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  4 de julho
  Minha doce secretária
   
   

Faz de conta que aconteceu comigo. Mas a história, embora pareça exagerada, é real em sua graduação dramática. Deu-se que estava fora, no exterior, e telefonei para casa a fim de saber como iam as coisas. Dorinha, minha doce secretária, atendeu-me como sempre, com gentileza e economia de palavras. Ela sabe que telefone internacional custa caro. E me defende com unhas e dentes de despesas que podem ser evitadas.
- Tudo bem, Dorinha?
- Tudo!
- Nenhuma novidade?
- Nenhuma.
- Posso ficar tranquilo?
- Pode.
- Então, chama a Joana, preciso dar um recado, ela me pediu um remédio para a pressão alta...
Joana é a minha cozinheira.
- Ela não pode atender.
- Por que?
- Porque ela ontem se suicidou...
- Suicidou-se? Mas quê que houve com ela?
- A casa pegou fogo, ela ficou presa no quarto, preferiu se atirar no pátio a morrer queimada...
- Mas como? A casa pegou fogo?
- Pegou.
- Mas como foi isso?
- O ladrão que matou Dona Marta jogou um cigarro aceso na lata de lixo e aí o fogo pegou na casa toda...
- O que? Um ladrão matou minha mulher?
- Matou.
-Quer dizer, minha cozinheira se suicidou, minha casa pegou fogo e mataram minha mulher... e tudo vai bem?
- Vai sim senhor. Fora disso, tudo está bem, não há novidade.


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