NOSSOS
COLUNISTAS

Amir Labaki
André Singer
Carlos Heitor Cony
Carlos Sarli
Cida Santos
Clóvis Rossi
Eduardo Ohata
Eleonora de Lucena
Elvira Lobato
Gilberto Dimenstein
Gustavo Ioschpe
Helio Schwartsman
José Henrique Mariante
Josias de Souza
Kennedy Alencar
Lúcio Ribeiro
Luiz Caversan
Magaly Prado
Marcelo Coelho
Marcelo Leite
Marcia Fukelmann
Marcio Aith
Melchiades Filho
Nelson de Sá
Régis Andaku
Rodrigo Bueno
Vaguinaldo Marinheiro

Elvira Lobato
elobato@uol.com.br
  30 de setembro
  Invasão guerrilheira na Amazônia: realidade ou fantasia?
  Surgem notícias de que guerrilheiros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) estariam invadindo a fronteira brasileira e recrutando pessoal na região conhecida como Cabeça do Cachorro. Fantasia ou realidade?

Há muitas informações neste sentido circulando na região. O último a admitir tal hipótese _com a ressalva de que não há nada confirmado, até agora_ foi o diretor-geral da Polícia Federal, Agílio Monteiro Filho, no lançamento da Operação Cobra, da Polícia Federal, para intensificação do policiamento da fronteira.

Protegida pela selva densa, quase inabitada, a fronteira é suscetível a todo tipo de invasão: guerrilha, narcotráfico e de seitas religiosas fanáticas que encontram receptividade entre índios, caboclos e as populações pobres das cidades.

O bispo do Alto Solimões, Alcimar Magalhães, diz que tem recebido informações das paróquias distantes relativas à crescente entrada de colombianos no país. As notícias passam de boca-em-boca, levadas por índios e ribeirinhos, diz ele.

Segundo o bispo, não existe nenhuma rádio ou jornal local em toda a região. As rádios comunitárias que existiam foram todas lacradas pela Polícia Federal no ano passado, por ordem do governo.

Assim, é preciso relativisar as informações sobre as incursões de guerrilheiros em território nacional. Pode ser que os invasores sejam simples trabalhadores rurais, assustados com a perspectiva de um conflito sangrento em seu país quando for deflagrado o Plano Colômbia no início do ano que vem.

Boatos ou não, os informes sobre invasão colombiana assustaram o governo. Perguntado se há risco de uma imigração clandestina em massa, o diretor-geral da PF respondeu: ‘’tanto existe que estamos aqui’’.

Vez por outro descobre-se alguma ameaça na fronteira. A última foi a identificação de uma seita fanática -Associação Evangélica da Missão Israelita do Novo Pacto Universal_ comandada pelo peruano Ezequiel Jonas Ataucusi, que montou suas bases na margem peruana do rio Javari.

A seita formou uma comunidade de cerca de mil 5 pessoas no Javari e, recentemente, fincou raízes em Tabatinga, onde já tem uma igreja com 60 fieis.

Esta seita passou a assustar o governo depois que a polícia combiana apreendeu escopeta, revólveres, pistolas, munição e rádios transmissores em um bote onde viava o líder Ezequiel, acompanhado de uma dúzia de seguidores. Desde então, suspeita-se de que a seita esteja vendendo armas para a guerrilha colombiana.

Como se vê, as coisas demoram muito a serem descobertas na Amazônia e as notícias sobre a invasão guerrilheira podem não ser ficção.

Leia colunas anteriores
23/09/2000 -
Sorry, periferia
16/09/2000 - A Telemar na berlinda
09/09/2000 -
Um executivo em apuros
02/09/2000 -
Sócios em guerra
26/08/2000 -
Colômbia: novo Vietnã?

| Subir |

Biografia
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A - Todos os direitos reservados.