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Sábado, 11de novembro de 2000

Mundial de juniores

José Henrique Mariante
     

Diego Medina

Os testes da F-1 só começam em dezembro. Enquanto isso, a F-3000 promove em Valência e no Estoril uma verdadeira peneira de pilotos, para confirmar e preencher as vagas da temporada de 2001.

A novidade é que tem gente graúda de olho no processo. E que a F-1 deve sofrer nos próximos dois campeonatos a renovação mais radical dos últimos tempos.

A última geração de pilotos que foi capaz de alterar alguma coisa no cenário da categoria foi aquela encabeçada por Michael Schumacher, no início dos anos 90.

Dessa safra, sobressaíram-se também nomes como Mika Hakkinen, David Coulthard, Heinz-Harald Frentzen e, pelo bananal, Rubens Barrichello.

Schumacher, porém, foi o único que mostrou capacidade para rivalizar com a geração anterior, sem dúvida uma das mais sensacionais da história da F-1. O resto, infelizmente, se limitou a preencher espaço. Alguns com brilho, é verdade, como o mais tarde bicampeão mundial Hakkinen. A maioria, porém, forçando o público a recordar do passado.

A próxima temporada já promete fornecer algumas pistas de como será o futuro, principalmente pela chegada de Juan Pablo Montoya à Williams de Ralf Schumacher. O colombiano acertadamente repete Jacques Villeneuve, outro que atravessou o Atlântico falando grosso, diferentemente de Alessandro Zanardi e, antes, Michael Andretti, que chegaram sorrindo e se estreparam.

Jenson Button, que estreou na fogueira este ano, surpreendeu até Frank Williams e, obrigado a se transferir para a Benetton por causa do colombiano, tem todas as razões do mundo para mostrar ainda mais serviço em 2001.

Não faltam histórias. Mas a necessidade de reforma é clara quando se analisa o que está acontecendo no baixo clero.

A Sauber pretende colocar um finlandês, Kimi Raikkonen, 21, para correr na próxima temporada. No currículo, o sujeito tem apenas 23 corridas em monopostos e o título inglês de F-Renault, o que é um bom presságio, mas nada além disso. Sem falar na brigada espanhola, Pedro de La Rosa à frente, que, segundo os italianos, já sensibilizou até mesmo a Ferrari _Jean Todt, dizem, quer colocar Fernando Alonso, 19, no lugar de Barrichello em 2002.

Enfim, promessas existem muitas e, em alguns casos, até exageros estão sendo cometidos. Mas é grande a chance de vários medalhões _alguns, veja só, com menos de 30 anos_ rodarem já a partir do ano que vem.

A formação Hakkinen-Coulthard com certeza não sobreviverá mais um ano. Barrichello terá que se desdobrar tanto para ficar na Ferrari como para obter uma transferência decente. E, do resto, o único que vive uma situação confortável é Villeneuve, que empurrado pela Honda, é apontado inclusive como preferido para a sucessão de Schumacher.

Uma nova F-1, talvez sem outro piloto fora de série como o alemão, mas, em compensação, com muito mais alternativas. ¦Para quem ainda se preocupa com o Brasil varonil, a renovação inclui gente bronzeada. E, sendo absolutamente claro, o negócio é torcer pelos moleques. Quem já está lá, passou do ponto.


Notas
Na balada
Em Itaparica, onde acompanha como convidado um torneio de tênis, Barrichello recusou qualquer comentário sobre o fato de a mídia italiana estar apostando na sua saída da Ferrari ao final do ano que vem. Alegou que está em férias. E tem gente na Bahia que jura que o piloto está fazendo valer esse direito, se divertindo muito na ilha, madrugadas adentro.

No papel
O lobby do cigarro destacou seus mais dignos representantes, pilotos e alguns empresários do setor artístico, para adiar a proibição da publicidade em eventos esportivos e culturais. Na Europa, a discussão durou anos. Aqui, bastaram alguns meses para o Senado propor o veto para 2003. Um problema a menos para o GP Brasil, que recentemente sofreu profundas alterações em seu alto escalão.


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