Diego
Medina
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Os testes da F-1 só começam em dezembro. Enquanto isso, a
F-3000 promove em Valência e no Estoril uma verdadeira peneira
de pilotos, para confirmar e preencher as vagas da temporada
de 2001.
A novidade é que tem gente graúda de olho no processo. E que
a F-1 deve sofrer nos próximos dois campeonatos a renovação
mais radical dos últimos tempos.
A última geração de pilotos que foi capaz de alterar alguma
coisa no cenário da categoria foi aquela encabeçada por Michael
Schumacher, no início dos anos 90.
Dessa safra, sobressaíram-se também nomes como Mika Hakkinen,
David Coulthard, Heinz-Harald Frentzen e, pelo bananal, Rubens
Barrichello.
Schumacher, porém, foi o único que mostrou capacidade para
rivalizar com a geração anterior, sem dúvida uma das mais
sensacionais da história da F-1. O resto, infelizmente, se
limitou a preencher espaço. Alguns com brilho, é verdade,
como o mais tarde bicampeão mundial Hakkinen. A maioria, porém,
forçando o público a recordar do passado.
A próxima temporada já promete fornecer algumas pistas de
como será o futuro, principalmente pela chegada de Juan Pablo
Montoya à Williams de Ralf Schumacher. O colombiano acertadamente
repete Jacques Villeneuve, outro que atravessou o Atlântico
falando grosso, diferentemente de Alessandro Zanardi e, antes,
Michael Andretti, que chegaram sorrindo e se estreparam.
Jenson Button, que estreou na fogueira este ano, surpreendeu
até Frank Williams e, obrigado a se transferir para a Benetton
por causa do colombiano, tem todas as razões do mundo para
mostrar ainda mais serviço em 2001.
Não faltam histórias. Mas a necessidade de reforma é clara
quando se analisa o que está acontecendo no baixo clero.
A Sauber pretende colocar um finlandês, Kimi Raikkonen, 21,
para correr na próxima temporada. No currículo, o sujeito
tem apenas 23 corridas em monopostos e o título inglês de
F-Renault, o que é um bom presságio, mas nada além disso.
Sem falar na brigada espanhola, Pedro de La Rosa à frente,
que, segundo os italianos, já sensibilizou até mesmo a Ferrari
_Jean Todt, dizem, quer colocar Fernando Alonso, 19, no lugar
de Barrichello em 2002.
Enfim, promessas existem muitas e, em alguns casos, até exageros
estão sendo cometidos. Mas é grande a chance de vários medalhões
_alguns, veja só, com menos de 30 anos_ rodarem já a partir
do ano que vem.
A formação Hakkinen-Coulthard com certeza não sobreviverá
mais um ano. Barrichello terá que se desdobrar tanto para
ficar na Ferrari como para obter uma transferência decente.
E, do resto, o único que vive uma situação confortável é Villeneuve,
que empurrado pela Honda, é apontado inclusive como preferido
para a sucessão de Schumacher.
Uma nova F-1, talvez sem outro piloto fora de série como o
alemão, mas, em compensação, com muito mais alternativas.
¦Para quem ainda se preocupa com o Brasil varonil, a renovação
inclui gente bronzeada. E, sendo absolutamente claro, o negócio
é torcer pelos moleques. Quem já está lá, passou do ponto.
Notas
Na
balada
Em Itaparica, onde acompanha como convidado um torneio de
tênis, Barrichello recusou qualquer comentário sobre o fato
de a mídia italiana estar apostando na sua saída da Ferrari
ao final do ano que vem. Alegou que está em férias. E tem
gente na Bahia que jura que o piloto está fazendo valer esse
direito, se divertindo muito na ilha, madrugadas adentro.
No papel
O lobby do cigarro destacou seus mais dignos representantes,
pilotos e alguns empresários do setor artístico, para adiar
a proibição da publicidade em eventos esportivos e culturais.
Na Europa, a discussão durou anos. Aqui, bastaram alguns meses
para o Senado propor o veto para 2003. Um problema a menos
para o GP Brasil, que recentemente sofreu profundas alterações
em seu alto escalão.
E-mail: mariante@uol.com.br
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