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Dia 16.01.02

Metro mais caro do mundo é aqui

Num dos maiores escândalos imobiliários de São Paulo, o governador Geraldo Alckmin pode ser forçado pela Justiça a desembolsar R$ 2 bilhões pela área do parque Villa-Lobos - a decisão sobre o valor depende ainda de checagem contábil a ser feita pelo Tribunal de Justiça. Peritos asseguram que o terreno valeria 10% disso, quando foi desapropriado, em 1989 - desde então se avolumaram dívidas e multas. "É um absurdo", reconhece o governador.

Mas o próprio governo estadual é beneficiário desse efeito perverso de dívidas em áreas desapropriadas. Ganhou, na Justiça, o direito de receber da Prefeitura de São Paulo uma indenização de R$ 60 milhões por 300 metros quadrados na avenida Paulista - o que faz dali o metro quadrado mais caro do mundo.

Em 1973, a Emurb (Empresa Municipal de Urbanização) realizou o alargamento da avenida Paulista, incorporando os 300 metros quadrados da Cesp (Companhia de Eletricidade de São Paulo), próximo à rua Augusta. Em 1990, a Cesp entrou na Justiça para ganhar uma indenização e venceu.

O juiz determinou o leilão dos bens da Emurb, entre os quais os seis andares no Edifício Martinelli, onde está sua sede. A batalha agora é evitar o leilão. "Será que vou ter de disputar espaço entre os camelôs para despachar?", ironiza Maurício Farias, presidente da Emurb.

Criou-se a situação - entre exótica e inusitada - de que a empresa municipal encarregada de planejar e organizar a cidade não sabe nem sequer onde vai ficar, caso perca a ação. "É injusto", reclama Farias, lembrando que o banco Itaú tentou vender um imóvel na av. Paulista, avaliado em R$ 5.000 o metro quadrado; o terreno da Cesp sai por R$ 177 mil o metro quadrado.

Se, porém, a prefeitura é vítima no caso da avenida Paulista, faz o papel de algoz no caso Villa-Lobos. Sentindo-se prejudicada na desapropriação daquele terreno -existia o plano de fazer um loteamento -, a prefeitura entrou com ação contra o governo estadual. Venceu e agora tem direito a R$ 450 milhões dos R$ 2 bilhões a serem desembolsados por Alckmin.

Na guerra dos metros quadrados mais caros - que fariam inveja ao Central Park, de Nova York -, Farias propõe um acerto: o governador esqueceria a dívida da Cesp, empresa à espera da privatização, e a prefeitura se disporia a reduzir a cobrança da indenização do parque.

 

 
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