Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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'Jogo do ano' entre Palmeiras e Atlético-MG foi decepção do ano

Equipe mineira até buscou a vitória, enquanto a paulista apenas não quis perder

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À medida que a temporada se aproxima do fim, aparecem certos jogos chamados de “jogo do ano”.

O entre Palmeiras e Atlético Mineiro surgiu como o primeiro deles em 2021.

O 0 a 0 não foi o maior responsável pela frustração diretamente proporcional à expectativa, porque há empates eletrizantes sem gols.

Palmeiras e Atlético-MG empataram em 0 a 0 - Andre Penner/Reuters

A decepção ficou mesmo por conta do jogo, cuja única emoção para valer acabou por ser o pênalti chutado na trave dos pés de Hulk, ironicamente quem mais se movimentou em busca da vitória, apesar de em noite pouco inspirada.

Verdade que o Galo jogou melhor, quis vencer o Palmeiras que apenas não queria perder.

Também não é mentira que o Palmeiras sobreviveu ao adversário que lhe é superior, embora tenha se limitado às velhas ligações diretas e a deixar enormes espaços entre a defesa, o meio de campo e o ataque, a ponto de Raphael Veiga e Dudu simplesmente terem desaparecido —como sujeitos ocultos do português.

Abel Ferreira e Cuca só não repetiram a chatice da final passada da Libertadores entre Palmeiras e Santos porque, diferentemente da covardia santista naquele jogo, o Galo tentou manter o estilo de jogo que vinha dando certo.

O favoritismo mineiro se mantém para o jogo de volta no Mineirão com público, embora se sofrer um gol terá de fazer dois. E se há sete jogos sua defesa está invicta na Libertadores, também faz tempo que o Palmeiras não perde fora de casa no torneio continental, há 14 partidas desde 2019.

O sábado (25), pelo Campeonato Brasileiro, será complicado para ambos os times: o Palmeiras terá o Dérbi em Itaquera e o Atlético visitará o São Paulo.

Cuca não tem poupado os titulares, mas já perdeu Savarino e ficou sem Diego Costa.

Abel Ferreira roda mais o elenco e o tem completo, embora saiba como é problemático perder para o Corinthians, mesmo que ainda pior venha a ser a eliminação na Libertadores.

Enfim, Palmeiras e Atlético ficaram devendo, e muito, aos torcedores em geral, todos sedentos por bons espetáculos, cada vez mais raros por aqui.

CPI da Chape

Instalada ainda em fins de 2019, a chamada CPI da Chapecoense acabou interrompida pela pandemia, com a aceitável justificativa de que não poderia continuar presencialmente.

A justificativa deixou de fazer sentido e nem por isso o Senado dá notícia de por que não continua.

O presidente e o relator, os senadores Jorginho Mello (PL-SC) e Izalci Lucas (PSDB-DF), estranhamente renunciaram aos seus postos depois de surfarem na onda da comoção nacional em torno do voo assassino que matou 71 pessoas.

Com o que festejam duas poderosas $eguradoras multinacionai$, a japonesa Tokio Marine e a britânica AON Benfield, além da famigerada companhia aérea LaMia.

É inaceitável que restem impunes os responsáveis pela tragédia e que as famílias dos mortos não sejam atendidas em suas reivindicações.

Doloroso ainda saber que essas famílias, diante da devastação que atinge quase outras 600 mil pelo país afora, estejam eticamente em silêncio para evitar comparações.

Pois não há motivo para haver constrangimentos, ao contrário. Tanto quanto na CPI da Covid é obrigatório que se vá até o fim.

Quem mais?

Com Rogério Caboclo justamente liquidado, falta saber se serão punidos também os cartolas que sabiam e acobertaram os assédios na CBF.

Alguns já saíram, mas outros permanecem na Casa Bandida.

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