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13 de julho |
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Documento mostra que FHC
atuou no "descalabro" do TRT
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Um dia depois de o presidente ter divulgado nota afirmando que nada tinha a ver com o "descalabro" da obra superfaturada do TRT de São Paulo, surge um documento, assinado pelo próprio presidente, pedindo ao Congresso liberação de verba para a construção.
Explicação do Planalto: não cabe ao presidente da República ler o que assina; a responsabilidade é do ministro que leva ao gabinete a pasta de despachos.
Como é que é? É assim que funciona? O presidente não lê o que assina e despeja a culpa em seus auxiliares?
É inacreditável a vocação do mais alto escalão da República para desconversar e buscar subterfúgios na tentativa de escapar de acusações pesadas. Nunca é com eles. Eles nunca souberaram de nada.
Foi assim no caso da compra de votos na votação da reeleição presidencial. Foi assim na venda de dólares a preços camaradas para o Banco Marka. Foi assim no grampo das privatizações.
O "descalabro" do megaescândalo do TRT já provocou a cassação do senador Luiz Estevão e a caçada ao foragido juiz Nicolau dos Santos Neto. Agora envolve a primeira-figura da República.
Ex-braço direito de Fernando Henrique Cardoso, Eduardo Jorge resolveu defender o aliado Luiz Estevão e a relação do Planalto com o juiz Nicolau. Acabou abrindo uma caixa cheia de ligações duvidosas e perigosas. (Ainda não se sabe o que de fato motivou a investida do ex-secretário-geral da Presidência.)
A cada dia surgem novas histórias estranhas. Lobby de empresas, enriquecimento rápido, dinheiro que some, pressões políticas. Episódios que podem levar um observador crítico a imaginar um lucrativo balcão de negócios encravado no coração da República.
Pode ser exagero. Pode ser apenas um "descalabro" informativo, conversa truncada. Mas é preciso que todas as peças desse mosaico sejam bem explicadas. Aliás, é isso que o próprio presidente pede em sua nota oficial, propondo punições exemplares aos responsáveis no caso.
Detalhe. Só dois ministros poderiam ter feito o tal despacho com FHC que originou o pedido de verbas: Clóvis Carvalho e... Eduardo Jorge, o "vilão" do momento.
Até onde vai o "descalabro" vamos descobrir nos próximos capítulos. Mas, até aqui, a novela não vai bem para o Planalto. O que pode piorar, ainda mais, os seus baixos índices de "audiência".
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