A comunidade global está enfrentando uma série de crises sem precedentes: o desafio contínuo das variantes da Covid-19, os esforços paralisados nas mudanças climáticas, as interrupções nas cadeias de suprimentos e a invasão não provocada da Ucrânia pela Rússia.
Agora, mais do que nunca, a crescente intimidação retórica e militar da China está colocando em risco a paz e a estabilidade regionais. Tudo isso afetará a segurança e o bem-estar do mundo. Vale ressaltar aos membros da ONU que Taiwan é um parceiro valioso e que pode ajudar a superar esses desafios globais.
Desde o início da pandemia, Taiwan forneceu apoio humanitário para o mundo todo: máscaras, suprimentos médicos e vacina de produção nacional, entre outros. Foram enviadas mais de 550 toneladas de suprimentos de primeiros socorros ao povo da Ucrânia e doados mais de US$ 40 milhões aos refugiados.
Além disso, o país está comprometido com o combate às mudanças climáticas, com um plano para emissões de "net-zero" carbono até 2050 e com políticas para ajudar a alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Como a 22ª maior economia do mundo em termos de PIB e grande fabricante de semicondutores, Taiwan desempenha um papel fundamental nas cadeias de suprimentos globais.
O país, mais uma vez, não poderá participar do maior e mais importante fórum de cooperação global devido à repressão implacável da República Popular da China (RPC). Ao confundir deliberadamente seu princípio de "Uma China" com a resolução 2.758 da Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) —que determinou, há cerca de 50 anos, quem representa a "China" na organização—, Pequim está enganando o mundo ao espalhar a falácia de que Taiwan faz parte da RPC. Ao contrário dessas falsas alegações, a resolução não se posiciona sobre Taiwan —nem mesmo inclui a palavra "Taiwan".
O status quo de longo prazo é que Taiwan e China são jurisdições separadas, nenhuma subordinada à outra. O povo de Taiwan só pode ser representado na comunidade internacional por seu governo livre e democraticamente eleito.
A interpretação errônea da resolução 2.758 da AGNU há muito privou Taiwan do direito de participar das Nações Unidas e de suas agências especializadas, além de negar à comunidade internacional a oportunidade de se beneficiar das contribuições de Taiwan.
A Carta da ONU afirma claramente que os propósitos e princípios são para manter a paz e a estabilidade e que as disputas internacionais devem ser resolvidas por meios pacíficos. No entanto, Pequim continua realizando exercícios militares em áreas ao redor de Taiwan, provocando instabilidade e colocando em risco a paz e a segurança regionais. Essas ações irresponsáveis precisam ser condenadas e interrompidas, pois é contra o próprio propósito da ONU.
Taiwan defenderá resolutamente sua soberania e segurança, continuará a cumprir e a contribuir com suas responsabilidades internacionais e com a comunidade internacional. Estamos gratos pelo fato de que muitos países perceberam a nossa importância e estão apoiando a participação de Taiwan no sistema da ONU —entre eles, o Parlamento Europeu e os países do G7.
O tema da 77ª sessão da Assembleia Geral da ONU, "Um momento decisivo: soluções transformadoras para desafios interligados", nos lembra os graves desafios enfrentados pelo mundo: a pandemia de Covid-19, a escassez de alimentos e de energia, as cadeias de suprimentos globais interrompidas, as mudanças climáticas (e a lista continua).
Quando a ONU fala em "soluções conjuntas" e "solidariedade" para enfrentar "crises interconectadas", Taiwan, com seus 23,5 milhões de habitantes, não deveria ser excluída desses importantes esforços globais.
Nossos obstáculos compartilhados exigem todas as mãos no convés. Essas graves crises interconectadas não podem ser resolvidas até que o mundo inteiro se una. Taiwan provou ser um parceiro confiável e indispensável, e o povo de Taiwan está pronto para contribuir. Vamos trabalhar juntos e em conjunto para o bem global!
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