Descrição de chapéu Governo Lula

Lula recebe Haddad no Planalto, e situação na Petrobras segue indefinida

Encontro durou cerca de 40 minutos; parte do entorno do presidente defende permanência condicionada de Prates

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Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda não definiu o que fará sobre o comando da Petrobras, dizem auxiliares do mandatário. Enquanto isso, Jean Paul Prates ganha tempo na tentativa de permanecer no cargo.

Nesta segunda-feira (8), Lula se reuniu com o ministro Fernando Haddad (Fazenda) em meio à crise na petroleira. O encontro estava previsto em agenda oficial e durou cerca de 40 minutos, segundo a Secom (Secretaria de Comunicação Social).

As discussões continuam. Colaboradores de Lula dizem que e o presidente ainda terá conversas antes de bater o martelo sobre a situação de Prates. Pesa para a decisão o impacto que a substituição teria no mercado.

O presidente Lula (PT) participa cerimonia de assinatura de atos do programa Mover ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad
O presidente Lula (PT) participa cerimonia de assinatura de atos do programa Mover ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad - Gabriela Biló /Folhapress

Especulações aumentaram nas últimas semanas sobre a permanência de Prates à frente da companhia.

O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Alozio Mercadante, é o nome mais cotado para a vaga.

A personalidade marcante do economista e o trânsito direto com Lula —o que dispensa intermediários— seriam fonte de apreensão para aqueles que preferem um presidente da Petrobras fragilizado à frente da empresa.

Uma ala de interlocutores de Lula defende arrefecer a crise, mantendo Prates na presidência da Petrobras, sob condição de que ele adote posicionamento mais próximo ao que a União quer e evite atritos públicos.

Já o ministro da Fazenda vem defendendo a permanência de Prates. Haddad era esperado na manhã desta segunda no Rumos 2024, evento promovido pelo jornal Valor Econômico em São Paulo, mas cancelou sua presença.

Ele iria presencialmente à abertura do evento e mudou de planos após ser convocado pelo presidente para reunião no Palácio da Alvorada na noite de domingo (7). Na pauta, estava a sucessão da Petrobras.

O ministro escalou seu secretário-executivo, Dario Durigan, para participar do evento.

Haddad deixou São Paulo no fim da tarde, mas o encontro com Lula não ocorreu. Embora não confirmada pela assessoria do presidente, a reunião estava prevista para as 20h e acabou cancelada. A causa seria a contrariedade de Lula com vazamento da agenda extraoficial.

A expectativa era que Haddad intercedesse em favor da permanência de Prates na presidência da Petrobras, sob argumento de que não haveria motivos técnicos para sua demissão.

O desgaste de Prates na Petrobras

A crise na companhia expôs falta de coordenação no governo Lula 3 e acirrou intrigas e atritos na Esplanada.

Apontada por aliados do presidente como um momento difícil do terceiro mandato de Lula, a semana passada foi marcada por desconfiança entre os principais ministros do governo.

A tensão toma conta da equipe do presidente em meio à tentativa do governo de reverter a tendência de queda na sua aprovação, buscando soluções para ajustar uma comunicação criticada e pressionando ministros pela entrega de resultados.

No caso da Petrobras, a crise ganhou novos contornos com a decisão de não pagar dividendos extraordinários aos seus acionistas, num movimento que desagradou mercado e contrariou o Prates.

Haddad concordou com o presidente da Petrobras, mas foi voto vencido. Do outro lado, estavam o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Rui Costa.

Rumores envolvendo a demissão de Prates ganharam força após entrevista à Folha do ministro de Minas que admitiu haver conflito entre o seu papel e o do presidente da empresa.

Silveira foi questionado e evitou avaliar se Jean Paul Prates estaria fazendo um bom trabalho. "A avaliação da gestão do presidente da Petrobras eu deixo a cargo do presidente da República", afirmou.

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