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Nelson de Sá
nelsonsa@uol.com.br
  20 de setembro
  Indymedia
 
Um jovem estudante brasileiro viajou a Praga e me escreve contando como vão as coisas, na preparação para as manifestações do dia 26 contra a reunião do FMI e do Banco Mundial.

Eu gostaria de reproduzir seus e-mails, mas ele pede que não e argumenta: "Eu tenho uma certa liberdade que, se virar mídia mainstream, eu perco na hora. E também porque eu realmente não quero passar informação dessa forma".

Tem dias em que não é fácil ser "mainstream", mas ele tem lá seus motivos. O fato é que manifestações como as de Praga vêm gerando uma cobertura _até um jornalismo_ diferente do que se conhece.

O estudante vinha exatamente de uma reunião para montar o Independent Media Center da cidade. É mais um entre as dezenas de IMCs formados pelo mundo desde o primeiro, criado em Seattle, em novembro último.

O primeiro foi lá, mas os códigos e métodos da chamada Indymedia foram definidos já na cobertura das manifestações pioneiras _e pouco lembradas, hoje_ do J18. J18 é como se designa o protesto antiglobalização realizado em 18 de junho de 99, em Londres. O protesto de Seattle foi o N30. O de Praga é o S26.

Algumas das características dos IMCs:

1. são formados por redes de organizações de mídia alternativa e ativistas autônomos;

2. fornecem relatos em tempo real, fotos, gravações de áudio e vídeo pela Internet;

3. seus sites, específicos para cada protesto, têm um sistema de publicação aberta, sem edição, para e-mails;

4. em alguns casos, publicam seus próprios jornais, para distribuição durante as manifestações;

5. se autodescrevem como "abertos, democráticos, multilinguísticos e não-sectários".

Seria possível seguir com os tópicos longamente, mas quem quiser saber mais ou participar ou até criar um IMC no Brasil, que ainda não tem, pode ir direto ao site Indymedia.


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