Azul está perto de novo acordo com arrendadores de aviões, diz agência; ações disparam

Companhia aérea se aproxima de reestruturação de dívida para pagar cerca de US$ 600 milhões

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Gabriel Araújo Luciana Magalhães
São Paulo | Reuters

A Azul está perto de um novo acordo com arrendadores de aviões, afirmaram três pessoas familiarizadas com as conversas, com a companhia aérea oferecendo ações para pagar cerca de US$ 600 milhões (R$ 3,36 bilhões) em dívidas.

As ações da empresa caíram mais de 40% desde agosto, quando veículos de imprensa divulgaram que a Azul estava considerando pedir recuperação judicial nos Estados Unidos para enfrentar seu elevado endividamento. A companhia tem dito que está negociando diretamente com os credores.

Um avião da companhia aérea Azul está decolando em uma pista de aeroporto. O avião é de fuselagem branca com detalhes em azul e verde. O fundo mostra uma área verde e uma pista de decolagem.
Azul renegocia dívida de US$ 600 milhões com credores - Bruno Santos/Folhapress

Com a informação da reestruturação da dívida, as ações da Azul estão em uma forte subida nesta sexta-feira (13).

Depois de subirem mais de 10% no final da manhã, os papéis entraram em leilão e, às 13h10, avançavam 18,06%, a R$ 4,75.

Uma das fontes ouvidas pela reportagem afirma que a negociação caminha para uma conclusão bem-sucedida de uma reestruturação extrajudicial, acrescentando que a Azul e os arrendadores se encontraram em Nova York nas últimas semanas.

A Azul não quis comentar sobre as negociações.

A companhia afirmou à Reuters no mês passado que não estava considerando pedir recuperação judicial nos EUA, um processo chamado de Chapter 11, e que ofereceria aos arrendadores uma fatia de ações para liquidar dívidas que inicialmente teriam vencimento em três anos.

A Azul conseguiu evitar o Chapter 11 enquanto várias outras companhias áreas latino-americanas entraram com o pedido de recuperação judicial após a pandemia de Covid-19, incluindo Aeromexico, Avianca, Latam e, mais recentemente, a Gol.

As fontes, que pediram anonimato, disseram que a maioria dos arrendadores da Azul já sinalizou que concorda com o plano em questão. Duas das pessoas disseram que um acordo pode ser assinado em semanas.

Sob a estrutura atual, segundo uma das fontes, os arrendadores obteriam uma participação acionária de cerca de 20% da Azul. De acordo com a fonte, as duas partes não têm intenção de ter 100% de participação da aérea.

A Azul fechou um acordo com arrendadores e fabricantes de equipamentos em 2023 para dar a eles US$ 570 milhões (R$ 3,19 bilhões) em ações preferenciais avaliadas em R$ 36 cada, parte de uma reestruturação mais ampla que também alongou os vencimentos da dívida e levantou capital adicional.

As ações da Azul, porém, já caíram mais de 70% neste ano e agora são negociadas a cerca de R$ 4, com a empresa enfrentando uma taxa de câmbio mais fraca e os efeitos de enchentes no Rio Grande do Sul que fecharam o aeroporto de Porto Alegre, no qual a empresa tem uma operação relevante, o que desencadeou a necessidade de outra reestruturação.

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