Empresário
deve adaptar-se ao voluntariado
Miguel Vieliczko
Equipe GD
O maior problema
na implantação de programas de voluntariado empresarial
é conciliar as diferentes culturas, linguagens, ritmos e
expectativas de executivos e líderes comunitários.
Esse foi o principal ponto abordado por Márcia Costa, da
Federação da Entidades Assistenciais de Campinas (Feac),
Anamaria Shindler, da Ashoka, e José Pedro Lins, diretor
presidente do Instituto C&A de Desenvolvimento Social, na Conferência
Nacional 2.000 - Empresas e Responsabilidade Social.
De acordo com
Anamaria Shindler, o foco do voluntariado empresarial hoje está
na transferência de conhecimentos e tecnologia, e não
em realizar tarefas como trabalhar numa creche ou criar uma planilha
de contabilidade para uma instituição.
Ou seja, o executivo
deve ensinar às entidades o que ele sabe fazer, como criar
um sistema de captação de recursos, uma rede de comunicação
e contatos, ou um planejamento estratégico.
"Além
de ajudar a sociedade, ele pode melhorar profissionalmente, aplicando
seus conhecimentos em um contexto e para um público totalmente
diferente", disse.
O problema é
que, segundo Márcia Costa, os executivos têm medo de
não encontrar na área social o mesmo sucesso que têm
na empresa.
Segundo ela,
isso se deve ao ritmo e às expectativas do profissional.
"As instituições e as empresas têm culturas
muito diferentes", disse. "O executivo quer ver no trabalho
social resultados tão rápidos quanto na empresa, onde
há recursos e infra-estrutura", explica.
Para resolver
esse problema, a Feac criou um modelo de voluntariado. Nele, executivos
e líderes comunitários, antes de entrar em contato,
passam por um curso de capacitação, em que aprendem
as características do voluntariado e das atividades de seu
parceiro.
"Os líderes
comunitários aprendem, por exemplo, sobre recursos humanos
ou planejamento estratégico", explica Márcia
Costa. "Já os executivos, além de aprender sobre
a instituição, recebem metas concretas", completa.
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