seixas Guimarães, um dos maiores estudiosos do escritor no país.

O texto de outubro de 1858, quando Machado tinha 19 anos, foi publicado no jornal Correio da Tarde e seria o primeiro de um projeto de livro nunca lançado pelo autor, chamado "A Lanterna de Diógenes".

texto em colunas de jornal
Reprodução de trechos de texto inédito de Machado de Assis publicado no jornal Correio da Tarde em 1858 e achado por Fernando Borsato - Reprodução

​Com título "Physiologia do Folhetinista", o trabalho fica num misto de crônica e perfil frequente na época, segundo o pesquisador. O texto completo pode ser lido num artigo científico publicado por Borsato.

Outra característica do achado salta aos olhos como novidade. Machado assina o texto apenas com um ponto de interrogação, um tipo de assinatura também inédita na obra do escritor, que transitou entre variados gêneros e pseudônimos.

A pesquisa de Borsato, desde seu mestrado, se volta a identificar todas as assinaturas usadas por Machado de Assis ao escrever, desde as mais óbvias, como o acrônimo "J. M. M. A.", às mais misteriosas, como "o autor" ou "um desconhecido", até marcas como "X".

Se numa compilação de 1965 se conheciam 25 assinaturas na obra do escritor, o estudo de Borsato já identificou 87, incluindo o novo "?". "Usar símbolo como assinatura não é algo estranho ao jornal no século 19", aponta ele. "Quanto mais consagrado é um autor, se torna mais fácil encontrar indícios de sua autoria em outros textos. E hoje há ainda mais intenção da crítica em localizar textos de Machado."

duas mulheres negras de vestido branco no meio do cerrado
A capa da reedição de ‘Estela sem Deus’, de Jeferson Tenório, foi feita pelo mesmo artista plástico que ilustrou ‘O Avesso da Pele’ para a Companhia das Letras, o brasiliense Antonio Obá - Antonio Obá/Divulgação

IDENTIDADE A escritora Verenilde Pereira, cujo esquecido pioneirismo na literatura que entrelaça ancestralidade negra e indígena no Brasil foi destacado em um ensaio recente na Ilustríssima, recebeu convites para publicar em quatro editoras depois da circulação do texto, em maio. Este mês, ela fechou contrato para relançar seu romance "Um Rio sem Fim" pela Alfaguara.

O POVO QUE PRODUZ O SHOW O elogiado "Escute as Feras", publicado pela antropóloga Nastassja Martin na 34, vai ganhar uma adaptação para os palcos por aqui. A produção deve ser um monólogo protagonizado por Maria Manoella com direção de Mika Lins.

NÃO TEVE AMOR MAIOR Os 70 anos de nascimento de bell hooks, escritora feminista morta em dezembro, serão celebrados num seminário em 19 e 20 de setembro no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc, com curadoria da editora Elefante, que lança quatro livros da autora na ocasião. Entre os intelectuais confirmados nas mesas estão Rosane Borges, Alex Ratts e Mariléa de Almeida.

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