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Ben-Dror Yemini

Guerra ao terror

Se Israel fracassar contra o Hamas em Gaza, a derrota será do mundo livre

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Ben-Dror Yemini

Jornalista israelense, é autor de “A Indústria de Mentiras" (ed. É Realizações)

No canal de televisão do Hamas, Al-Aqsa, repetidas vezes se pediu "a aniquilação dos judeus e cristãos, até o último deles". O clérigo islâmico Yusuf al-Qaradawi, líder espiritual do grupo terrorista, ordenou aos muçulmanos que "completem o trabalho de Hitler" e, em visita à Faixa de Gaza, em 2013, pregou a eliminação do Estado de Israel.

Essa é a verdade. Porém, a mentira prevalece. O conflito atual não é entre Israel e Gaza; é uma luta do mundo livre e da maioria dos muçulmanos contra a jihad. Neste confronto, há aqueles que, por engano ou malícia, tornam-se propagandistas do Hamas e da jihad. Lênin chamou de "idiotas úteis" do Ocidente as pessoas que apoiavam o tenebroso regime comunista. Hoje há idiotas úteis que apoiam o eixo do mal, no qual se inclui o Hamas enquanto parte da jihad.

Emerging back into sunlight two hours after entering the tunnel, the subterranean silence was replaced for the reporters accompanying the Israeli military on Friday by the sounds of war. A drone whined in the sky. Sharp cracks and booms stirred up plumes of dark smoke.  The neighborhood is a wasteland, surrounded by mounds of earth and rubble and churned up roads.  Inside the house that Israel says belonged to the Hamas operative, a marble staircase hinted at a level of opulence. Copper and gold curtains still hung at blown-out windows in a lower-floor bedroom, and most of an outside wall was gone. Not one building in the vicinity looked habitable.  By Saturday, the tunnels and the compound below the neighborhood had been blown up.
Militar israelense em túnel na Faixa de Gaza onde reféns teriam sido mantidos sequestrados - Isabel Kershner - 19.jan.24/The New York Times - NYT

Os habitantes de Gaza estão sofrendo. Mas por causa do Hamas, não de Israel. Israel saiu de Gaza em 2005. Nem sequer um centímetro permaneceu sob controle israelense. O mundo quis ajudar. Contudo, isso não aconteceu porque em 2007 o Hamas tomou o poder em Gaza, massacrando os membros do grupo rival, o Fatah. Segundo a NBC News, "alguns foram executados nas ruas, outros em tiroteios em hospitais ou jogados de telhados".

Apesar desses atos criminosos do Hamas, a comunidade internacional lhe propôs o fim do bloqueio e prosperidade em troca da desmilitarização. Mas o grupo preferiu o terrorismo. Por quê? Porque é parte da Irmandade Muçulmana, definida já em 1938 por seu fundador, Hassan al-Banna, como "indústria da morte" —não de bem-estar e prosperidade.

O Hamas deixa claro que não quer tomar só o Estado palestino, mas o mundo inteiro. Inclusive a América do Sul, o Brasil. Yunis al-Astal, um de seus líderes, anunciou: "Conquistaremos Roma e [...] as duas Américas".

Israel não queria confronto nem fechamento. O Hamas escolheu o terrorismo e o bloqueio. Ainda assim, Israel permitiu que o Catar continuasse a financiá-lo em Gaza. Foi um grave erro estratégico. O Hamas investiu centenas de milhões de dólares na construção de uma infraestrutura terrorista que abarca contrabando de armas, fábricas de foguetes e uma vasta rede de túneis subterrâneos.

No dia 7 de outubro, Israel sofreu o maior ataque terrorista desde o 11 de Setembro. Houve assassinato em massa de crianças, idosos e mulheres, e inúmeros estupros. Os terroristas sequestraram 240 israelenses, inclusive bebês.

O mundo deveria entender que o Hamas é parte do eixo do mal liderado pelo Irã e pela jihad global; que Israel não queria a guerra; que, assim como foi necessário combater o Estado Islâmico, é preciso erradicar o Hamas. Muitos não acreditam, porém. Deixam-se levar pela mentira de que "o Hamas luta contra a ocupação", embora seus líderes anunciem que o objetivo é aniquilar judeus e cristãos e dominar o planeta.

Os habitantes de Gaza estão sofrendo. Mas o que faria o Brasil se um grupo terrorista matasse e estuprasse dezenas de milhares de brasileiros e lançasse foguetes contra suas principais cidades?

Israel não quer prejudicar a população civil. Fornece eletricidade e possibilita a entrega de ajuda humanitária, com a entrada de milhares de caminhões na Faixa de Gaza. É verdade que parte dos alimentos não chega aos necessitados. No entanto isso ocorre porque o Hamas rouba comida de seus cidadãos, mas Israel leva a culpa. O Hamas oprimia a população antes e continua a oprimi-la depois do 7 de outubro.

A guerra podia ter acabado há muito tempo se o Hamas houvesse libertado os reféns e aceitado a proposta de desmilitarização de Gaza. Mas não apenas a recusou. Razi Hamad, um de seus representantes, declarou: "O 7 de outubro foi só a primeira vez. Haverá uma segunda, e terceira, e quarta vez."

Onde há jihad há destruição e derramamento de sangue. Quase 95% das vítimas da jihad são muçulmanas. Israel está na linha de frente de uma guerra que não é só israelense —é do mundo livre contra o terrorismo. Se fracassar, a derrota será do mundo livre.

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