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Como candomblé e samba forjaram a cultura popular carioca, segundo Roberto Moura

Autor, que relança clássico sobre a história negra do Rio, discute o legado de Tia Ciata e projetos na zona portuária

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Eduardo Sombini

Doutor em geografia pela Unicamp, é repórter da Ilustríssima

"Tia Ciata e a Pequena África no Rio de Janeiro", publicado no início dos anos 1980, se tornou um dos livros pioneiros a olhar para as raízes africanas da cultura popular carioca.

A obra, relançada pela Todavia em uma edição revista e atualizada, reconstitui as condições de vida de africanos escravizados e negros libertos na antiga capital, de meados do século 19 às primeiras décadas do século 20, especialmente da comunidade baiana da cidade.

Tratava-se de uma vida subalterna, que ia da brutalização à extrema vitalidade, escreve o cineasta Roberto Moura, e ganhava coesão com a capoeira, o candomblé e o samba, expressões culturais que se tornaram bases da ideia de brasilidade.

Neste episódio, o autor discute a paisagem cultural da Pequena África e apresenta a trajetória de Ciata (Salvador, 1854 - Rio de Janeiro, 1924), filha de Oxum, rainha do Carnaval e do samba e dona de uma casa na Praça Onze que abrigava as festas mais importantes da comunidade e se transformou no celeiro de uma geração pródiga de músicos, como Pixinguinha, Donga e João da Baiana.

Retrato de Roberto Moura, autor de 'Tia Ciata e a Pequena África no Rio de Janeiro' - Divulgação

A gente vai ver estes personagens surgindo no Rio de Janeiro, os caboclos, os exus. Os exus vão contar a história desses homens alforriados que vieram para a capital em busca de alguma coisa e vão encontrar um mercado de trabalho fechado e vão ter que buscar formas [de sobreviver], até na marginalidade. Esse encontro do panteão dos orixás e do panteão das entidades dos bantos vai criar o que eu chamei de uma grande religião negra nacional, que, naquele momento em que eu escrevi o livro, vivia uma situação muito diferente

Roberto Moura

cineasta e autor de 'Tia Ciata e a Pequena África no Rio de Janeiro'

O Ilustríssima Conversa está disponível nos principais aplicativos, como Apple Podcasts, Spotify e Stitcher. Ouvintes podem assinar gratuitamente o podcast nos aplicativos para receber notificações de novos episódios.

O podcast entrevista, a cada duas semanas, autores de livros de não ficção e intelectuais para discutir suas obras e seus temas de pesquisa.

Já participaram do Ilustríssima Conversa Celso Rocha de Barros, que falou sobre a história e os desafios futuros do PT, Christian Lynch, autor de livro sobre Bolsonaro e o populismo, Juliana Dal Piva, repórter que vem investigando suspeitas de corrupção da família Bolsonaro, Viviane Gouvêa, que discutiu a história da violência estatal contra grupos marginalizados, Esther Solano, socióloga que discutiu o que pensam as mulheres bolsonaristas moderadas, Vagner Gonçalves da Silva, antropólogo que pesquisa as mitologias de Exu, Marcos Nobre, que denunciou o projeto golpista de Bolsonaro, Jean Marcel Carvalho França, pesquisador da história da maconha no Brasil, Vincent Bevins, autor de livro sobre massacres da esquerda durante a Guerra Fria, Rodrigo Nunes, que discutiu as raízes do bolsonarismo, entre outros convidados.

Imagem da Tia Ciata no barracão da escola de samba Grande Rio, no Rio de Janeiro - Raquel Cunha/Folhapress

A lista completa de episódios está disponível no índice do podcast. O feed RSS é https://folha.libsyn.com/rss.

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