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Carlos Heitor Cony
cony@uol.com.br
  18 de julho
  Seja feita a luz
   
   

No fundo, acho que merecia. Religiões, filosofias, ideologias - todas as manifestações do espírito humano sempre me deixaram na mão, daí que nem mesmo com o avançar dos anos fiquei livre da dúvida sobre o que deveria fazer, pensar e sentir. São Paulo fala na "confusão deles próprios". Aplicando ao meu caso, sou confuso em mim mesmo.
Ou melhor, era. A partir de agora, com a fulminante chegada do Fernandinho Beira-Mar à mídia, acredito que meu tempo de dor e perplexidade chegou ao fim.
Bem verdade que houve o antecedente do Ronald Biggs, que roubou um trem em Londres e tornou-se guru aqui no Brasil. Nos cadernos de amenidades dos jornais, ele indicava os melhores restaurantes, os melhores pratos, o melhor chope. Não fiz muita fé em suas dicas, afinal, é um inglês que deve entender de chá e asma. Nada mais do que isso.
Com Fernandinho Beira-Mar dispomos de um exemplar nativo, coisa nossa, que conhece nossos macetes e pode me indicar o que de melhor devo fazer, gostar e sentir.
Além das dúvidas a que qualquer homem se permite, por exagero da carne má de que fui feito, tenho milhões de outras dúvidas, algumas suportáveis, outras abomináveis. Nunca sei onde posso comer a melhor pizza, comprar o melhor livro ( muito menos qual seria esse "melhor livro"), qual o bar que me serve o melhor uísque. Com o espaço que editores e cronistas estão abrindo para o novo Petrônio-árbitro, ficarei sabendo qual o melhor desodorante, qual a melhor atriz da TV. Nos espaços mais sérios, terei afinal as respostas que inutilmente procurei até aqui: o aborto é crime ou necessidade social? Haverá concórdia no Oriente Médio? E a Bósnia? E onde estão os ossos de Dana de Teffé?
Minha pauta de dúvidas é imensa, variada e não deixa de ser divertida. As respostas do novo guru também serão divertidas.


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