Descrição de chapéu Copa Libertadores

Com final única, Libertadores almeja seguir passos da Champions

Conmebol faz 1º teste de novo modelo após casos de violência nos últimos anos

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Lima

A mudança do sistema de final da Libertadores para partida única não é um desejo novo dos dirigentes da Conmebol. Desde a saída do comando do paraguaio Nicolás Leoz, em 2013, há conversas sobre o não declarado desejo de aproximar a competição sul-americana da Champions League.

Não foi possível iniciar essa tentativa antes porque a entidade passou quatro anos vivendo um escândalo de corrupção atrás do outro. Até que o paraguaio Alejandro Domínguez, que assumiu o cargo em janeiro de 2017, resolveu pôr o plano em prática.

“Não se trata de copiar a Uefa [federação europeia]. É uma necessidade a final em jogo único para que os clubes ganhem mais e a organização seja melhor”, ele disse à Folha no ano passado.

Estádio Monumental, em Lima, receberá a primeira final única da história da Libertadores
Estádio Monumental, em Lima, receberá a primeira final única da história da Libertadores - Henry Romero/Reuters

O argumento é que, depois de dois anos seguidos de problemas de organização e atos de violência em competições do continente, a realização do jogo único, com preparação antecipada e poucas entidades responsáveis pela logística (como é a Champions League), diminuiria os problemas.

Em 2017, houve invasão, brigas e roubos no Maracanã antes da final da Copa Sul-Americana entre Flamengo e Independiente (ARG).

A decisão da Libertadores de 2018 acabou transferida para Madri porque o ônibus do Boca Juniors foi apedrejado ao se aproximar do estádio Monumental de Nuñez, em Buenos Aires, que receberia o segundo jogo da final.

Com a mudança de sede de Santiago para Lima, após a capital chilena tornar-se um palco inviável por causa das manifestações que tomaram as ruas do país, as autoridades peruanas tiveram duas semanas para preparar a logística do evento.

Houve um aumento de exposição da competição na mídia internacional. A Conmebol comemora, por exemplo, a inédita transmissão ao vivo da final pela BBC britânica. Parceria com a empresa Sport 24 vai possibilitar também que a partida seja vista em voos e cruzeiros que tenham a tecnologia.

“Parece-nos também um sistema mais justo. Temos dados que, em 70% das finais, o time com o mando de campo no segundo jogo é campeão. É a melhor experiência para o torcedor e gera investimentos”, disse Domínguez na quinta-feira (21) à Fox Deportes do Peru.

A premiação deste ano também será recorde, afirma a Conmebol, embora não se compare à da Champions League. O campeão receberá US$ 12 milhões (cerca de R$ 50 milhões) e ficará com 25% da renda da decisão. No acumulado em todo torneio, Flamengo ou River Plate (ARG) terão recebido US$ 20 milhões (R$ 84 milhões).

Por ser o atual campeão da principal competição europeia, o Liverpool recebeu da Uefa, sem contar os direitos de televisão, o equivalente a R$ 226 milhões em valores atuais.

O objetivo maior da Conmebol é diminuir essa diferença. "Bom futebol gera receitas", afirma Domínguez.

Em uma estratégia de marketing, a Conmebol divulgou que mais da metade da população do planeta poderá assistir ao jogo entre Flamengo e River Plate (ARG) neste sábado (23).

A entidade diz que 182 países terão a transmissão do evento e que a audiência global tem potencial para atingir 5 bilhões de pessoas. Estima-se a população do planeta em 7,53 bilhões de habitantes.

Questionada pela Folha a respeito do dado, a assessoria de imprensa da organizadora da Libertadores afirmou que o potencial de audiência não significa que esse número de espectadores seja garantido.

Se fosse, seria superior ao de toda a Copa do Mundo da Rússia, no ano passado. De acordo com a Fifa, 3,52 bilhões de pessoas viram as partidas pela TV, no evento mais assistido na história da televisão mundial neste século.

A final da Champions League de 2019, entre os ingleses Liverpool e Tottenham, foi acompanhada por cerca de 400 milhões de pessoas ao redor do mundo.

A decisão da Libertadores do ano passado, entre Boca Juniors (ARG) e River Plate, em Madri, foi vista por uma audiência global de 350 milhões de pessoas, aumento de 500% em relação a 2017, quando 60 milhões assistiram ao título do Grêmio sobre o Lanús (ARG).

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