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Fundos de pensão dobram aposta na renda fixa
Considerados como um dos lemes do mercado, os fundos de pensão passaram a priorizar os ativos de renda fixa nas suas estratégias de investimento para 2022.
O que explica: o ciclo de alta dos juros no Brasil tornou a rentabilidade dos títulos públicos, um dos investimentos mais seguros do país, bastante atrativa.
- Como as entidades têm metas de rentabilidade para manter a solvência dos planos de benefício ao redor de 4,5% ao ano, além da variação da inflação, elas aumentaram sua exposição nesses ativos.
Por que importa: esses fundos fazem a gestão de aproximadamente R$ 1,14 trilhão em recursos previdenciários, o que corresponde a cerca de 14,1% do PIB. É por isso que suas estratégias são importantes para o mercado.
Com o apetite para risco em baixa aqui e lá fora, o direcionamento de recursos para a renda fixa, tanto em títulos públicos como na emissão de dívidas de empresas de primeira linha, deve aumentar em 2022.
Mais sobre a Bolsa:
Enquanto as ações da Méliuz derretiam, perdendo mais de 70% do valor em seis meses, seus controladores venderam mais de 5 milhões de papéis, de acordo com documentos aos quais o site Monitor do Mercado, do colunista Marcos de Vasconcellos, teve acesso.
- A empresa afirma que as vendas foram feitas por motivos estritamente pessoais e garante que as ações não saíram do bolso do presidente-executivo nem do presidente do seu conselho de administração.
Da bola à Bolsa: conheça a trajetória de ex-jogadores de futebol que passaram a atuar como assessores em escritórios de investimento após a aposentadoria dos gramados.
Michael Viriato, do blog De Grão, comparou duas estratégias de aplicação de R$ 100 mil; veja qual a melhor.
Bitcoin começa ano com perdas
O bitcoin atingiu sua menor cotação em seis meses no sábado (22), quando chegou a US$ 35.127 (R$ 191.793), perdendo quase um quarto de seu valor em 2022.
A Folha já havia mostrado que, após um 2021 positivo, quando acumulou ganhos de 75,83%, este ano seria mais desafiador para a cripto.
O que explica:
- Aperto monetário: a perspectiva de aumento da taxa de juros nos EUA torna os ativos de baixo risco, como títulos do governo americano, mais atrativos, e acaba gerando uma fuga de capital de investimentos mais arriscados.
- Rússia: o banco central local propôs na quinta-feira (20) a proibição de todas as atividades ligadas às criptomoedas no país, que é um dos maiores centros mundiais de mineração de bitcoin. Em setembro, a China tomou medida semelhante.
Mais sobre ativos digitais:
- O Twitter anunciou na quinta-feira (20) o lançamento de uma ferramenta em que os usuários podem exibir NFTs (tokens não fungíveis, entenda aqui) em suas fotos de perfil. O craque brasileiro Neymar foi um dos que aderiram à novidade.
- Grife de luxo francesa Hermès processa artista que vende NFTs em formato de bolsa Birkin.
- A vida do "faraó dos bitcoins", suspeito de criar um império de pirâmides da criptomoeda.
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As promessas da Web 3.0; Brasil tem chance de ser competitivo globalmente na nova geração de serviços da internet, afirma o colunista Ronaldo Lemos.
Olhe para cima
A Anac concedeu na sexta-feira (21) a primeira autorização para delivery de produtos com drone no Brasil.
Entenda: a liberação foi dada à fabricante e operadora de drones Speedbird Aero, startup que tem parceria com o iFood. As aeronaves têm locais de partida e chegada definidos, ou seja, não farão entregas na porta das casas. Elas podem levar cargas de até 2,5 kg em uma distância de 3 km.
O iFood afirma que iniciou o projeto de uso de drones há dois anos e ele será tratado como complementar ao trabalho dos entregadores.
Por que importa: essas aeronaves podem agilizar as entregas com o transporte de encomendas até locais mais distantes das grandes cidades e de difícil acesso, podendo ser útil também às empresas de ecommerce.
Transporte verde: outro ponto que conta a favor da novidade é a redução de emissão de carbono na atmosfera, que se encaixa na agenda ESG das empresas. A sigla compreende compromissos ambientais, sociais e de governança corporativa.
Mil e uma utilidades: as startups estão na dianteira no uso de drones para os mais variados setores da economia brasileira, como a Folha mostrou no ano passado.
Alguns exemplos são a pulverização de defensivos agrícolas, o monitoramento de grandes ativos - como linhas de transmissão - e o inventário de estoques de grandes varejistas.
A volta dos estoques
Em um reflexo dos gargalos das cadeias de abastecimento provocados pelos efeitos da pandemia, as empresas voltaram a estocar seus insumos.
Entenda: o fechamento de portos e outros importantes elos logísticos no início da pandemia gerou um nó nas cadeias de suprimento a nível global. Ficou tudo mais caro: começando pelos contêineres usados para transportar insumos até os chips usados na produção de carros e videogames, por exemplo.
O problema ainda não acabou, e as empresas voltaram a estocar peças para evitar o risco de um pedido não ser atendido por falta de material para produzir.
Em números: em dezembro, 83% das micro e pequenas indústrias de São Paulo ainda relatavam alta de preços em matérias-primas, segundo pesquisa Datafolha para o Simpi (sindicato do setor). Para 51%, ainda havia falta de produto nos fornecedores.
Vai demorar: durante painel sobre o assunto no Fórum Econômico Mundial, na quinta-feira, o presidente-executivo da gigante da logística DP World apostou que ainda levará cerca de dois anos para as condições melhorarem.
Os impactos da variante ômicron para o setor ainda não são conhecidos, e a nova cepa pode apertar ainda mais o nó da cadeia logística.
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O que vem por aí
IBGE:
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IPCA-15 (janeiro) - quarta, 26
-
Pnad Contínua (novembro) - sexta, 28
EUA:
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Decisão de política monetária - quarta, 26
-
PIB do quarto trimestre - quinta, 27
Ministério do Trabalho e Previdência:
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Caged (dezembro) - quinta, 27
FGV:
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IGP-M (janeiro) - sexta, 28
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