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  7 de outubro
  Teleproblema
  O telessexo virou uma fonte de dor-de-cabeça para a Embratel. A empresa admite que enfrenta cerca de mil ações judiciais de usuários contestando a cobrança do serviço em suas contas telefônicas.

Poucas pessoas sabem que as ligações para este tipo de serviço são internacionais e levam um susto quando recebem as contas astronômicas com chamadas países como a Moldova, Guam e São Tomé e Príncipe.

O telessexo é uma dor-de-cabeça para as companhias telefônicas em todo o mundo. Vários governos chegaram a proibir o serviço em seus países, mas a medida mostra-se absolutamente inócua, pois trata-se de uma indústria sem fronteiras, que movimenta bilhões de dólares em todo o mundo.

O serviço é explorado por organizações internacionais muito ágeis. Ganham dinheiro fazendo acordos com telefônicas de países pobres e pequenos e com baixo tráfego de ligações internacionais. Elas garantem o aumento do tráfego e, em troca, recebem 20% da receita das ligações.

Quando o usuário disca o número _estimulado pelos anúncios de mulheres nuas nos classificados de jornal e na TV_, a ligação é recebida por um computador na Moldova (ou outro país distante escolhido pelo operador) que redireciona a chamada para as atendentes que ficam em um terceiro país.

O telessexo virou um problema mundial porque os usuários, na sua grande maioria, são adolescentes ou não têm recursos financeiros para arcar com as ligações.

A Embratel chegou a bloquear as comunicações para alguns países, numa tentativa desastrada de tentar acabar com o telessexo. Teve de voltar atrás porque acabava impedindo todas as chamadas para aqueles países e não apenas as destinadas ao serviço erótico.

O fato é que a empresa tem muito pouco a fazer, neste caso. Sem muitas alternativas, a Embratel decidiu publicar, ao lado dos anúncios do serviço erótico, um quadro informando aos usuários que ela não tem responsabilidade sobre o serviço e que serão cobradas as tarifas internacionais.

A empresa não pode bloquear as ligações, como chegou a fazer, porque estará ferindo o direito dos clientes de utilizarem o serviço.

No passado, o telessexo era explorado por empresas brasileiras que se utilizavam do sistema 0900. As ligações chegavam a custar R$ 5,00 o minuto e eram cobradas na conta telefônica.

Houve tanta reclamação, que as empresas telefônicas (na época, ainda estatais) acabaram proibindo o serviço. Como se vê, a medida serviu apenas para desempregar as atendentes no Brasil, pois o espaço foi ocupado por empresas do exterior. Não há soluções fáceis no campo das telecomunicações.

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