Fusão, disputa, milhões em caixa e incêndio: em 5 pontos a guerra da União Brasil

Partido atravessa há meses uma série de brigas internas que opõem Luciano Bivar ao grupo de Antônio Rueda

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São Paulo

A União Brasil, resultado da fusão entre PSL e DEM, coleciona intrigas desde que foi criada, em fevereiro de 2022.

Um grupo do DEM sempre foi crítico ao comando do partido, liderado pelo deputado Luciano Bivar (PE), que presidia antes o PSL.

O partido atravessa há meses uma série de brigas internas que opõem Bivar ao grupo do presidente eleito, Antônio Rueda, do qual também faz parte o ex-prefeito de Salvador ACM Neto.

Antônio Rueda e Luciano Bivar - Pedro Ladeira/Folhapress

Veja em cinco pontos a disputas internas do partido:

Criada com fusão de DEM e PSL

Em 2021, o DEM e o PSL aprovaram a fusão dos partidos e criaram a União Brasil.

A ideia com a criação do partido era também ter um nome próprio para disputar a Presidência da República, em 2022, e lançar candidatos ao governo de ao menos dez estados.

No DEM, a decisão foi tomada por aclamação, mas Onyx Lorenzoni, que na época era ministro do Trabalho, e os delegados do Rio Grande do Sul votaram contra o estatuto do novo partido. No PSL, houve aprovação por unanimidade.

No ano seguinte, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) oficializou a criação do partido, que nasceu como o maior da Câmara dos Deputados.

Tamanho do partido e dos fundos

Assim que ocorreu a fusão, PSL e o DEM tinham, juntos, 81 cadeiras na Câmara, à frente do segundo colocado, o PT, que tinha 53. Mas, como mostrou a Folha, à época, a tendência era de que entre 20 e 30 deputados bolsonaristas do PSL deixassem a legenda. Atualmente, a União Brasil conta com uma bancada de 59 deputados federais.

Em 2022, o partido contou com quase R$ 800 milhões de fundo eleitoral para distribuir aos seus candidatos.

Principais caciques

Entre os nomes mais conhecidos da União Brasil estão Antônio Rueda, presidente eleito do partido, ACM Neto, vice-presidente, Luciano Bivar, atual presidente do partido, Elmar Nascimento, líder do partido na Câmara dos Deputados, Davi Alcolumbre, presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, e Ronaldo Caiado, governador de Goiás.

Eleição sub judice

Após uma série de brigas internas, integrantes da União Brasil aprovaram, em fevereiro, a troca no comando do partido.

Em convenção partidária, o novo diretório da legenda elegeu por 30 votos uma nova executiva, que tomará posse em junho, o que levará à substituição do atual presidente do partido, o deputado federal Luciano Bivar (PE). No lugar dele, entrará o atual vice-presidente, Antônio Rueda.

Já o ex-prefeito de Salvador ACM Neto, que hoje ocupa o cargo de secretário-geral, será o 1º vice-presidente.

Bivar chegou a cancelar a convenção, em tentativa de evitar sua substituição futura —o mandato dele vai até maio—, mas fracassou.

Integrantes do diretório do partido argumentaram que o dirigente não poderia tomar essa decisão, já que a convenção estava homologada pelo TSE, e aprovaram um recurso contrário.

Imóvel atingido por incêndio no litoral de Pernambuco - Reprodução/GloboNews

Incêndio e troca de acusações

Duas casas da família do presidente eleito da União Brasil, Antônio Rueda, foram atingidas por incêndios nesta segunda-feira (11), de acordo com correligionários do dirigente do partido.

Luciano Bivar negou elo com o caso. Nesta terça (12), ao deixar um evento no Palácio do Planalto, ele afirmou que seu envolvimento nos incêndios é "pura ilação" e então acusou a mulher de Rueda de roubo.

Sobre as acusações do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), de que ele seria o mandante, respondeu que o político é um "pigmeu moral" e por isso nada do que ele fala deveria ser considerado.

Bivar voltou a afirmar que a eleição no União Brasil não é válida e também negou que todo o processo vai gerar um racha no partido.

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