São Paulo, domingo, 12 de setembro de 1999


 


Brasil cresce na
produção mundial


da Redação

A publicação de artigos científicos brasileiros em revistas consideradas de alto impacto teve no ano passado crescimento cerca de 5 vezes maior do que o do total da produção científica internacional.
Em 1998, foi de 17,3% o crescimento da publicação de trabalhos brasileiros em revistas científicas cadastradas no ISI (sigla em inglês para Instituto para a Informação Científica, sediado em Filadélfia, nos EUA).
Esse índice corresponde à variação percentual de 6.748 trabalhos nacionais publicados em 1997 para 7.918 em 1998.
No mesmo período, o total mundial de publicações no ISI variou de 677.407 para 701.526. Essa variação corresponde a um crescimento de 3,6%, que é 4,9 vezes menor que o do total da produção brasileira.
O dado sobre o crescimento da participação brasileira na produção científica mundial no ano passado não é um fato isolado. Esse crescimento tem ocorrido nos últimos 17 anos, segundo dados fornecidos pelo ISI.

Crescimento em 17 anos
De 1981 a 1998, a participação em revistas indexadas no ISI de trabalhos de cientistas do Brasil em relação ao total mundial teve um crescimento de 156,8%.
Esse crescimento foi cerca de 2,6 vezes maior que o do total da produção internacional de publicações científicas nesse tipo de revistas no mesmo período, que foi de 60,9%.
Em 1981, foram publicados 1.911 trabalhos brasileiros em revistas indexadas no ISI. Esse número equivale a 0,44% do total mundial daquele ano, que foi de 435.967 publicações.
No ano passado, houve 7.918 estudos publicados por pesquisadores do Brasil nas revistas cadastradas no ISI, que corresponderam a 1,13% dos 701.526 artigos de todo o mundo.

Períodos de queda
Nesses 17 anos, só houve diminuição da produção brasileira de artigos científicos divulgados por revistas do ISI em 1993, quando o total anual de 4.502 trabalhos foi 3,1% inferior ao de 4.642 do ano anterior.
Nesse mesmo ano, a produção internacional de trabalhos científicos em revistas indexadas teve queda menor que a do Brasil. Os 600.253 trabalhos publicados em 1993 corresponderam a 1,5% menos que os 609.378 de 1992.
Outros períodos de queda do número de publicações foram 1986-1987, em que os totais anuais variaram de 504.113 para 502.444, e 1983-1984, em que a variação foi de 454.979 para 454.794. (MAURÍCIO TUFFANI)

Para saber mais:

“O Perfil da Ciência Brasileira”. Leopoldo De Meis e Jacqueline Leta. 1996. Universidade Federal do Rio de Janeiro.

“Ciência e Educação: O Conflito Humano-Tecnológico”. Leopoldo De Meis. 1998. Academia Brasileira de Ciências. Rio de Janeiro

Site do ISI (Institute for Scientific Information)

Site do Scielo (Scientific Electronic Library), uma biblioteca virtual online sobre revistas científicas brasileiras


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