Negócio desfeito entre corretoras amplia crise das criptos, demissões na Meta e o que importa no mercado

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Negócio desfeito e crise agravada

O anúncio da Binance, maior corretora de criptomoedas do mundo, de que estava comprando a FTX, outra gigante do setor, não durou um dia.

Em reação à continuidade da crise, as cotações das criptos seguiram em queda livre.

A Binance disse que desistiu da compra depois de ter realizado uma análise de risco (processo conhecido como due diligence) sobre a operação e também citou "supostas investigações" da SEC (CVM americana) sobre a FTX.

O acordo não vinculativo anunciado na terça não envolvia as operações da FTX nos EUA, mas esclarecia que a transação estava sujeita a análises.

Entenda: a FTX, que chegou a ser avaliada em US$ 32 bilhões (R$ 165 bilhões) em janeiro, está passando por uma severa crise de liquidez, com grandes investidores retirando seus investimentos da corretora (explicamos com mais detalhes na última edição).

  • Segundo o Wall Street Journal, a FTX tem um buraco de US$ 8 bilhões (R$ 41 bilhões) para cobrir.

Setor em chamas: as cotações das criptos já vinham em queda desde que a crise de liquidez da FTX explodiu, no domingo, mas as perdas foram ampliadas nas últimas 48 horas.

  • Na noite desta quarta, o bitcoin despencava 15%, para US$ 15,7 mil, cotação mais baixa desde novembro de 2020.
  • O ether, segunda mais negociada, tombava 17%, para US$ 1,1 mil, também no menor nível desde o fim de 2020.

Meta demitirá 11 mil

A Meta (dona de Facebook, WhatsApp e Instagram) anunciou nesta quarta (9) que vai demitir 13% de sua equipe, o que corresponde a mais de 11 mil funcionários.

Até esta quarta, a empresa não divulgou informações sobre demissões no Brasil. No mês passado, ela avisou aos funcionários que fecharia um de seus escritórios em São Paulo com a justificativa de atender às novas formas de trabalho. A Meta disse que não houve demissões na época.

A demissão em massa foi a primeira em 18 anos da companhia e é a maior da atual onda de cortes das empresas de tecnologia, afetadas pelos juros altos e pela desaceleração global.

Na semana passada, o Twitter decidiu demitir 3.700 funcionários, cerca de metade do quadro da companhia. Nos últimos dias, porém, a rede chamou dezenas deles de volta .

Nesta quarta, o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, disse aos funcionários que a receita da companhia foi prejudicada pela desaceleração, o aumento da concorrência e a perda de anúncios.

Eu entendi errado, e assumo a responsabilidade por isso

Mark Zuckerberg

presidente da Meta

O que explica: além dos fatores que acabam afetando toda a indústria de tecnologia, a Meta vive seu "inferno astral":

  • Os investimentos no metaverso sugaram US$ 9,4 bilhões (R$ 50 bilhões) dos cofres da companhia neste ano e deixaram acionistas irritados. Eles afirmam que o conceito está ainda no campo abstrato e a Meta tem desafios mais urgentes para priorizar.

Bradesco perde R$ 32 bi em um dia

Depois de ter registrado um lucro no terceiro trimestre bem abaixo da expectativa do mercado, o Bradesco amargou nesta quarta a maior queda diária no valor de suas ações em mais de 20 anos.

Em números: as ações preferenciais tombaram 17,38%, para R$ 15,35, menor valor desde outubro de 2020.

  • Em um único dia, o banco perdeu R$ 31 bilhões em valor de mercado, montante que supera o valor de mercado de empresas como CCR, Assaí e Braskem.
  • O mau humor também bateu nas ações de outros bancos privados. Santander Brasil, que divulgou balanço também ruim há duas semanas, despencou quase 6%. Itaú, que apresenta números nesta quinta, caiu 4,8%.

O que explica a reação negativa: o Bradesco registrou lucro líquido de R$ 5,22 bilhões no terceiro trimestre, queda de 22,8% ante mesmo período de 2021. O mercado esperava lucro de R$ 6,76 bilhões.

  • Boa parte do resultado negativo pode ser explicado pelo aumento de 36,8% nas despesas com provisões (dinheiro reservado para cobrir calotes) em relação ao trimestre anterior.

Em videoconferência, executivos do banco afirmaram esperar sair ao longo de 2023 do que chamaram de "tempestade perfeita" no terceiro trimestre, mas que o lucro deve continuar pressionado nos próximos trimestres.

Na Bolsa: os resultados contabilizados até agora nas eleições de meio de mandato nos EUA derrubaram índices mundo afora e também afetaram o Ibovespa, que caiu 2,22%, aos 113.580 pontos.

Mais sobre balanços de bancos:

O Banco do Brasil registrou lucro ajustado de R$ 8,36 bilhões entre julho e setembro, um salto de 62,7% sobre um ano antes e acima das expectativas do mercado.

  • A instituição ainda elevou suas previsões para lucro e expansão de crédito em 2022.
  • O BB tem sido menos afetado que os outros bancos neste ano pela composição de sua carteira de crédito, que é mais ligada ao agro e, por isso, considerada menos arriscada.

Selo "oficial" do Twitter (09/11/2022 - 09/11/2022)

O Twitter passou a utilizar nesta quarta um selo de "oficial" abaixo dos perfis de alguns usuários. Durante o dia, Elon Musk, o novo dono da rede, disse que "matou" a novidade.

Por favor, tenha em mente que o Twitter fará muitas coisas idiotas nos próximos meses. Vamos manter o que funciona e mudar o que não funciona.

Elon Musk

dono do Twitter

Entenda: anunciada por uma executiva na terça, o selo serviria para verificar perfis governamentais, de empresas, grupos de mídia, editores de conteúdo e algumas figuras públicas –ou seja, a mesma função que o selo azul tinha até Musk assumir a empresa.

O plano de assinatura mensal para perfis conseguirem o selo azul e outros benefícios está valendo, e Musk disse que ele será o verdadeiro nivelador da rede social.

  • Nos EUA, contas falsas do jogador da NBA Lebron James e do jornalista esportivo Adam Schefter –já suspensas– receberam o selo.

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