Para Lula, Sadia e Aracruz perderam dinheiro por ganância e especulação
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado que a crise financeira que atinge os Estados Unidos é uma das mais graves dos últimos tempos, mas ponderou que as perdas de empresas brasileiras informadas nos últimos dias têm outro motivo "condenável": a especulação.
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A Aracruz, maior produtora mundial de celulose de eucalipto, informou ontem que suas operações cambiais significavam perdas de R$ 1,95 bilhão. A Sadia, por sua vez, reconheceu prejuízo de R$ 760 milhões na semana passada. A desvalorização de mais de 22% do real, desde agosto, após quatro anos de alta, fizeram exportadores registrarem fortes perdas.
"É importante lembrar que essas empresas, no fundo no fundo, estavam especulando contra a moeda brasileira. Portanto, elas praticaram por conta própria, por ganância, este prejuízo. É um problemas delas, porque especularam de forma pouco recomendável", afirmou Lula, que participa de uma carreata em São Bernardo, onde o petista Luiz Marinho disputa a prefeitura da cidade.
Sobre a crise nos Estados Unidos, Lula informou que vai telefonar ao presidente George W. Bush para "prestar solidariedade" e "lhe dar os parabéns pela aprovação" --o pacote de ajuda de US$ 700 bilhões foi aprovado ontem pela Câmara dos Representantes (deputados) e já sancionado por Bush. "Foi um sinal do Congresso dos EUA, que atendeu a um apelo do presidente e dos dois candidatos [John McCain e Barack Obama]."
Lula voltou a afirmar que ainda não sabe se a ajuda bilionária será suficiente para amenizar a crise, uma vez que o "tamanho do rombo" é desconhecido, mas ponderou que o Brasil será pouco afetado.
"Ela [crise] é lá [EUA] um tsunami, e aqui vai chegar uma marolinha, que não vai dar nem para esquiar. Os Estados Unidos deram um rumo ao sistema financeiro, na agiotagem e no cassino que foi feito", disse o presidente.
"[No Brasil] tivemos problemas de crédito e vamos suprir essa deficiência de falta de dólares no mercado internacional para financiar as exportações", continuou o presidente.
Nesta semana, o Banco Central anunciou medidas relacionadas ao compulsório, que obriga os bancos a depositarem no BC parte dos depósitos de seus clientes, o que tira dinheiro de circulação. O ministro Guido Mantega (Fazenda), por sua vez, anunciou que o Banco do Brasil antecipará a liberação de R$ 5 bilhões para atender o setor agrícola.
Lula relatou ainda que conversa diariamente com Mantega e Henrique Meirelles, presidente do BC, e afirmou que algumas medidas podem ser tomadas, mas que isso dependerá do desenrolar da crise.
"O povo pode ficar tranqüilo que não vai ter pacote", reafirmou. Mas ponderou: "Não podemos ficar olhando de papo para ar, chorando e esperando que o Bush resolva a crise."
GM
Sobre as férias coletivas dadas para funcionários da GM (General Motors), segundo anunciado ontem à noite, Lula disse acreditar que a medida não esta ligada à crise nos EUA. "Talvez faça parte de uma estratégia, para no ano que vem trabalhar a todo vapor."
A empresa confirmou a paralisação de 20 de outubro a 2 de novembro para cerca de 2.000 funcionários da unidade de São José dos Campos e para todos os 10.000 em São Caetano. Em Mogi das Cruzes, a medida vai afetar parte dos cerca de 800 funcionários.
Para o sindicato, as férias coletivas são efeito da desaceleração do mercado e reflexo da crise financeira dos Estados Unidos. A GM encerrou nesta semana um PDV (plano de demissão voluntária) em São José, mas não informou o número de adesões. Embora tenha confirmado as férias coletivas, a empresa preferiu não se manifestar sobre a medida e seus motivos.
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