O
telessexo virou uma fonte de dor-de-cabeça para a Embratel.
A empresa admite que enfrenta cerca de mil ações judiciais
de usuários contestando a cobrança do serviço
em suas contas telefônicas.
Poucas
pessoas sabem que as ligações para este tipo de serviço
são internacionais e levam um susto quando recebem as contas
astronômicas com chamadas países como a Moldova, Guam
e São Tomé e Príncipe.
O telessexo
é uma dor-de-cabeça para as companhias telefônicas
em todo o mundo. Vários governos chegaram a proibir o serviço
em seus países, mas a medida mostra-se absolutamente inócua,
pois trata-se de uma indústria sem fronteiras, que movimenta
bilhões de dólares em todo o mundo.
O serviço
é explorado por organizações internacionais
muito ágeis. Ganham dinheiro fazendo acordos com telefônicas
de países pobres e pequenos e com baixo tráfego de
ligações internacionais. Elas garantem o aumento do
tráfego e, em troca, recebem 20% da receita das ligações.
Quando
o usuário disca o número _estimulado pelos anúncios
de mulheres nuas nos classificados de jornal e na TV_, a ligação
é recebida por um computador na Moldova (ou outro país
distante escolhido pelo operador) que redireciona a chamada para
as atendentes que ficam em um terceiro país.
O telessexo
virou um problema mundial porque os usuários, na sua grande
maioria, são adolescentes ou não têm recursos
financeiros para arcar com as ligações.
A Embratel
chegou a bloquear as comunicações para alguns países,
numa tentativa desastrada de tentar acabar com o telessexo. Teve
de voltar atrás porque acabava impedindo todas as chamadas
para aqueles países e não apenas as destinadas ao
serviço erótico.
O fato
é que a empresa tem muito pouco a fazer, neste caso. Sem
muitas alternativas, a Embratel decidiu publicar, ao lado dos anúncios
do serviço erótico, um quadro informando aos usuários
que ela não tem responsabilidade sobre o serviço e
que serão cobradas as tarifas internacionais.
A empresa
não pode bloquear as ligações, como chegou
a fazer, porque estará ferindo o direito dos clientes de
utilizarem o serviço.
No
passado, o telessexo era explorado por empresas brasileiras que
se utilizavam do sistema 0900. As ligações chegavam
a custar R$ 5,00 o minuto e eram cobradas na conta telefônica.
Houve
tanta reclamação, que as empresas telefônicas
(na época, ainda estatais) acabaram proibindo o serviço.
Como se vê, a medida serviu apenas para desempregar as atendentes
no Brasil, pois o espaço foi ocupado por empresas do exterior.
Não há soluções fáceis no campo
das telecomunicações.
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