Veja dicas para aliviar diferentes tipos de dores nas costas

Edição da newsletter Cuide-se explica quais os principais focos de tensão no corpo e as recomendações para evitar dores

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São Paulo

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Casos de dor nas costas explodiram durante a pandemia

Assim como outros problemas de saúde, como a falta de sono e o sobrepeso, a pandemia fez explodir o número de pessoas que se queixam de dores nas costas. Os números variam e não é tão fácil assim calcular para cada país ou região, mas a OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que cerca de 80% das pessoas em todo o mundo vão sentir dores nas costas em algum momento de suas vidas.

É verdade que há algumas dores e complicações que são crônicas ou genéticas, enquanto outras podem ser facilmente tratadas com a mudança de postura ou exercícios físicos. De qualquer forma, em 2022, houve um aumento de mais de 60% de relatos de queixas posturais de acordo com um estudo feito por uma operadora de planos de saúde.

Em geral, as queixas posturais se concentram na região lombar –lombalgia– ou cervical –cervicalgia–, que também representam os dois principais focos de tensão no corpo.

Lombalgia, cervicalgia e dorsalgia são os principais tipos de dores nas costas - Personare

As dores nas costas podem representar uma verdadeira epidemia de saúde, reduzindo a qualidade de vida e contribuindo para custos enormes com fisioterapia e tratamentos.

Além disso, elas podem ser ainda mais agudas em algumas condições, como em mulheres gestantes, pessoas com problemas de articulação, idosos ou portadores de doenças reumáticas, como a espondilite anquilosante, uma das principais causas de incapacidade em jovens de até 45 anos.

Veja abaixo alguns dos principais tipos de dores nas costas e dicas de como aliviá-las –claro, quando não for uma causa específica que requer atendimento médico direcionado.

Lombalgia

Um estudo publicado recentemente na revista científica The Lancet Rheumatology apontou que os casos de lombalgia (dor na lombar) podem crescer um terço até 2050 em todo o mundo. Até 2020, 619 milhões de pessoas em todo o mundo tinham dores na lombar; esse número cresceu nos últimos três anos, podendo chegar a 843 milhões em 2050.

Segundo os autores do estudo, esse número preocupa pois a dor na lombar é uma das principais causadoras de anos vividos com incapacidade (saúde abaixo do considerado como adequado), e pode trazer impactos econômicos sérios, inclusive para o Brasil.

  • A estimativa é que a cada ano sejam perdidos cem dias de trabalho por habitante em razão de lombalgia no país.

Para aliviar as dores na lombar, o primeiro ponto crucial é a postura. Passar horas sentado em frente ao computador em posições desconfortáveis ou pouco ergométricas prejudica a condição. Realizar pequenos alongamentos, pausas e correções das posturas são algumas das dicas para reduzir a lombalgia.

Além disso, os especialistas recomendam sempre a importância da prática de atividade física para fortalecimento da região conhecida como "core" (ou centro) do corpo, que compreende tanto a região lombar quanto abdominal.

Exercícios que fortalecem os chamados músculos profundos abdominais, como agachamentos, pranchas, ponte de quadril e abdominais, ajudam a proteger a lombar e poupam o excesso de pressão e sobrecarga na coluna.

Cervicalgia

Usar smartphones para ler textos, enviar mensagens ou simplesmente rolar a tela podem produzir a chamada "síndrome do pescoço de texto" (text neck syndrome, em inglês), que é uma sobrecarga na musculatura e nas articulações vertebrais, que pode ocasionar em dores na nuca e até ombros. Segundo um estudo publicado no periódico científico Applied Ergonomics, cerca de 68% dos usuários de smartphones sofrem com cervicalgia.

Para reduzir esse tipo de problema, os médicos recomendam uma postura adequada e evitar ficar com o queixo abaixado, provocando pressão na nuca, enquanto usamos smartphones ou tablets. No caso de computadores, é importante que a tela esteja na altura dos olhos, evitando assim a má postura enquanto trabalhamos.

Há alguns equipamentos que podem ser usados para oferecer uma melhor postura ergonômica no ambiente de trabalho, como aqueles apoios para notebooks e cadeiras com um apoio de cabeça adequado.

Novamente, f azer algumas pausas ao longo do dia e, principalmente, alongar bem a região da nuca, pescoço e ombros, podem ajudar a aliviar tensões. Em casos extremos, é preciso procurar ajuda médica, pois as dores que persistem por mais de 30 dias seguidos podem indicar algum desgaste vertebral mais profundo.

Dorsalgia

Menos associada ao tipo de trabalho remoto e sedentário, as dores na região dorsal da coluna (basicamente, o centro da nossa coluna, entre o pescoço e a lombar) podem ser provocadas por posturas inadequadas, principalmente o andar curvado, e também por esforço físico intenso, como carregar peso em excesso ou tentar levantar um objeto muito pesado provocando pressão nas costas e joelhos.

Diversas causas podem estar relacionadas às dores nas costas, inclusive se for algum dano muscular ou esquelético. É sempre importante procurar um atendimento médico adequado para entender as causas da dor na região dorsal e buscar tratamentos específicos.

No caso de dores que irradiam dos ombros até a região do trapézio (músculo que se estende pela parte posterior do pescoço, superior e dorsal dos ombros e parte superior do dorso), elas podem também ser reflexo de algum exercício físico intenso não usual, como praticar alguma atividade diferente. É importante nesse caso a moderação para evitar uma lesão mais séria e o acompanhamento profissional com um especialista ou educador físico.

Atividades na água e ioga ajudam a aliviar tensões

Por fim, algumas das dores nas costas podem ser aliviadas com a prática de atividades físicas na água, especialmente em piscina aquecida, e com o alongamento e pilates.

  • Praticar exercícios de alongamento, como pilates e ioga, ajudam a manter uma boa flexibilidade e tônus muscular, protegendo assim a coluna vertebral;

  • A postura adequada também é um hábito saudável e pode ser atingida toda vez que sentir uma pressão muscular na coluna vertebral e região cervical;

Novidades em saúde e bem-estar

  • Um estudo conduzido nos Estados Unidos avaliou a relação de cigarros eletrônicos com a procura por outras substâncias, como maconha e álcool, por jovens. De acordo com a pesquisa, há um aumento de quase 40% na procura por maconha e no consumo abusivo de álcool em adolescentes que usam cigarros eletrônicos. Quando considerada a tendência dos jovens para fumar, o uso de cigarros eletrônicos esteve associado a um risco 40 vezes maior para o consumo de maconha e cerca de 37 vezes maior para o consumo exacerbado de álcool em pelo menos dez ocasiões ou mais. A pesquisa foi conduzida pelo Instituto Nacional de Abuso de Drogas (Nida) com 51.872 crianças e adolescentes de 8 a 17 anos entre 2017 e 2019, ou seja, antes da pandemia. Os autores reforçam que os riscos aumentados tanto para uso recreativo de maconha quanto de álcool devem ser levados em consideração para a criação de políticas mais restritivas de uso e controle dos cigarros eletrônicos nos adolescentes.
  • Caminhar 20 minutos por dia, sete dias por semana, pode levar a uma saúde do coração elevada, de acordo com nova recomendação da Associação Americana do Coração. De acordo com a resolução, diferentes tipos de atividades físicas podem proteger o coração segundo o risco (baixo, moderado ou elevado) de doença cardiovascular –já que alguns grupos populacionais, como mulheres, pessoas negras, diabéticos e pessoas mais velhas, têm maior risco para doença cardíaca. Os autores propõem avaliar os pacientes segundo o indicador chamado "os oito essenciais da vida", que consiste na análise de fatores de risco (pressão alta, colesterol, açúcar no sangue e índice de massa corpórea) e fatores comportamentais (tabagismo, atividade física, sono e dieta) para chegar ao ideal de atividade física capaz de reduzir o dano cardiológico. No cálculo, a média de 150 minutos por semana, ou 20 minutos por dia, pode ser alcançada com caminhada (moderada) todos os dias para manter a saúde do coração.
  • Cientistas do instituto Mass Olho e Ouvido, associado ao Hospital Geral de Massachusetts, Estados Unidos, conseguiram pela primeira vez reverter a surdez em ratos idosos em laboratório usando uma técnica de terapia gênica. A técnica, descrita na última semana na revista especializada Molecular Therapy, consiste em utilizar um adenovírus (vírus de resfriado comum) como vetor carregando a versão funcional do gene TMPRSS3, associado à perda auditiva. Como resultado, os camundongos que receberam o tratamento conseguiram expressar nas células da cóclea (parte interna do ouvido) o gene ligado à função auditiva e, assim, recuperar a audição. A ideia dos cientistas agora é evoluir para mais testes em laboratório e aprimorar a técnica antes de testá-la em humanos.
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