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De repente, enquanto esperava abrir um site que me interessava, percebi que duas bicicletinhas coloridas passaram de um lado para o outro na telinha. Que diabo era aquilo? Não comandara nada, acessara rotineiramente o meu provedor, enquanto se formavam letrinhas e quadrinhos coloridos ( como é poluida a tela do computador!), as duas bicicletinhas passaram, com os bonequinhos rindo para mim.
O que eles queriam dizer? Que eu esperasse mais um pouco? Mas já tem a ampulheta que faz o mesmo serviço. Ou seria uma distração suplementar, um joguinho bonitinho, engraçadinho? Enquanto aguardava o que me e interessava, surgia um cineminha para me relaxar.
Só então descobri que a linguagem da internet ainda é pateticamente infanto-juvenil. Seus games, suas bolações, suas confidências, suas perguntas e respostas, suas informações e consultas, seu visual enfim, o layout final de suas páginas é uma desoladora revistinha destinada, massivamente, a um público que digere drops, que se cansa diante de uma frase com mais de 20 caracteres e tem dificuldade de acompanhar um racionínio com mais de dois verbos.
Tudo tem de ser compactado, colorido, corrido, uma página aberta e parada, na qual nada acontece, dá sono, pede que seja deletada.
Daí as duas bicicletinhas não solicitadas que volta e meia aparecem na telinha, indo de um lado para outro, sem nada me acrescentarem de tempo ou de informação. O gênio que as bolou deve ter achado que são bonitinhas, engraçadinhas, melhoram a "qualidade de vida" do usuário.
Pode ser. A mim, elas irritam. Para me distrair, prefiro outras coisas do mundo real. Outro dia, num outro site, uma mulher pelada e virtual mostrou uma língua vermelha e sensual e perguntou se eu estava a fim dela. Mudei de site e preferi encomendar uma pizza de quatro queijos que me chegou tarde e fria.
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15/08/2000 - Amor Virtual
08/08/2000 - O anão zangado
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