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Paulo Wanderley

Paris 2024, os Jogos da retomada

Se o presente do esporte olímpico é motivo de orgulho, o futuro promete

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Paulo Wanderley

Presidente do Comitê Olímpico do Brasil e técnico campeão olímpico de judô

Daqui a um ano, a humanidade voltará a celebrar o maior espetáculo da Terra: os Jogos Olímpicos. A cerimônia de abertura, que correrá ao longo do rio Sena em 26 de julho de 2024, jogará os holofotes em direção a Paris e marcará o fim de um dos períodos mais difíceis da história do movimento olímpico.

Um período em que um vírus testou a resiliência da população global e, claro, impactou também o esporte. A Covid-19 adiou Tóquio-2020 para 2021 e impôs arquibancadas vazias ao evento de maior congraçamento entre os povos.

Barco passa diante da Torre Eiffel, em direção à torre Alexander 3º, no rio Sena - Bertrand Guay/AFP - AFP

Há uma expectativa para que Paris seja uma retomada. Primeiro porque se trata da "Cidade Luz", referência em turismo e cultura. Segundo porque é o berço da era moderna dos Jogos Olímpicos —foi lá que, em 1894, Pierre de Frédy, o Barão de Coubertin, fundou o Comitê Olímpico Internacional (COI). Terceiro porque há pouco mais de três meses a Organização Mundial da Saúde declarou o fim da emergência pública da pandemia.

O Brasil vai levar sua cor para essa celebração, seja nos uniformes ou na variedade dos tons de pele que caracteriza nosso povo.

Em Paris, vamos buscar um desempenho ainda melhor do que em Tóquio, onde batemos recordes em medalhas de ouro [7] e total de medalhas [21] —terminamos em 12º lugar entre 206 países. Evoluir é nosso principal objetivo. Mas como?

Para o COB (Comitê Olímpico do Brasil), a resposta é objetiva: oferecendo as melhores condições possíveis para que os atletas possam competir com excelência e obter os principais resultados de suas carreiras no palco olímpico.

O COB hoje destina quantias recordes às confederações que fazem parte do Sistema Olímpico. Consequentemente, fazemos com que esse investimento também chegue aos atletas. Em 2023, o repasse de verbas às confederações dos recursos da chamada Lei das Loterias alcançará R$ 201 milhões —maior montante desde a criação desse dispositivo, em 2001, e aumento de 21% em relação a 2022. E não para por aí. O COB investe diretamente outros R$ 58 milhões em iniciativas geridas internamente, como o Programa de Preparação Olímpica, um projeto estratégico voltado ao altíssimo rendimento.

O ano de 2022 mostrou que estamos no caminho certo. O Brasil conquistou 23 medalhas em campeonatos mundiais ou em competições equivalentes/provas que integram o programa dos Jogos Olímpicos de Paris. São mais medalhas do que tivemos nas Olimpíadas de Tóquio.

Com a percepção positiva, aumentou também o número de empresas interessadas em nos apoiar. Atualmente, o COB tem 13 patrocinadores exclusivos.

Trata-se de uma entidade sólida financeiramente e com filosofia definida. Austeridade, transparência, meritocracia, competência e excelência são os pilares que norteiam nossas ações e atraem parceiros dispostos a fomentar o sonho olímpico de milhões de jovens brasileiros.

É o caso de atletas como Ana Marcela Cunha, maior nadadora em águas abertas da atualidade, e Rebeca Andrade, ginasta que encantou o mundo em Tóquio. Elas usam o Centro de Treinamento do COB, no Rio de Janeiro, há 6 e 11 anos, respectivamente. Queremos mais Anas e mais Rebecas, porque o Brasil se inspira nos feitos delas.

Ao gerir bem os recursos, o COB conseguirá proporcionar uma estrutura grandiosa para a delegação brasileira nos Jogos de Paris. Será montada uma base na cidade de Saint-Ouen-sur-Seine, a apenas 600 m da Vila Olímpica. Lá, serão oferecidos locais para treinamento, alimentação e suporte aos nossos atletas.

Quem for acompanhar os Jogos Olímpicos no Brasil também terá opções. Como o Parque Villa-Lobos, em São Paulo, que entre 11 de julho e 11 de agosto será rebatizado de Parque Villa Olímpica. Ali vai funcionar a Arena Time Brasil, com música, recepção aos atletas na volta de Paris e até uma réplica da Torre Eiffel.

Se o presente do esporte olímpico brasileiro é motivo de orgulho, o futuro promete. A um ano do início dos Jogos da retomada, o COB está comprometido e trabalha sem cessar pela excelência esportiva nacional.
E o comitê quer, sempre, cultivar o que o nosso país tem de melhor. Porque, afinal, o COB é do Brasil. O COB é dos brasileiros.

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