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Eleonora de Lucena
eleonora@uol.com.br
  29 de junho
  Na contramão, Covas parece querer incentivar a violência
 
   
  Começam a pipocar, de novo, tentativas para organizar um movimento contra a violência nas capitais brasileiras. São iniciativas saudáveis, que até agora, não conseguiram se firmar. Houve um primeiro ensaio em 95, quando uma onda de sequestros atingiu a classe média do Rio de Janeiro. Um grupo criou o "Reage, Rio".
Depois, em 97, as imagens da ação desastrada da polícia na favela Naval, em São Paulo, reativaram as manifestações. Agora, o caso do ônibus do Rio de Janeiro reativou a idéia de participação dos cidadãos contra a violência.
Não se sabe se a idéia de uma ação da sociedade em torno desse tema vai mobilizar as pessoas, cada vez mais ocupadas em cuidar de sua vidinha individual. Mas é certo que qualquer movimento precisará encontrar ressonância nos governos.
Nesse quadro, não dá para entender as últimas atitudes do governador de São Paulo, Mário Covas. Ele encaminhou à Assembléia Legislativa um projeto de lei reduzindo o Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) para as armas de fogo. Isso num momento em que se discute a proibição de venda delas.
Covas alega que a alíquota de ICMS para o setor é alta e que sua proposta é técnica. Tem o objetivo de ampliar a arrecadação do Estado. Mas o mínimo que se pode dizer é que ela veio em má hora.
Como não entender que o alívio no imposto sobre as armas não facilitará o comércio? É claro que a questão da violência não pode ser reduzida ao porte de armas e ao dinheiro para as polícias _como quis fazer o governo federal. Mas incentivar a área já é demais.
Estava certo o governador quando constatou que a redução da violência está ligada à diminuição do desemprego. Se ele insistisse mais nessa tecla, provavelmente acertaria mais no alvo. Social.


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