NOSSOS
COLUNISTAS

Amir Labaki
André Singer
Carlos Heitor Cony
Carlos Sarli
Cida Santos
Clóvis Rossi
Eduardo Ohata
Eleonora de Lucena
Elvira Lobato
Gilberto Dimenstein
Gustavo Ioschpe
Helio Schwartsman
José Henrique Mariante
Josias de Souza
Kennedy Alencar
Lúcio Ribeiro
Luiz Caversan
Magaly Prado
Marcelo Coelho
Marcelo Leite
Marcia Fukelmann
Marcio Aith
Melchiades Filho
Nelson de Sá
Régis Andaku
Rodrigo Bueno
Vaguinaldo Marinheiro

Josias de Souza
josias@uol.com.br
  26 de setembro
  Entre a omissão e a cordinha
 
A democracia não é perfeita, mas a eleição é a única cordinha à disposição para puxar a descarga.

Há certas horas em que você precisa agir. Tomar uma decisão e agir. Como agora, na eleição municipal. Não se trata de uma escolha banal –com gás ou sem gás, açúcar ou adoçante... Não, não. Absolutamente.

No fundo, ao dedilhar esta ou aquela seqüência de teclas na urna eletrônica, você não estará apenas escolhendo prefeito e vereador. Estará dizendo a si mesmo e aos outros em que tipo de cidade deseja morar.

Não adianta olhar para os lados. Ali, no indevassável ermo da cabine de votação, a coisa é entre você e a urna. A decisão é individual. Irremediavelmente solitária.

O diabo é que não se pode nem alegar falta de prática. Tudo bem que nossa democracia ainda engatinha. Mas já se votou à farta. De mais a mais, ainda que você esteja no frescor de seus 16 anos, vai ter de decidir do mesmo jeito.

Bem verdade que sempre há a alternativa da fuga. Você se esconde atrás do voto nulo ou do voto em branco e que se dane o mundo. A menos que resolva se entregar, ninguém o descobrirá no refúgio de sua decisão.

Mas, sempre que for conversar com os seus botões, eles o lembrarão do gesto de covardia. E você lamentará o dia em que deixou escapar a chance de provar a uns poucos cretinos que o eleitor não é o idiota que apregoam.

Pelo menos ninguém poderá me acusar de ter ajudado a eleger um patife, argumentará você. Tolice. O voto não é infalível, claro. Mas é melhor errar por conta própria do que ter de engolir o erro enfiado goela abaixo.

Uma eleição sempre pode ser curada com outra eleição. Já o autoritarismo, ah o autoritarismo... Esse é um mal incurável.

Democracia pode não ser um regime perfeito. Mas, por ora, a eleição é a única cordinha disponível para você puxar a descarga. Ânimo. Vamos lá. A hora é essa. Se você está em São Paulo, sua responsabilidade é ainda maior. Está nas suas mãos a perpetuação do desastre ou o início da redenção.



Leia colunas anteriores
19/09/2000 - Doutrina Big Mac X Espírito de Seattle
12/09/2000 - MST (Movimento dos Sem-Transparência)
05/09/2000 - Neocolonizador
29/08/2000 -
Código para o baixo funcionalismo
22/08/2000 -
FHC II, a caída em si

| Subir |

Biografia
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A - Todos os direitos reservados.