Canções do mar, de estrelas, de corações partidos, do sol, das flores, da lua, do amor etc. são ingredientes prediletos da indústria fonográfica, pois, além de expressarem de maneira autêntica as sensações diárias do ser humano, ou da natureza teoricamente ao alcance de todos, compõem um repertório cantável e digerível, quer seja poético e elaborado, quer seja o chamado brega da baixa cultura.

Canções do mar falam de pescadores que partiram e não voltaram, "azul da cor do mar", "morena dos olhos d´água, tire os seus olhos do mar", "pescador, não vá pra pesca", "pescador não vá pro mar", "leva teu barco pra lá desse mar", "como uma onda do mar", "o mar quando quebra na praia é bonito", "(...) pois há menos peixinhos a nadar no mar do que os beijinhos que darei na sua boca"... Estranho é quando assuntos marítimos melodiam frases do tipo "assassinaram o camarão" ou "caranguejo não é peixe". Podemos desconhecer os mistérios do coração, mas o além-mar, além de samba, já deu muito o que falar. Mapeado na superfície e profundidade, do mar extraímos além de peixes, moluscos e crustáceos. Colocá-los à mesa nem sempre é uma tarefa fácil, pois estranhezas quanto aos métodos de preparo e segredos de manuseio das espécies ainda geram insegurança e, às vezes, bate-bocas divergentes. Esta música não é composta de uma nota só.

Então vamos lá:

Moluscos + Crustáceos + cefalópodes = frutos do mar

Moluscos = Invertebrados protegidos por uma resistente concha (como o almeijão ou berbigão...)

= Invertebrados protegidos por conchas duplas com articulações (como ostras, mariscos, mexilhões, vieiras, abalones...).

= Cefalópodes ("pés na cabeça"): assemelham-se a sacos transparentes, com cabeças e tentáculos anexos (como lulas, polvos e cuttlefish).

Crustáceos = Frutos do mar que possuem esqueleto externo e a capacidade de se locomoverem (como a lagosta, caranguejo, camarão, lagostim etc.)

Perguntas emergem na hora da compra e preparo:

Como saber se um mexilhão está realmente fresco?

Resposta: Coloque-os, sem removê-los da concha, numa panela grande com água o suficiente para cobrir o fundo. Tampe e deixe cozinhar por cerca de quatro a oito minutos (dependendo do tamanho), agitando esporadicamente a panela, até que as conchas se abram. As que permanecerem fechadas deverão ser descartadas. Os mexilhões devem estar mortos.


Por quanto tempo se cozinha um polvo?

Resposta: Os polvos pequenos devem ser cozidos em panela com uma cebola inteira, sem o acréscimo de água. Devem cozinhar no próprio líquido que desprendem, por cerca de 20 minutos, ou até que a cebola esteja cozida. A função da cebola não é a de acrescentar sabor à receita, e sim de funcionar como um termômetro, indicando o tempo de cozimento. Deixe-os arrefecer no próprio caldo para depois temperá-los. Os polvos grandes costumam ser batidos uma centena de vezes numa tábua ou mesa para que sejam amaciados. Cozinhe por longas horas em fogo brando até amaciarem.


Qual parte do caranguejo é comestível?

Resposta: A carne marrom do centro da carapaça limpa e a carne branca das garras e pernas.


Como remover a areia de mexilhões e mariscos?

Resposta: Deixe-os (quando vivos) de molho em bacia com muita água salgada fria, polvilhada com aveia ou farinha de trigo. Os mexilhões tendem a se alimentar destes cereais, liberando a areia e outras impurezas durante as suas refeições. Depois de uma hora, retire-os da água, sem movimentá-la muito, lave e esfregue bem a casca com uma escovinha. Sirva-os crus, cozidos ou preparados no vapor.


O que pode ser consumido cru?

Resposta: Ostras, mexilhões, ouriços.


Um toque: frutos do mar ficam melhores quando preparados sem rebuscamentos, com receitas simples que valorizem seus sabores peculiares e diferentes entre si, pois, já que "assassinaram o camarão ", não vamos cometer homicídio múltiplo com os nossos convidados.


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