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Gilberto Dimenstein
gdimen@uol.com.br
  10 de outubro
  Discussão do caráter é, na maioria das vezes, perda de tempo
 
O bom desempenho eleitoral do PT está ancorado, em larga medida, na sua imagem de paladino da moralidade _ favorecida , especialmente em São Paulo, porque as mazelas se transformaram numa das marcas da gestão Pitta.

Alimentar as denúncias contra Pitta tem o vantajoso efeito colateral, para o PT, de atingir seu ex-padrinho, Paulo Maluf.

A disputa entra, assim, no campo não das propostas, mas do caráter, enredando o imaginário do leitor da briga do bem contra o mal. Maluf também reage nessa mesma esfera e ataca Marta por defender temas ( homossexualismo) que, em sua visão, maculariam moralmente _ há, de fato, ouvidos para essa pregação.

É uma tentação de qualquer eleição: desqualificar o candidato, apontá-lo como moralmente frágil.

Friamente falando, é apenas um show. Combate à corrupção não é programa de governo, é apenas condição elementar de um administrador. Vende-se honestidade como se fosse uma suprema qualidade, um monumental esforço.

Assim como, na maioria das vezes, pouco deveria importar a vida privada do candidato, na avaliação de sua competência pública. Qualquer ser humano tropeçou em algum momento. Não é por isso que estará inabilitado a ser um administrador eficiente.

Esse, porém, é um discurso racional, uma ilusão, supondo um eleitor que não se envolvesse no show de marketing e na atração das vidas íntimas dos candidatos.

É mais emocionante, convenhamos, mas menos produtivo. Joga mais o debate nas personalidade é menos no programa de governo, nas soluções à cidade.

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