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Ricardo de Barros Vieira

Competição de maquininhas beneficia o mercado

Busca por inovação e eficiência gera redução de preços

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Ricardo de Barros Vieira

Na última década, poucos setores da economia tiveram um aumento de concorrência tão expressivo quanto o das credenciadoras ou adquirentes de meios eletrônicos de pagamento —as maquininhas de cartão. Em menos de dez anos, o setor viu o número de competidores saltar de 2 para mais de 20, um movimento que tem sido incentivado e acompanhado pelo Banco Central e que reflete as características de um mercado aberto e dinâmico.

Aumento de concorrência, em qualquer área, tende a ser significativamente salutar para todo o mercado. A disputa entre as empresas para ganhar a preferência da clientela e entregar produtos e serviços de qualidade, com o melhor custo-benefício, gera uma corrida por inovação e eficiência, o que também quase sempre resulta em uma natural redução de preços e melhores condições de negociação para o cliente.

Ricardo de Barros Vieira - Diretor-executivo da Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços)
O diretor-executivo da Abecs, Ricardo de Barros Vieira - Luis Simione/Divulgação

No mercado de cartões não foi diferente. Com a entrada de novas empresas e o aumento da competitividade, o mercado passou a contar com inúmeras soluções de pagamento, customizadas para todo tipo de negócio —estendendo-se, inclusive, para além do comércio tradicional. Hoje, segundo levantamento da Abecs, associação que representa o setor, há mais de 9 milhões de máquinas de cartão espalhadas pelo território nacional —uma das maiores e mais modernas redes de aceitação de cartões do mundo.

Na prática, comerciantes de todo o país, desde pequenas lojas, restaurantes e bares, passando por e-commerce e profissionais autônomos, até grandes redes varejistas, ganharam definitivamente maior poder de escolha e mais eficiência na hora de realizar suas vendas. 

Com tantas opções, o custo para o lojista contar com esse tipo de serviço caiu e continua caindo consideravelmente. Hoje, ter no balcão uma, duas, três ou mais maquininhas se tornou apenas uma questão de estratégia comercial.

Os números da Abecs mostram que, nos últimos dez anos, a taxa média cobrada nas transações com cartões, conhecida como MDR (Merchant Discount Rate), teve uma redução de quase 25%. Apenas entre o segundo trimestre de 2018 e o mesmo período de 2019, a taxa saiu de 2,12% para 1,91%, queda de 10%. Entre os meses de abril e maio deste ano, a competição se intensificou: diversas credenciadoras zeraram suas taxas de antecipação de recebíveis, outras tantas anunciaram mais reduções e até mesmo isenções de custo para as vendas com cartão de crédito.

Este é um momento importante na história do setor. O repasse do valor das vendas com cartão de crédito em um prazo mais curto, sem que o lojista precise pagar pela antecipação, é mais uma evolução do sistema gerada pela competição e, sem dúvida, um grande benefício para o fluxo de caixa do comerciante.

Algumas credenciadoras fazem esse repasse de forma instantânea ou, no máximo, no dia seguinte, tal qual nas vendas com cartão de débito. Com um cenário altamente competitivo, reduções e isenções de taxas, menor prazo de pagamento e opções para escolher o melhor custo-benefício já são um caminho sem volta. A venda com cartão é cada vez mais um excelente negócio para o lojista.

Além dos efeitos da competição, uma transação de venda com cartão ocorre de forma muito mais rápida e segura do que outros meios de pagamento. O lojista não precisa arcar com custos de concessão de crédito e inadimplência, mesmo quando vende a prazo no cartão, já que esse risco recai inteiramente sobre o sistema financeiro. Cartão é sinônimo de redução de custos, aumento de vendas e um grande aliado de comerciantes e empreendedores de todo o país, que pagam, em média, menos de 2% em suas transações —enquanto o índice de perda com cheques sem fundos é de quase 3%.

Ao beneficiar os estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços, a concorrência dos meios eletrônicos de pagamento se mostra vantajosa também para toda a sociedade, a curto e a longo prazo. O consumidor, por exemplo, pode comprar produtos e serviços mais baratos, já que o comércio tem a oportunidade de transferir essa redução geral de custos, que vem ocorrendo há quase dez anos, para o preço final de suas mercadorias. Isso, sem dúvida, movimenta o mercado e ajuda a aquecer a economia brasileira.

Ricardo de Barros Vieira

Diretor-executivo da Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços)

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