Deposição de presidente eleito, fechamento do Congresso, repressão a manifestações, fim da liberdade de imprensa, censura, prisões, desaparecidos, tortura, e não foi ditadura? Fala sério, por esse tipo de critério a Venezuela do Maduro também não é ditadura. A juíza fez bem, não tem o que comemorar (“Juíza cita direito à verdade e veta celebração do golpe pelo governo Bolsonaro”, Poder, 30/3).
Márcia Meireles (São Paulo, SP)
Está se fazendo uma leitura equivocada da liberdade de ideias (“Justiça cassa veto a comemoração do golpe”, Poder, 31/3). Não se deveria considerar liberdade enaltecer um regime que cassou liberdades individuais e perseguiu e cassou parlamentares justamente porque tinham ideias contrárias, ou seja, na contramão do que a desembargadora diz. É risível, vergonhoso e mais uma mostra de que democracia é um conceito que ainda rasteja no país.
Rodolfo Maia (São Paulo, SP)
Desculpe o ilustre e digno colega ministro José Carlos Dias por discordar de sua tese de que não se deve comemorar o golpe de 1964 (“Do golpe de 1964 à ditadura”, Tendências / Debates, 31/3). Entendo que deve ser comemorado, sim, até para que não volte a acontecer tamanha barbaridade. O povo brasileiro precisa lembrar das atrocidades cometidas, comemorar não só vitorias, temos que comemorar, ou seja, lembrar dos momentos ruins e trágicos por que passamos. Momentos como esse têm que ser sempre lembrados pelos brasileiros.
Antenor Baptista (São Paulo, SP)
A revolução de 1964 está escrita em nossos livros de história. Comemorar ou relembrar quem a fez é um direito inalienável. Eu dei um churrasco e queimei fogos. Se fosse o oposto, os vencedores estariam queimando maconha. Fatos menos importantes como Zumbi, Parada Gay e outras bobagens têm comemoração e ninguém reclama. Deveríamos agradecer a Deus ela ter acontecido, pois poderíamos estar numa situação pior que a Venezuela, Cuba etc. Até a esquerda caviar estaria procurando comida nos lixões.
Paulo Henrique Coimbra de Oliveira (Rio de Janeiro, RJ)
Samu
Sobre o texto publicado em Cotidiano (“Samu terá mudança e alterará rotas; médicos alertam para novos gargalos”, 29/3), a Secretaria da Saúde lamenta a forma tendenciosa e cheia de erros com que o assunto foi abordado. A descentralização amplia o número de bases, coloca mais equipes para trabalhar no socorro, aumenta o número de ambulâncias 24h e reduz o tempo de resposta. O jornal incorporou o discurso do sindicato imputando à descentralização problemas que ela ataca, como se fosse a causadora.
Murilo Pizzolotti, coordenador de Comunicação da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo
Resposta da editora de Cotidiano, Luciana Coelho: A reportagem contempla as afirmações citadas pelo coordenador e dedica à Secretaria espaço similar ao dos críticos, além de trazer dados do serviço. Não é possível afirmar, porém, que o tempo de resposta cairá. O tema será revisitado com as mudanças em prática.
Tabela periódica
Como químico, fiquei lisonjeado com a tabela periódica dos elementos estampada na capa de 31/3. A boa reportagem de Gabriel Alves (“Tabela Periódica, 150”, Ciência) é uma justa homenagem ao sesquicentenário de tão importante instrumento da ciência. Ao menos há algo para se comemorar neste dia!
Adilson Roberto Gonçalves (Campinas, SP)
Chanceler
O chanceler parece não saber aplicar os procedimentos de classificação (“‘Ligação com nazismo deixa esquerda apavorada’, escreve Ernesto Araújo”, Mundo, 31/3). Se eu classificar o peixe e o boi como seres vivos, não significa que são a mesma coisa. Da mesma forma, se eu colocar um peixe em cima de um boi não terei um peixe-boi. É possível dizer que nazismo e comunismo são duas formas de governo totalitárias. Não quer dizer que elas sejam sinônimas.
Renato Venancio (Belo Horizonte, MG)
É inacreditável que uma pessoa com esse grau de desconhecimento da história seja ministro das Relações Exteriores, mesmo que decorativo.
Flavio Leal Rodrigues (Rio de Janeiro, RJ)
Lula
Lula, preso, está melhor que 90% da população brasileira: tv, frigobar, esteira, vídeoconferência. Isso é uma palhaçada (“Preso há 1 ano, Lula tem rotina com TV, advogados e vídeos de reuniões do PT”, Poder, 31/3).
Soraia Lins (São Paulo, SP)
Reforma no palácio
A Folha erra ao afirmar na matéria “Reforma de Doria em palácio é questionada” (Poder, 30/3) que a manutenção ocorreu sem publicidade. Os espaços são públicos, usados em eventos e visitados por repórteres da própria Folha. O jornal noticiou a reforma em 15/2 na coluna de Mônica Bergamo. Especialistas ouvidos pelo jornal dizem que não houve danos. Tudo foi feito na legalidade. Um governante tem duas opções: assistir à deterioração do patrimônio público e cruzar os braços ou agir. Felizmente optou-se pela 2ª opção.
Hélia Araujo, chefe de redação da Secretaria de Comunicação do Governo do Estado de São Paulo
Resposta das jornalistas Francesca Angiolillo e Carolina Linhares: O governo segue sem divulgar a informação de interesse público: quanto custou a reforma?
MEC
No bolsonarismo existem três escolhas básicas: olavetes, evangélicos e militares. A paralisação de um ministério acontece quando nenhuma das três opções casa com a pasta em questão. Volta-se sempre à pergunta de origem: Bolsonaro tem condições de ser presidente? Enquanto ele restringir as escolhas a essas correntes, a resposta sempre será não. Custaria muito, em termos políticos e eleitorais, colocar um educador capacitado no MEC? (“Militares querem tenente-brigadeiro à frente do Ministério da Educação”, Cotidiano, 30/3).
José Roberto Pereira (Curitiba, PR)
Mariza Dias
Em tempos tão conturbados como esses que vivemos, é emocionante a homenagem discreta, mas muito impactante, que Lívia Serri Francoio fez à colega Mariza Dias, ilustradora das colunas da Folha, por seu falecimento ( Opinião, 30/3). Obrigado a ambas. A vida também agradece.
Ivan Chaves de Sousa (Ribeirão Preto, SP)
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