Os
eleitores da cidade de São Paulo deram uma lição
nos políticos envolvidos na falta de rigor com os recursos
públicos, impedindo a reeleição da imensa
maioria de vereadores que impediram a investigação
de suspeitas de falcatruas.
As
urnas ajudaram a abater a visão cínica de
que todos os políticos são iguais, protegidos
pela crônica impunidade, o que serve para justificar
o "rouba, mas faz".
Quase
todos os vereadores expostos à opinião pública
por estarem metidos em bandalheiras ou prestando-se como
escudos contra as investigações tiveram a
cabeças cortadas pelos eleitores, numa monumental
limpeza.
O
símbolo dessa tendência é Brasil Vita,
que já venceu 10 eleições para vereador,
num recorde nacional; está há 40 anos na Câmara
Municipal. Ele esteve à frente da defesa do prefeito
Celso Pitta, de olho nos seus protetorados municipais.
Pode-se
argumentar que Paulo Maluf, padrinho de Celso Pitta, desmontaria
essa visão _ afinal, ambos acabaram alvo das denúncias.
Maluf, porém, foi ao segundo turno raspando, com
uma alta de rejeição, exibindo perdas no seu
número de eleitores.
Apesar
de negar publicamente, dirigentes do PT torciam para que
Maluf fosse ao segundo turno, apostando que seria mais fácil
abatê-lo do que a Geraldo Alckmin, do PSDB, ou mesmo
a Luiza Erundina, capazes de atrair eleitores conservadores
e da chamada centro-esquerda.
A
lição é simples e tem a ver com a pedagogia
democrática: com o livre acesso á informação
e a própria prática do voto, o eleitor vai
aprendendo a fiscalizar e punir seus representantes.
Leia
colunas anteriores
26/09/2000 - Por
que a eleição de São Paulo é uma boa notícia
19/09/2000 - Quem
suja a cidade não merece o voto
12/09/2000
- É óbvio que Marta torce por
Maluf
05/09/2000 - Devemos
comemorar a independência?
29/08/2000 - Os
alunos de administração estão despreparados