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Segunda noite de panelaços na Argentina tem confronto em Córdoba

Cinco pessoas foram detidas após choque entre manifestantes e policiais; argentinos protestam contra medidas econômicas de Javier Milei

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São Paulo

Os protestos contra a megadesregulação da economia, anunciada pelo presidente Javier Milei, tomaram as ruas de várias cidades da Argentina na noite desta quinta-feira (21). Convocados pelas redes sociais, manifestantes fizeram panelaços pelo segundo dia consecutivo.

Polícia de Córdoba, na Argentina, dispersa com gás de pimenta protesto contra megadecreto de desregulação de Javier Milei - @Patriciodc no X

As maiores manifestações ocorreram em Buenos Aires, Rosário e La Plata. Em Córdoba, houve confronto entre participantes do protesto e a polícia. Com a área comercial da cidade tomada por manifestantes, a presença policial aumentou, o que elevou o clima de tensão.

Segundo o jornal "La Voz", os agentes fizeram cordões de isolamento para tentar conter a marcha e liberar a circulação de veículos. Manifestantes atiraram objetos nos policiais e gritaram "fora, fora". A polícia usou gás lacrimogêneo para conter a multidão e prendeu cinco pessoas.

Em Buenos Aires, o protesto reuniu sindicalistas, funcionários públicos e desempregados, sob forte presença policial. Os manifestantes exigem apoio financeiro maior para os mais pobres.

"É uma mobilização pacífica. Não queremos nenhum tipo de confronto. Não queremos nenhum tipo de choque", disse Eduardo Belliboni, líder do grupo de esquerda Polo Obrero, que convocou o protesto, a uma rádio local.

Durante a noite, panelaços foram ouvidos em vários bairros de Buenos Aires, como Caballito, Belgrano e Almagro, segundo o jornal Clarín.

Em Mar del Plata, as ruas foram tomadas ao som de apitos, panelas e canções de protesto.

Milei admitiu que algumas medidas são "antipáticas", mas argumentou que "60% do ajuste desta vez incide sobre o Estado". Na noite de quarta (20), ele já havia prometido enviar nos próximos dias um pacote de leis ao Congresso.

"Os deputados e senadores terão que enfrentar a responsabilidade histórica de escolher entre fazer parte dessa mudança ou obstruir o projeto de reformas mais ambicioso dos últimos 40 anos", discursou.

A oposição indica que vai judicializar a questão, e sindicatos começam a falar em grandes paralisações.

O novo governo, empossado em 10 de dezembro, buscou minimizar as manifestações contrárias.

"Pode ser que haja pessoas sofrendo de síndrome de Estocolmo, que estão apaixonadas pelo modelo que as empobrece", disse o presidente na entrevista, acrescentando que "também há pessoas que olham com nostalgia, amor e carinho para o comunismo".

Na manhã desta sexta (22), o governo anunciou que vai cobrar das organizações sociais e de esquerda os custos de uma grande operação policial "antipiquete" feita na quarta (20), no primeiro protesto contra o governo.

A intenção era evitar o bloqueio de ruas, mas quem acabou fechando os cruzamentos foi a própria polícia. Agora, o porta-voz de Milei, Manuel Adorni, disse que a fatura de 60 milhões de pesos (cerca de R$ 315 mil na cotação paralela) vai chegar aos grupos que organizaram a marcha.

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