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Esta batata que quando frita abarrota-se em guarnição de hambúrguer, quando amassada vira purê _companheiro trivial de um filé de pescada_, quando associada à gordura de galinha e cebola transforma-se em recheio de varenikes, quando cozida e associada à farinha e manteiga transforma-se num bom caminho para a confecção de nhoque e quando preparadas das mais variadas formas resulta nos mais diversificados pratos, possui, como tudo, uma história. Poucos alimentos do reino vegetal são tão completos quanto a batata. Poucos são tão consumidos em diferentes culturas quanto ela. O que seria do bacalhau murrado, do Gomes de Sá, dos indianos curries, das brandadas, do picadinho, enfim, dos franceses, com suas receitas de rösti e sauté, e dos americanos, com suas French Fries & Baked Potatoes, não fossem as próprias?
Bem, vasculhando um pouco a intimidade desse tubérculo, pode-se afirmar que batatas, antes de serem consumidas como alimento, eram cultivadas com o objetivo da ornamentação. Produzem, acima da terra, folhas verdes de onde brotam pequenos frutos semelhantes a tomatinhos amarelos, porém não comestíveis. Esta planta assemelha-se também, além do tomate, à berinjela e à pimenta.
Pode-se dizer que a batata mudou o curso da história. Foi levada à Europa da América do Sul, por volta do ano de 1570. Lá, contribuiu com calorias e nutrientes para a dieta dos pobres, numa tentativa de solucionar a questão da fome, principalmente na Irlanda.
A dependência da batata naquele país tornou-se tão grande que a crise da colheita que se abateu sobre o território em 1870 fez o povo mudar-se em massa para os Estados Unidos.
Van Gogh pintou em 1885 "Os Comedores de Batata", retratando uma família de camponeses sentados em torno de uma mesa, onde fumegava um único prato de batatas. O ambiente era sombrio, os tons escuros, e no centro uma luz iluminava os rostos e as mãos marcadas pelo trabalho e o cansaço.
A batata é o vegetal mais consumido e economicamente importante do mundo, pela contribuição que exerce quanto as suas propriedades nutritivas, além da sua facilidade de plantio e colheita.
Batatas são tubérculos ricos em carboidratos, pois o acumulam para alimentar as folhas verdes que saem do solo.
Ao contrário do que supõe e costuma afirmar grande parte das pessoas, batatas não são "engordativas" por natureza. Tornam-se, sim, quando preparadas com creme de leite, maionese, queijos gordos, manteiga e óleo.
A casca da batata é excelente fonte de fibra, ferro, cálcio, potássio, fósforo, zinco e vitamina B. É bom comê-la, quando possível, mas nunca quando tiverem a cor esverdeada. Acontece que, nesses casos, a casca carrega um alto grau de clorofila, o que sinaliza uma alta concentração de solanina, um alcalóide tóxico. Quando se pretende descascar batatas, é bom fazê-lo rente à casca, pois os maiores nutrientes concentram-se entre esta e o miolo. As batatas geralmente possuem uma quantidade mínima de solanina que não chega a ser prejudicial à saúde e contribuem para o sabor peculiar do alimento. A solanina em alta concentração só se desenvolve quando as batatas são expostas, depois de colhidas, a altas temperaturas ou luminosidade intensa.
Finalizando, batatas possuem, além de calorias, carboidratos, fibras, vitaminas B6 e C, magnésio e potássio.
Batatas "são do bem". Experimente, em vez das saturadas fritas, batatas com iogurte e salsinha, queijo cottage e ervas frescas, ou cozidas com dentes de alho e amassadas com um pouquinho de azeite extra virgem, sal e pimenta-do-reino moída na hora. Bom apetite.
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