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Macron encontra Orbán e diz que quer trabalhar com Hungria 'apesar das diferenças'

Líderes discordam sobre pontos-chave, mas defendem autonomia europeia para energia nuclear, agricultura e defesa

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Budapeste | Reuters

O presidente da França, Emmanuel Macron, disse que está disposto a trabalhar em conjunto com a Hungria, apesar das diferenças políticas entre os dois países, emitindo uma nota conciliatória enquanto Paris se prepara para assumir a presidência rotativa da União Europeia (UE). Macron se encontrou com o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, nesta segunda-feira (13) em Budapeste.

Antes das negociações, Orbán afirmou que respeita o líder francês e que apoia as medidas de Macron para tornar a UE mais autossuficiente em defesa, energia nuclear e agricultura.

O presidente da França, Emmanuel Macron, com o premiê da Hungria, Viktor Orban, após encontro em Budapeste
O presidente da França, Emmanuel Macron, com o premiê da Hungria, Viktor Orban, após encontro em Budapeste - Bernadett Szabo/Reuters

Os dois líderes têm divergências a respeito de pontos-chave, como políticas de imigração e direitos LGBTQIA+, além das críticas da Comissão Europeia à concentração de poder por Orbán, que estaria minando a democracia na Hungria.

Mas Macron quer que outros Estados europeus apoiem as prioridades que ele definiu para a presidência de seis meses do bloco pela França a partir de janeiro, incluindo melhor proteção e controle das fronteiras da UE.

"Temos divergências políticas que são bem conhecidas, mas temos a vontade de trabalhar juntos pela Europa e de sermos parceiros leais", disse o presidente francês, após sua chegada a Budapeste.

Deixando de lado a retórica dura que costuma dirigir ao governo húngaro, Macron disse na semana passada que considerava Orbán tanto um oponente político quanto um parceiro europeu.

"A relação da Hungria com o presidente Macron é de respeito", afirmou, por sua vez, Orbán em um comunicado antes de conversas com o líder francês. "Apoiamos uma política europeia comum para capacidades de defesa, energia nuclear e um forte setor agrícola."

Apesar do tom conciliador das declarações públicas dos líderes, Macron também enviou uma mensagem ao premiê húngaro ao iniciar sua viagem a Budapeste depositando uma coroa de flores no túmulo de Agnes Heller, filósofa sobrevivente do Holocausto e oponente de Orbán, a quem acusou de minar a democracia.

Macron também deve se encontrar nesta segunda-feira com políticos da aliança de oposição que vai desafiar Orbán nas eleições do próximo ano, além de participar de uma reunião do grupo de Visegrado, que inclui líderes de Hungria, Polônia, República Tcheca e Eslováquia.

Orbán recebeu nos últimos dois meses os líderes de ultradireita Marine Le Pen e Eric Zemmour, que devem ser candidatos às eleições presidenciais da França no próximo ano, nas quais Macron deve tentar um segundo mandato.

Ambos elogiaram a oposição do húngaro à imigração, e Zemmour o cumprimentou por sua defesa da "identidade, soberania e fronteiras de seu país".

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