Descrição de chapéu
Benjamin Sicsú, Mauro Dutra e Milton Seligman

Frente suprapartidária para sair do buraco

Nome, se eleito, deverá se comprometer a não disputar as eleições de 2026

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Benjamin Sicsú

Presidente do Conselho de Administração da Fundação Amazônia Sustentável

Mauro Dutra

Empresário

Milton Seligman

Professor do Insper, Global Fellow do Woodrow Wilson Center’s Brazil Institute e ex-ministro da Justiça (abr. a mai.1997, governo FHC)

Estamos mal. Nossa gente encontra-se amedrontada, enlutada e sofrida; nosso meio ambiente, ameaçado; nossa economia anda para trás; o Estado está endividado; abandonamos parcerias históricas com vizinhos e perdemos o respeito de nações amigas.

O país está sem liderança exatamente na hora em que mais precisamos dela para enfrentar a pandemia devastadora. O Brasil vive o caminho do atraso, e é preciso retomar o rumo do desenvolvimento o mais rápido possível. Interessa à maioria do nosso povo.

O governo Jair Bolsonaro simboliza e representa esse retrocesso; personifica o atraso que experimentamos em nosso percurso civilizatório.

Para retomar o rumo do desenvolvimento democrático, com base em valores humanitários, propomos uma frente ampla, suprapartidária.

Não será fácil construí-la. Reconhecemos a legitimidade dos partidos, das diferenças e das pretensões que existem entre nós. Entretanto, é preciso construir uma aliança política, capaz de contemplar a maioria da sociedade nessa caminhada.

Sugerimos uma aliança com um programa mínimo, que tenha quatro metas e seja capaz de se legitimar frente a uma sociedade desacreditada da política.

Em primeiro lugar, reconhecer que somos uma das sociedades mais desiguais do mundo. Por isso, deve se comprometer com investimentos substanciais no Sistema Único de Saúde para tratar as consequência e sequelas da pandemia de Covid-19. Aprimorar o auxílio às famílias com vulnerabilidade social e perenizá-los enquanto não formos capazes de acabar com a extrema pobreza.

A segunda meta, ao reconhecer os danos ambientais em nosso país, é enfrentá-los com uma política comprometida a descarbonizar a economia e utilizar as vantagens da maior biodiversidade do planeta. Dar importância e foco ao bioma amazônico, patrimônio inalienável do Brasil.

A terceira meta diz respeito ao endividamento do Estado e ao desequilíbrio sistemático entre receitas e despesas. Temos que desenhar e implementar estratégia de longo prazo para alcançar o equilíbrio fiscal e reduzir o endividamento estatal, de modo a liberar recursos para os investimentos estruturais e fortalecer as políticas sociais de educação, combate à pobreza e à miséria.

Finalmente, no campo da governança política, propomos que a frente ampla suprapartidária concorra em 2022 e, sendo eleita, governe o Brasil por somente quatro anos.

Para isso, quem a liderar deve abandonar sua sigla de origem, concorrer por um acordo suprapartidário e se comprometer, de público, a não disputar as eleições de 2026 ​—quando, então, as forças políticas voltariam a se manifestar em linha com as suas legítimas opções ideológicas e a defesa de seus interesses.

Estabelecer uma aliança entre forças políticas democráticas pode ser a oportunidade para iniciar uma jornada virtuosa de reconstrução do país, com mais equidade, mais respeito ao meio ambiente e mais chances de futuro.

No próximo ano, completaremos 200 anos de Independência e estará em nossas mãos fazer uma inflexão em nosso destino. O líder que conduzir a transição terá somente um mandato, mas entrará para a história.

TENDÊNCIAS / DEBATES
Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.