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Não ria: São Paulo é a cidade do futuro

Pelo menos 100 mil empregos ligados à internet vão ser criados, no Brasil, durante os próximos seis meses _ o dobro do que, até aqui, já foi gerado pela rede mundial de computadores no país.

No próximo ano, mais 200 mil empregos também seriam produzidos nos mais variados ramos da internet, segundo projeção da Associação de Mídia Interativa (AMI).

"Essa projeção é cautelosa, conservadora até. A verdade é que já se disputa mão-de-obra qualificada, e muitos salários sobem aos céus", afirma o presidente da AMI, Antônio Rosa.

Por conta dessa disputa, sites já se dispuseram a pagar salários de até R$ 45 mil mensais a jornalistas, tirados da imprensa escrita.

Alunos de comunicação recém-formados encontram chances de colocação do mercado, com remuneração inimaginável até pouco tempo para profissionais sem experiência.

O grande beneficiário dessa onda de empregos em torno da rede mundial de computadores é a cidade de São Paulo. Dos 300 mil novos empregos até o final do próximo ano, segundo estimativa da AMI, pelo menos 60 mil seriam para trabalhar na cidade.

O valor médio de cada vaga é R$ 1,5 mil, basicamente para trabalhadores com diploma de ensino médio ou superior.

Essas tendências estimulam a aposta, hoje em baixa total, de que São Paulo tem condições de criar zonas de progresso acelerado, ao se consolidar como a capital da internet _ e, assim, dar uma virada.

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Quando exponho minha visão sobre São Paulo, frequentemente leitores me apontam como ingênuo, desinformado ou mesmo alucinado.

Aposto mesmo numa nova onda em São Paulo, processo de revigoramento semelhante ao ocorrido com Nova York _os empregos da internet são um potente sinal que sustentam, ao atrair capital combinado com sofisticados recursos humanos.

É uma extraordinária massa de inteligência e criatividade (além de dinheiro, claro) movendo projetos como UOL, Terra, IG, Starmedia, AOL, entre outros, aplicando o que há de mais avançando em tecnologia de informação.

Abatida pela perda de empregos industrias, a cidade vai, aos poucos, solidificando sua vocação aos serviços.

O melhor sinal para as chances de virada de São Paulo estava embutido no censo universitário, divulgado semana passada, mostrando o aumento das matrículas do ensino superior.

No geral, as matrículas cresceram 8,4% de 98 para 99. Tradução: um batalhão de mais 251 mil vagas. Saltamos, agora, para 2,1 milhões de universitários.

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Desses 2,1 milhões, quase 300 mil estão na cidade de São Paulo _ 20 mil a mais do que no ano anterior.

Essa tendência só ocorre, obviamente, porque se acelera o fluxo no ensino médio, o ex-colegial. São hoje 600 mil alunos; 30 mil a mais do que em 1998.

Em apenas um ano, são mais 50 mil habitantes da cidade com uma escolaridade mais elevada.

Se voltarmos no tempo vemos que a evolução é contínua há muito tempo. Os dados disponíveis são sobre a região metropolitana, mas dão uma boa idéia sobre o que acontece no município.

Em 1972, apenas 6% dos trabalhadores tinham diploma de ensino superior; hoje são 16%.

Naquele ano, 7% tinham segundo grau. Pulou para 26%.

Essa tendência tem, nos últimos anos, se acelerado ainda mais devido à demanda do mercado do trabalho _ e o bom exemplo é a internet.

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As chances de rejuvenescimento de São Paulo residem no fato, comprovado em números, de que o crescimento da população parou, a renda aumenta ( lentamente, mas aumenta) e, em especial, sobe a qualificação educacional e profissional de seus habitantes.

Geram-se, assim, mais consumidores de cultura e conhecimento, enriquecendo uma comunidade . Na prática, significam mais teatros, exposições, concertos, palestras, seminários, cafés e escolas.

E, óbvio dos óbvios, massa crítica para cobrar melhor atuação do poder público.

Falar mal de São Paulo é fácil, facílimo até, tamanha a violência, trânsito, poluição, enfim, o caos urbano. O que é explorado pelos candidatos que, como de costume, prometem fazer milagres.

Mas se São Paulo mudar será mais pela vitalidade e criatividade de seus talentos e da vocação ao serviço, do que as da prefeitura e câmara.

A força do talento paulistano é o que faz, por exemplo, monumentos à inteligência como a Mostra do Descobrimento, em exibição no Ibirapuera. Não consigo ver nenhum símbolo melhor da fertilidade humana de uma comunidade do que essa exposição.

Falar bem de São Paulo não é fácil, exige a percepção de tendências e sutilezas _ e, sem bairrismo, exige uma dose de fé, reconheço, mas também de inteligência para olhar acima do pessimismo crônico e desinformado.

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PS - Por falar em emprego e internet. É lançado hoje um banco de empregos na internet destinado aos portadores de deficiência física que, graças às novas tecnologias, ganharam novas habilidades e condições de competir em igualdade de condições.

Conheça o Banco de Eficientes no site do Aprendiz

 

 
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