Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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Descrição de chapéu violência

Tarcísio será denunciado à ONU por operações mais letais da história de SP

OUTRO LADO: Governo diz que forças de segurança são legalistas e não toleram 'excessos, indisciplina ou desvios de conduta'

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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), será denunciado ao Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) pela escalada da violência policial na Baixada Santista, no litoral paulista.

A queixa será apresentada pela Conectas Direitos Humanos e pela Comissão Arns nesta sexta-feira (8), durante reunião do colegiado em Genebra, na Suíça. No discurso que será lido, Tarcísio será citado como responsável por deliberadamente investir "na violência policial contra pessoas negras e pobres".

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, participa de envento no Batalhão da Rota, na capital paulista - Zanone Fraissat - 16.out.2023/ Folhapress

"O governador Tarcísio de Freitas promove atualmente uma das operações mais letais da história do estado: a Operação Escudo", afirma o documento, obtido pela coluna. "Há denúncias de execuções sumárias, tortura, prisões forjadas e outras violações de direitos humanos, bem como a ausência deliberada de uso das câmeras corporais."

Embora o Governo de São Paulo já tenha sido denunciado às Nações Unidas por causa da atuação policial no litoral, essa será a primeira vez em que o político bolsonarista é implicado diretamente em uma denúncia feita junto ao órgão.

Procurado pela coluna para comentar a denúncia, a gestão estadual afirma, em nota, que está comprometida com a proteção da população e com a correta aplicação das leis vigentes.

"As forças de segurança do estado são instituições legalistas que operam estritamente dentro de seu dever constitucional, seguindo protocolos operacionais rigorosos. Não toleram excessos, indisciplina ou desvios de conduta, sendo todas essas práticas rigorosamente investigadas e punidas pelas corporações", diz.

Palco da Operação Escudo no ano passado, até então considerada a mais letal desde o Massacre do Carandiru, a Baixada Santista agora é tomada pela Operação Verão, que já deixou ao menos 39 mortos.

A ofensiva foi iniciada após a morte do soldado da Rota Samuel Wesley Cosmo, 35, no dia 2 de fevereiro, e registra um número de óbitos superior ao de 40 dias de Operação Escudo.

Na época, 28 pessoas foram mortas depois que o também soldado da Rota Patrick Bastos Reis, 30, foi assassinado. Mesmo com nomes diferentes (Verão e Escudo), as investidas dos policiais são semelhantes, ocorrendo principalmente nas periferias das cidades litorâneas de Santos, São Vicente e Guarujá.

A Conectas e a Comissão Arns pretendem pedir ao Conselho de Direitos Humanos da ONU que provoque o Estado brasileiro a estabelecer medidas de controle à violência policial no estado de São Paulo.

Solicitarão, ainda, que seja recomendado o uso sistemático de câmeras corporais, e que todos os agentes públicos e a cadeia de comando envolvida na prática de abusos e de execuções sumárias sejam investigados de forma independente e responsabilizados.

NOITE DE GALA

O ministro da Defesa, José Múcio, e sua mulher, Vera Brennand, prestigiaram o concerto "Sinfonia na Paulista", apresentado pela Bachiana Filarmônica Sesi-SP no Centro Cultural Fiesp, em São Paulo, na noite de quarta (6). Uma composição do chefe da pasta, "Revés", foi executada pela orquestra sob a batuta do maestro João Carlos Martins, que recebeu no palco o músico e atleta paralímpico Marquinhos. O médico cardiologista Roberto Kalil Filho se apresentou com seu saxofone, e o escritor e ex-secretário Gabriel Chalita recitou um poema.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH; colaborou LUANA LISBOA

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