Home
 Tempo Real
 Coluna GD
 Só Nosso
 Asneiras e Equívocos 
 Imprescindível
 Urbanidade
 Palavr@ do Leitor
 Aprendiz
 
 Quem Somos
 Expediente
  

Dia 28.03.02

Sombra e água fresca

O paisagista Raul Pereira se incomoda ao passar pela avenida Sumaré e ver que uma nascente que sai de um barranco é utilizada para lavar carros, para encher de água os seus radiadores ou para mendigos tomarem banho. "Um desperdício", reclama.

Dali surgiu a idéia de aproveitar a nascente para fazer um conjunto de chafarizes, um deles a ser instalado no canteiro central e transformado num ponto de encontro. "É uma das ruas da cidade em que as pessoas fazem caminhadas. É quase um ato de resistência em uma São Paulo dominada pelos automóveis", afirma Raul.

O plano, porém, ganhou dimensão maior: recuperar todos os três quilômetros da avenida Sumaré, com suas praças abandonadas e muros pichados, implantando um projeto paisagístico. Novas árvores seriam plantadas para produzir sombra aos caminhantes.

Raul conseguiu o apoio das administrações regionais da Lapa e de Pinheiros, da Emurb (Empresa Municipal de Urbanização), da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, das associações comunitárias e da iniciativa privada. As obras começam já no próximo mês em ritmo de mutirão.

A Fundação BankBoston aderiu ao projeto por meio de seu programa de intervenção urbana batizado de PraTiCidade, bancando a revitalização da praça Ana Maria Popovic, que tem uma quadra de esportes hoje abandonada; na avenida, há uma agência do BankBoston. Umas das propostas em estudo é fazer ali campeonatos de futebol e basquete para portadores de deficiência. A Secretaria Municipal do Meio Ambiente se dispôs a doar mudas de plantas.

A intervenção vai seguir o ritmo de um mutirão. Com escritório nas imediações, Rafic Farah, um dos maiores designers brasileiros, propôs-se a doar uma escultura. As centenas de praticantes de "jogging", os estudantes das escolas da região e até os aficionados de rapel, que usam o viaduto que passa por cima da avenida Sumaré, participarão de oficinas de mosaico; as peças serão usadas para adornar o canteiro central.

Grafiteiros, que já recuperam o muro embaixo do Instituto Goethe, combinando mosaicos com pinturas, vão fazer intervenções em vários pontos, coordenados por artistas plásticos.

"Queremos que todos se sintam donos do espaço porque ele vai ter a cara e a alma de seus frequentadores", sugere Raul

 

 
                                               Subir    
   ANTERIORES
c
  Dona Flor e seus sete canteiros
  Prostitutas viram modelo de civilidade
  Rua com grife
  Uma linda pedra no meio do caminho
  Professor de brinquedo
  Design da periferia
  "Patrícia, meu amor, te adoro"
  Milagre dos peixes no rio Pinheiros?
  Grafite em homenagem a Celso Daniel
  Metro mais caro do mundo é aqui
  Até a arte ficou blindada
  A psicóloga Marta e o ipê-amarelo
  A reinvenção de São Paulo
  Ao vencedor, o largo da Batata
  Fantasias paulistanas
  Artes marginais
  Conversa de bar em bar
  Gabriel Monteiro ganha favela
  Faap expõe incivilidade paulistana
  Anúncio para assaltantes