Folha contou bastidores das Olimpíadas e esteve nas 21 medalhas do Brasil

Cinco jornalistas ficaram um mês em Tóquio levando aos leitores informações exclusivas

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Tóquio

A equipe da Folha nas Olimpíadas de Tóquio esteve presente nas 21 medalhas conquistadas pelos atletas brasileiros, entrevistou personagens importantes do Brasil e estrangeiros e contou histórias exclusivas sobre o Japão antes e durante as competições.

Cinco jornalistas da Folha desembarcaram na cidade japonesa no dia 9 julho, com duas semanas de antecedência da abertura das Olimpíadas: Alex Sabino, Camila Mattoso, Carlos Petrocilo, Daniel E. Castro e Leandro Colon.

Após um período de 14 dias de restrições de acesso, devido à pandemia da Covid-19, os jornalistas passaram a cobrir com mais liberdade o evento.

Além de reportagens, a equipe enviada a Tóquio participou de lives em redes sociais e conversas no podcast Café da Manhã.

A presença dos repórteres no Japão permitiu ao jornal ter acesso a todas as arenas.

A proximidade dos locais dos eventos esportivos, mesmo em meio a um protocolo rígido de distanciamento, ajudou a levar aos leitores uma visão mais real de uma edição sem precedentes dos Jogos Olímpicos, adiados de 2020 para 2021.

O jornal acompanhou a ligação da mãe de Rebeca Andrade logo após sua medalha de prata na ginástica, contou a relação do judoca Daniel Cargnin com a mãe, os bastidores do corte de Tandara, do vôlei feminino, por suspeita de doping, revelou a desistência do tenista Bruno Soares por causa de uma apendicite e tratou do racha no skate.

A Folha entrevistou nomes que brilharam no atletismo e na natação e ainda esteve na entrevista em que a ginasta americana Simone Biles contou ao mundo que, por questões de saúde mental, sua presença nas Olimpíadas estava ameaçada.

O jornal contou os bastidores da famosa história da palavra “rocambole”, que o medalhista de ouro Hebert Conceição utilizou para substituir um palavrão, e publicou entrevista com a presidente do comitê de atletas do COI, Kirsty Coventry, 37.

Ao contrário de outras Olimpíadas, pela primeira vez era necessário reservar com um dia de antecedência o espaço de imprensa em qualquer competição. Foi uma maneira de evitar aglomerações de jornalistas nas arenas. Com a aprovação por e-mail, o repórter então estava autorizado a cobrir aquele evento.

Símbolo das Olimpíadas em placa de publicidade durante a partida entre Itália e Turquia no vôlei feminino
Símbolo das Olimpíadas em placa de publicidade durante a partida entre Itália e Turquia no vôlei feminino - Valentyn Ogirenko/Reuters

A cobertura olímpica exige um planejamento prévio e também durante os Jogos. A Folha chegou com duas semanas de antecedência devido à quarentena imposta para os estrangeiros. Assim, conseguiu estar com acesso mais livre a partir do começo das competições.

Além disso, a equipe se dividiu pelas arenas, priorizando as chances de medalhas do Brasil. O jornal esteve cobrindo e produzindo reportagens em todos os 21 pódios do país.

O jornal foi até Chiba, por exemplo, para o ouro de Ítalo Ferreira no surfe, e viajou para a ilha de Enoshima, onde relatou o bicampeonato olímpico da dupla Martine Grael e Kahena Kunze. Os leitores ainda puderam acompanhar o relato da visita da Folha a essa ilha pouco conhecida pelos brasileiros.

Nos primeiros três dias no Japão, os jornalistas tiveram de cumprir um isolamento no hotel, com permissão de saída por apenas 15 minutos para comprar refeições.

Testes de Covid foram realizados diariamente nesse período. Depois, foram mais 11 dias com restrição de circulação. Apenas visitas aos espaços oficiais dos Jogos eram permitidas.

Após o 14º dia de chegada em Tóquio, com testes negativos, os repórteres ganharam passe livre para circular pela cidade, desde que mantivessem uma rotina de testagem a cada quatro dias.

O final da quarentena coincidiu com a cerimônia de abertura, no dia 23, em que o jornal esteve presente no Estádio Olímpico.

Na cobertura da natação, a Folha entrevistou o tunisiano Ahem Hafnaoui, zebra ao levar o ouro nos 400 m livre. “É uma coisa que eu não consigo acreditar. Ainda estou meio perdido. Já ouvi que sou herói nacional. Não sei o que dizer”, disse.

A reportagem também acompanhou a prova mais rápida dos 400 m com barreiras do atletismo, na qual o brasileiro Alison dos Santos ficou com o bronze, fazendo um tempo (46s72) que lhe daria medalha de ouro em outras Olimpíadas.

O choro incontrolável de James Nyang Chiengjiek, o sudanês que correu pelo time de refugiados e caiu na volta final dos 800 m, foi relatado pela reportagem em Tóquio.

Após as competições, os jornalistas presentes nas arenas correm para as chamadas zonas mistas, área que também tinha controle de acesso devido a pandemia.

Ao sair com a medalha no peito para falar com a imprensa, a ginasta Rebeca Andrade parou em frente aos repórteres e contou que sua mãe estava telefonando. Precisava atender, afinal, do outro lado da linha Rosa cobrava uma palavra da mais nova medalhista olímpica.

“Ô mãe, peraí que eu vou dar entrevista aqui e já ligo para a senhora... Já falei, eu liguei, mas você mandou áudio”, disse, provocando risadas dos repórteres. “Está todo mundo aqui rindo da senhora, que você está me destratando”, brincou, antes de desligar. “Beijo, já te ligo, te amo, tchau.”

Nesse mesmo lugar, a Folha acompanhou in loco a entrevista em que a americana Simone Biles, maior ginasta do mundo, anunciou que abandonara a final por equipes por questões de saúde mental e indicou que não competiria dois dias depois na prova individual geral, em que Rebeca levou a prata.

A Folha contou, por exemplo, a relação de Daniel Cargnin, medalha de bronze no judô, com a mãe. O sol rompia a manhã, naquele dia 25 de julho, em Porto Alegre, e a mãe do judoca, Ana Rita, quedou-se no sofá e foi às lágrimas com a conquista do filho.

Filho de pais separados, Cargnin foi incentivado a entrar para o judô por Ana Rita. Quando teve que escolher onde direcionar o seu foco entre a escolinha de futebol do Grêmio e o tatame, a mãe fez o filho demover a ideia de jogar futebol. O apreço do medalhista pela mãe comoveu quase todos os jornalistas na zona mista do ginásio Budokan.

Das cadeiras da arena Ariake, o jornal entrevistou o DJ Stari, que despertou a curiosidade nas transmissões do vôlei pelo repertório de hits brasileiros, como Anitta, Pabllo Vittar, Raça Negra, Marília Mendonça, Tim Maia e dezenas de outros brasileiros.

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