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Amir Labaki
labaki@uol.com.br
  7 de setembro
  TV Tablóide
 

Veneza - Bem-vindo à TV Tablóide. O Festival de Veneza lança uma versão já com grife. É a telessérie "First Person" (Primeira Pessoa), realizada pelo premiado diretor americano Errol Morris.

É curioso ver as cultuadas BBC (britânica) e Bravo (americana) assinando a produção. A idéia é simples: retratar um tipo estranho e pitoresco, por meio de entrevistas, material de arquivo e, quando necessário, um pouco de reconstituição ficcional, à moda "Linha Direta" da Rede Globo.

O universo é o mesmo de "No Limite", "Survivor". "Big Brother", "Confessions". É TV à Warhol. Todo anônimo será famoso por 15 minutos.

Basta entregar-se à câmera mefistomeliana da emissora interessada. Empreste-me seu corpo e sua alma e dar-te-ei a fama. Não faltarão candidatos.

Quanto mais bizarro o personagem, melhor. Dez episódios foram aqui lançados dentro da mostra Novos Territórios (labiennale). Há um décimo-primeiro protagonista, oculto: o próprio Morris, que conduz os depoimentos por meio de um equipamento especial que apresenta seu próprio rosto numa tela que disfarça a câmera para deixar mais à vontade o entrevistado voluntário.

Sondra London namora um "serial-killer" e perdeu a virgindade com outro. Saul Kent é um obcecado pesquisador da crionização, a técnica de congelamento do corpo humano com o objetivo de uma futura ressurreição.

O funcionário público aposentado Bill Kinsley sobreviveu a um massacre na central de correios que comandava.
Ser o primeiro homem a encontrar um polvo gigante monopoliza as energia de Clyde Roper. Gretchen Worder mantém na Filadélfia um museu para deformações humanas.

Já Gary Greenberg, para sair do anonimato, tornou-se um correspondente habitual do terrorista anti-modernista Ted Kaczynski, o famoso Unabomber.
Depois do suicídio de seu enteado, Joan Dogherty abriu uma firma especializada em limpar os cenários de mortes e crimes. O advogado Andrew Capoccia ganha a vida renegociando agressivamente as dívidas alheias.

Por sua vez, Antonio Mendez orgulha-se de 25 anos de serviços para a CIA como um mestre no disfarce.

Por fim, já que vale tudo, há Max, um papagaio que assistiu ao assassínio de sua dona e pode ter a chave para a identidade do responsável. Não é fantástico?

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