Lula terá muitos obstáculos para reconstruir o país

Presidente eleito vai assumir condução do governo sob condições bem distintas daquelas que encontrou em seu primeiro mandato, 20 anos atrás

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Após derrotar nas urnas o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), o petista Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em seu discurso, no domingo (30), que "é preciso reconstruir a própria alma deste país". Essa reconstrução, no entanto, esbarra num Brasil que já não é mais o mesmo que era quando ele deixou o Planalto.

Os problemas que ele vai enfrentar a partir de 1º de janeiro de 2023 não são poucos nem modestos. Terá um trabalho árduo para amenizar a polarização na qual o país mergulhou. "A grande dificuldade do próximo governo vai ser atenuar essa divisão porque eliminá-la eu acho que é praticamente impossível", diz o cientista político Claudio Couto.

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante discurso na Avenida Paulista, no domingo (30), após resultado das eleições
O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante discurso no domingo (30) após resultado das eleições - Nelson Almeida/AFP

Lula tem reiterado que planeja melhorar as condições de vida dos mais pobres por meio de aumento de gasto do governo, mas ainda não explicou como pretende fortalecer a economia para pagar a conta desse plano.

Será preciso ainda aprimorar o foco dos programas sociais. Especialistas em desigualdade consideram completamente desvirtuada a forma como o ataque à pobreza vem sendo feito desde que começou a disputa pelos pobres na disputa eleitoral.

Também são prementes ações do governo federal para promover a equidade racial.

O presidente eleito tem ainda a missão de devolver ao Ministério da Educação a capacidade de coordenação das políticas de ensino. A situação do setor, que já era precária, agravou-se com a pandemia.

Na saúde, caberá ao presidente eleito lidar com corte orçamentário, demandas reprimidas de exames e cirurgias, e falta de médicos e remédios, além da queda da cobertura vacinal.

Na seara ambiental, o grande desafio é evitar o chamado ponto de não retorno do desmatamento da Amazônia, estimado entre 20% a 25% de perda de vegetação.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.