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8 de novembro
  O império é pragmático
  Que ninguém tente buscar aspectos muito ideológicos na política externa norte-americana, especialmente depois de vencida a Guerra Fria. O que conta, hoje, é "business".

Exemplo, entre muitos, mas talvez o mais recente: um dos institutos mais liberais dos EUA, o Cato, acaba de divulgar um estudo mostrando que levantar o embargo imposto pelos Estados Unidos a Cuba, faz já 38 anos, serviria melhor aos interesses do império.

O estudo chama-se justamente " Uma política para Cuba que serve aos interesses norte-americanos" e foi elaborado por Philip Peters, vice-presidente do Lexington Institute e ex-funcionário do Departamento de Estado (detalhe: serviu nas gestões Ronald Reagan e George Bush, ambos republicanos e, portanto, em tese mais conservadores e mais anti-cubanos).

O estudo diz o óbvio: o embargo fracassou como instrumento para derrubar Fidel Castro.

Entre os argumentos para suspender as restrições, o autor admite que as leis trabalhistas e comerciais cubanas são restritivas, mas, com todo o pragmatismo, acha que esse fato não deveria impedir os EUA de fazer negócios com a Cuba castrista.

"O engajamento norte-americano expandiria o incipiente setor privado cubano", justifica Peters.

Ele lembra ainda outro exemplo do pragmatismo do império, ao mencionar o fato de que os Estados Unidos fazem negócios com países que "dificilmente podem ser considerados como invejáveis respeitadores dos direitos humanos". Por quê, então, não fazer negócios também com Cuba?

Peters poderia ter acrescentado outros exemplos de pragmatismo, que alguns chamariam de cinismo:

1 - O jornal argentino Clarín acaba de revelar que os EUA sabiam da ligação entre o empresário Alfredo Yabrán, íntimo do ex-presidente Carlos Menem, com o tráfico e lavagem do dinheiro.

Não obstante, apoiaram e endeusaram Menem o tempo todo.

2 - Também Vladimiro Montesinos, o ex-chefe do serviço secreto peruano, está sendo acusado agora (até pelo seu amigo íntimo, o presidente Alberto Fujimori) de lavagem de dinheiro sujo.

Da mesma forma que Menem, os EUA deram incondicional apoio a Fujimori, pelo menos até que ele abusou e forçou a sua re-reeleição.

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