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Pereio, ícone rebelde do cinema, prefere livros e silêncio aos 83

Ator pacificou suas inquietações ao se mudar para Retiro dos Artistas, em 2020

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Claudio Leal

Jornalista e mestre em teoria e história do cinema pela USP

[RESUMO] Um dos principais atores do cinema brasileiro, imponente tanto em obras de vanguarda quanto em pornochanchadas, Paulo César Pereio transformou-se em um personagem indissociável da figura que se projeta nas telas. Rebelde, genioso, dono de voz poderosa, fez da vida um palco de anarquia e lirismo que exasperou pessoas próximas e seduziu o público. Há três anos, saiu de cena ao trocar vida desregrada em São Paulo pelo Retiro dos Artistas, no Rio, onde purgou seus demônios na companhia de leituras e do silêncio.

Em uma das casas coloridas do Retiro dos Artistas, na zona oeste do Rio, reside um leitor de Machado de Assis. No início de 2020, incapaz de viver sozinho, o ator Paulo César Pereio deixou sua cobertura em São Paulo e se mudou para o espaço no bairro da Pechincha.

A chegada causou alarido na instituição fundada em 1918, que acolhe artistas idosos que passam por dificuldades financeiras e emocionais. A presença de Pereio animou em vão os artistas da vila, e alguns se arriscaram em visitas de boas-vindas, gritando seu nome na porta. O ator se irritou com a romaria e pediu para darem o fora. "Existe a solitude e a solidão", ele me disse, recém-desperto, de frente para Thomaz Velho, um de seus quatro filhos.

O ator Paulo César Pereio no Retiro dos Artistas, onde mora atualmente, no Rio - Eduardo Anizelli-24.mar.23/Folhapress

Aos 83 anos, Pereio prefere os livros e as caminhadas em silêncio. A solitude. "Eu tenho lido Machado de Assis. A grande mudança de Machado, para mim, é ‘Quincas Borba’. O estilo não muda. Muda a cabeça dele. Ele se aprofunda nos personagens."

Do Retiro ele sai pouco. Em 8 de outubro, no Festival do Rio, foi à pré-estreia do documentário "Pereio, Eu Te Odeio", dirigido pelo quadrinista Allan Sieber e por Tasso Dourado, que apresentam um artista cujo folclore pode conter uma definição profunda de seu ser.

Os relatos de amigos não deixam de dimensionar as contribuições do ator de estilo ultrapessoal para o cinema brasileiro. O documentário ficou parado mais de dez anos e encontrou sua linguagem no próprio embaraço de Sieber em capturar o personagem.

Em nosso encontro no retiro, Thomaz fala do pai como o melhor dos companheiros para festas e conversas e de seu fascínio sobre os amigos mais jovens, apesar das oscilações de temperamento. Nesse dia, a tradicional casmurrice estava intacta, mas ele não exercia a velha propensão aos monólogos. Suas frases eram breves, como breve foi sua primeira fala de ator profissional.

"O senhor Godot mandou dizer que não virá hoje à tarde, mas virá amanhã com certeza." O aviso do menino mensageiro de "Esperando Godot", de Samuel Beckett, marcou sua estreia nos palcos em dezembro de 1958, com o Teatro de Equipe, em Porto Alegre, ao lado de Paulo José e dirigido por Luiz Carlos Maciel.

O jovem gaúcho era inspirado pelo ator americano Humphrey Bogart. Assim como o ídolo machão, Pereio jamais resistia a um impulso, especialmente se fosse terrível.

Sua carreira ganhou visibilidade com o movimento do cinema novo. Ele se destacou em "Os Fuzis" (1964), de Ruy Guerra, e "O Bravo Guerreiro" (1968), de Gustavo Dahl. Seu rosto belo e rude aparece em "Terra em Transe" (1967), de Glauber Rocha, na cena traumática em que o operário Jerônimo tem a boca tapada pelo poeta Paulo Martins.

"Conheci Glauber no Rio quando eu estava dublando ‘Os Fuzis’. Não, eu não dublei ‘Os Fuzis’, me dublaram. Mas fui bem dublado. Era para ser sacanagem comigo. Foi inimizade [do Ruy Guerra]. A gente brigou. As pessoas ficavam inimigas. Era uma coisa ranzinza. Meio rabugem. É como Machado de Assis chama: rabugem." No ano passado, Guerra voltou a filmar com o ator no filme "A Fúria", ainda não lançado.

"Eu me formei a mim mesmo, me construí", Pereio afirmou em seu quarto no retiro, recusando a filiação a métodos. Nunca assumiu a briga de nenhuma patota do cinema e resguardou a personalidade flutuante e inadequada. No chamado ciclo marginal, integrou o elenco dos longas "Sagrada Família" (1970), de Sylvio Lanna, "Bang Bang" (1971), de Andrea Tonacci, e "Bandalheira Infernal" (1976), de José Sette.

"A minha maior lembrança do genioso ator é sua postura sempre revolucionária em frente à câmera", diz Sette. "No meu filme ‘Bandalheira’, além de atuar, ele colocava gasolina no carro e ainda pagava o lanchinho da moçada. Ele sempre acreditou no cinema poético de arte."

A partir da década de 1970, Pereio continuaria a integrar os projetos de diretores cinemanovistas, como Joaquim Pedro de Andrade em "Os Inconfidentes" (1972), Cacá Diegues em "Chuvas de Verão" (1978), Walter Lima Jr. em "A Lira do Delírio" (1978) e Arnaldo Jabor em "Toda Nudez Será Castigada" (1973) e "Eu Te Amo" (1981).

A diversidade de escolas estéticas compõe sua filmografia suprapartidária. Ele colaborou ainda com Hector Babenco em "Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia" (1977), Neville d’Almeida em "A Dama do Lotação" (1978) e Sergio Bianchi em "Jogo das Decapitações" (2013). Pereio não rejeitou a pornochanchada. Em "As Loucuras de um Sedutor" (1975), de Alcino Diniz, seu personagem diz que "a mandioca tem razões que a própria razão desconhece".

O gesto de ser um ator na vida e erguer um palco em todos os lugares exasperou os amigos e viciou o público, que foi a peças e filmes atrás do aroma estranho de Pereio. Em 2016, na peça "Criança Enterrada", de Sam Shepard, dirigida por Mário Bortolotto no Cemitério de Automóveis, era evidente a fusão entre personagem e personalidade, um procedimento que atingiu seu ápice no caminhoneiro de "Iracema – Uma Transa Amazônica" (1975), um de seus filmes favoritos.

"Só no primeiro dia de filmagem a gente descobriu que Pereio não sabia dirigir. Ele se justificou: se eu avisasse, vocês não me aceitariam", lembra Orlando Senna, codiretor do filme com Jorge Bodanzky. "Ele é o responsável por boa parte do sucesso do ‘Iracema’. O personagem era um cara rebelde. Antes de tudo, um rebelde nas suas relações pessoais. Pereio tinha um perfil que nos interessava para o papel de Tião Brasil Grande. Tem um estilo pessoal de atuar."

A ausência de piedade cristã orienta o pensamento do ator em tempo integral. Durante alguns anos, ele propôs, com respeitável fracasso, a implosão do Cristo Redentor no alto do Corcovado. Em São Paulo, na década anterior à partida para o retiro carioca, suas vivências misturavam loucura, lirismo, anarquia e agressividade.

Era maio de 2017. No bairro oriental da Liberdade, a um quilômetro de sua casa, Pereio explicava seu método de escolher a comida japonesa sem um cardápio. Sentado à mesa, ele hostilizou a minha tentativa de leitura do menu. "Ah, você vai comandar? Se vai comandar, tudo bem. Eu não peço", protestou. "Eu conheço todo o mundo aqui. O garçom é quem administra", disse, devolvendo poderes plenos ao funcionário. "Você manda. Pode ir trazendo as coisas."

Com raiva, Pereio fincaria mais uma bandeira. "Você não confia em garçom, mas eu confio." Em poucos minutos, a mesa estaria coberta por um barco navegável de sushis e sashimis. O ator seguiu alheio ao taxímetro gastronômico e iniciou uma tese de que "a maconha não bate onda, o que pega é a cachaça".

Três meses antes, na padaria Basilicata, outra lógica imperava. Ele estava no comando, não o garçom. Longos minutos se passaram até que pedisse um café latte e um sanduíche de presunto a não caber na boca. Pereio mordia e sujava a calça rosa e os dois casacos azuis.

Paulo César Pereio, no Retiro dos Artistas, onde mora atualmente, no Rio - Eduardo Anizelli/ Folhapress

"Não tem mais escolas. São curadorias", ele explanava à artista portuguesa Manuela Pimentel, em visita ao Brasil. Vez ou outra sua cabeça despencava e seu queixo tocava a base do pescoço. Os olhos saíam da órbita e expressavam ênfase ou fastio com a conversa. Sem saber de sua fama, uma garotinha de uns 6 anos se aproximou e pediu um pão. "Não!", ele gritou com seu timbre grave. Em uma inversão de clima, de súbito ameno, ofereceu um pedaço mordido de seu sanduíche, com tomate, azeite e presunto salivados.

"Não quero seu pão!", ela reagiu. Pereio lamentou a deseducação da menina e retomou a conversa. "A originalidade é uma reunião de vários clichês", acrescentaria em seu monólogo de padaria. Apesar da força bruta, ele transparecia erudição em pintura, poesia, romance, música popular, cinema, teatro e política.

Em 2011, acompanhando o cineasta baiano José Walter Lima na exposição "Pinturas Cegas", de Tomie Ohtake, em Pinheiros, Pereio olhou todos os quadros em cinco minutos. "Mestra da pintura, mestra da pintura", repetia como refrão, apressado em ir ao restaurante Dona Onça, no centro. "Vamos para o edifício Copan, do grande arquiteto Oscar Niemeyer", pediu ao taxista, com amabilidade.

O motorista se perdeu na referência, e Pereio ficou raivoso com a minha explicação mais bem-sucedida de que era um prédio em frente à casa noturna Love Story. "O Love Story é que fica em frente ao Copan!", esbravejou.

Mais calmo, na mesa do Dona Onça, ele descreveu os desenlaces da Campanha da Legalidade, em 1961, na qual compôs um hino em defesa da posse de João Goulart, a pedido de Leonel Brizola. "Pereio?", uma mão bateu em suas costas. "Você gosta de poesia?", perguntou uma jovem escritora. Seu berro silenciou o restaurante: "Que pergunta idiota! Minha casa é forrada de poesia. Pound, Eliot, Cabral, Drummond!".

O jornalista Palmério Dória e o escritor Xico Sá eram seus parceiros frequentes em bares e mesas de sinuca de São Paulo. Uma noite, na rua Augusta, caminhando com Palmério, o ator repreendeu o pedido de esmola de um mendigo: "Você não tem o direito de interferir em minha vida". Palmério ficou inconformado. "Porra, Pereio, você é o autor do Hino da Legalidade. Não pode fazer isso."

No entanto, não havia nele o menor apego a dinheiro. Podia telefonar aos mais íntimos, como Palmério, e perguntar se passavam por privações, para dividir seus cachês. Nem era insensível. Chorava a morte de amigos e ficou em desalento ao saber da perda de Andrea Tonacci, em 2016. Mas, a qualquer fã emotivo, pedia: "Me ame menos".

Na Editora do Bispo, em 2006, Pinky Wainer e Xico Sá contaram com as simpatias do ator para lançar a coletânea "Por que se Mete, Porra? Delicadezas de Paulo César Pereio", organizada por Lara Velho, sua filha.

O volume reúne desenhos, fotos, poemas, bilhetes, cartas de amor. Diz um poema: "Porra! Como te esperei/ Fui à sinuca, ganhei todas/ Das três e meia às cinco/ Joguei com um parceiro trapalhão/ Chegou o Pingo. Ganhei todas./ Desisti de ouvir tua voz./ O que nós diríamos? Ah!/ O timbre da tua voz./ Comecei a jogar muito mal. Decaí./ Orfeu descendente".

"Ele tem uma essência muito boa. Criou esse personagem do Pereio cafajeste, mas ele não é assim. Ele gosta que tenham medo dele. Se você ultrapassa essa primeira barreira, mostra que não tem medo nenhum, ele cai de quatro, apaixonado", diz a atriz Cissa Guimarães, sua ex-esposa.

Aos 17 anos, ela se impressionou com a voz dele em uma publicidade de TV ("Um público maior para um teatro maior. Você é a pessoa mais importante do teatro") e pouco depois a reconheceu no bar Antonio's, em uma mesa com a amiga Luciana de Moraes. Por 15 anos, viveria com o dono da voz.

"A gente tinha uma dificuldade muito grande de se separar, porque tinha uma paixão, um amor grande. Mas começou a se transformar em uma relação muito difícil. Aí eu vi, claramente, que era melhor para nós, para nossos filhos, que a gente se separasse, porque começou a diluir, enferrujar. Virava uma coisa um pouquinho doente", reconhece a atriz.

A fama crescente de Cissa ajudou a desgastar o casamento. Pereio ficava irritado se pedissem autógrafos à mulher e o ignorassem. "Não existe receita para Pereio. Você não sabe o que pode esperar. Está carinhoso, chega cheio de presentes e depois diz que você é uma merda. É saber que ele é assim. Ele é muito carinhoso. Nossa, tive momentos de amor com Pereio, tempos inteiros de amor."

"Nossa separação não dá certo", brincava o ator a cada regresso. As novas encrencas não tardavam. Com o carro de Cissa, ele foi a uma boca de fumo, no morro do Cerro-Corá, no Cosme Velho, e decidiu beber em um boteco, deixando o freio de mão mal engrenado. O automóvel despencou na ribanceira e caiu em cima da caixa de luz na pista descoberta do túnel Rebouças. O trânsito do Rio travou.

Não era sua primeira manobra ousada. O ator Sérgio Mamberti gostava de lembrar que, em 1969, na véspera da inauguração da avenida 23 de Maio, em São Paulo, Pereio se antecipou às autoridades e invadiu a pista com seu carro.

O jeito irresponsável teve destaque na mídia nacional em 1994. Pereio ficou uma semana preso por não pagar a pensão alimentícia dos dois filhos com Cissa, Thomaz e João. Em entrevista à Playboy, em 2006, ele explicou sua estratégia para ganhar liberdade. "Saquei que a Cissa tinha a chave da cadeia, e só falei bem dela, disse que ela tinha toda a razão. Ela sempre teve bronca de escreverem o nome dela errado, Cissa com cedilha. Em uma das entrevistas, falei: ‘É Cissa com dois esses, bota aí que eu estou dizendo isso’. Nesse dia, ela mandou me soltar", contou.

"Tenho grande admiração por Pereio, mais como ator do que como pai", afirma Cissa. "Ele não tem responsabilidades. Ele é uma criança. Não consegue ter responsabilidades paternas que são extremamente necessárias. Essa foi uma das maiores razões de eu ter me separado."

A destreza nas inflexões da voz, a intimidade com a arte poética e a experiência de locutor levam a suas interpretações a consciência do poder da palavra. Sua técnica vem do cotidiano, da auto-observação, sem a construção psicologizante do personagem, que se converte no próprio ator.

Essa característica não o afastou do contágio de estilos de representação. De forma indireta, ainda que pelos poros, ele absorveu Stanislavski e Brecht através de Luiz Carlos Maciel, Gerd Bornheim, Antônio Abujamra e Fernando Peixoto, em Porto Alegre, e esteve exposto ao coquetel de influências teóricas de José Celso Martinez Corrêa, seu diretor na peça "Roda Viva", em 1968.

O cineasta Neville d’Almeida recorda sua repulsa a sugestões de diretores. "Ele era um gaúcho bonito, desbocado, talentoso, impetuoso. Não aceitava qualquer orientação. Tinha personalidade forte, mas filmou com os maiores diretores do Brasil. É difícil você filmar com Glauber e Ruy Guerra, que eram antagonistas. Todos queriam Pereio. Era agressivo. Com o tempo, ficou manso", diz Neville, que se hospedava na cobertura paulistana do amigo.

A imagem tradicional de uma cobertura sugere um espaço confortável, acima da algaravia urbana, com piscina, bela vista e plantas ornamentais. A cobertura de Pereio no Bixiga, cinza e árida, destruía essa mística. Em agosto de 2019, sentado em meio à confusão de sua sala, Pereio lembrou sua cidade natal, a pequena Alegrete, onde também nasceram o poeta Mário Quintana, o diplomata Osvaldo Aranha, o ator Walmor Chagas e o técnico João Saldanha.

"Alegrete é quase Argentina. Eu não saí. A minha família saiu. Meu pai se deslocava muito, porque era milico e aquele negócio de militar da Revolução de 1930 e atos de bravura. Ele não seguiu carreira militar, mas tinha um soldo."

"Chego a Porto Alegre com dez anos. Tive atração pelo teatro. O café na rua dos Andradas era onde se reuniam os intelectuais de Porto Alegre. Era o pessoal de teatro, que estava apaixonado por cinema. Mas não se fazia filme lá. Havia o P.F. Gastal [crítico e cineclubista]. Era um homem maravilhoso, mas ele não estimulou nenhuma produção de cinema."

Paulo Cesár Pereio no papel do rabino Simeão da novela “Jesus”, da Record, em 2018 - Reprodução/Instagram/jesus

"Não tinha rede de televisão. A gente via Cacilda Becker, Walmor Chagas e a puta que pariu nas excursões que eles faziam em Porto Alegre. O Theatro São Pedro não tinha uma companhia estável. Morava lá uma porrada de famílias. O pessoal da pesada do teatro era estranho. Os maquinistas eram de uma extração mais popular. De repente o cara comia uma atriz ou ficava muito amigo de um ator. Aí levava a família para lá. Pai, mãe e filhos moravam no teatro [antes da reforma nos anos 1970]. Era uma ratoeira."

Naquele dia de agosto, quatro anos atrás, o ator se revelava em desamparo. "Estou desempregado. Eu fiz uma novela na Record e estou querendo pedir emprego lá. Na Globo vai ser difícil. Estou muito pichado, bicho. Fiz muita merda. Mas me equilibro com locuções. Está difícil. Mas estamos aí, tocando o barco", ele disse, piscando o olho. "Levante a minha bola no jornal."

Noutra manhã, parecia inconformado com o sumiço de um livro de Kafka, após a limpeza de uma diarista. Dessa vez, não havia solitude. Era solidão, e fazia frio. Ele foi ao quarto escolher um velho casaco e descobriu em seu bolso um maço de euros, os proventos de uma viagem em 2018 ao Marrocos, onde interpretou o rabino Simeão da novela "Jesus", da Record. Havia o equivalente a R$ 5.000. Sugeri um câmbio imediato. "Não. Vou esperar a moeda valorizar", contestou.

O Retiro dos Artistas pacificaria suas inquietações dois meses antes do início da pandemia de Covid-19, em 2020. Abraçado por filhos e cuidadores, Pereio deixou São Paulo para trás. Na varanda de sua casa, ele diz que pensa em falar muitas coisas aos velhos amigos, mas, na hora de expressá-las, nada lhe vem à cabeça.

Pereio, Eu te Odeio

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