Descrição de chapéu
Igor Sabino

Quem irá parar a mão assassina do Hamas?

Grupo terrorista tem papel fundamental no número de baixas civis na guerra

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Igor Sabino

Doutor em ciência política (UFPE), é professor no curso de Relações Internacionais do Ibmec (Belo Horizonte); gerente de conteúdo da StandWithUs Brasil e fellow do The Philos Project

Sete de outubro. Nesta data trágica, que ficará marcada na história judaica como o dia mais letal para o seu povo desde o Holocausto, o Hamas massacrou cerca de 1.200 pessoas e sequestrou mais de 240.

Entre elas havia não apenas judeus e israelenses, mas também árabes e cidadãos de várias nacionalidades, incluindo brasileiros. É necessário, porém, descrever como essas mortes aconteceram.

As vítimas foram assassinadas de modo cruel e premeditado. As evidências apresentadas por Israel a jornalistas do mundo inteiro são assustadoras e podem ser verificadas. Foram obtidas a partir da perícia dos restos mortais das vítimas, bem como das imagens de câmeras fixadas aos uniformes dos próprios terroristas do Hamas que, assim como os membros do Estado Islâmico, fizeram questão de registrar e divulgar seus atos de terror. Há provas de estupros, decapitações, torturas e até mesmo de pessoas que foram queimadas vivas. No kibutz Beeri, por exemplo, uma mulher grávida teve o seu ventre aberto e o feto retirado. O que motiva tais ações?

Diferentemente do que muitos acadêmicos defendem, não é apenas uma resposta à ocupação israelense, tampouco uma questão de resistência anticolonial. Até porque Israel se retirou da Faixa de Gaza desde 2005 e mantém relações de cooperação com a Autoridade Palestina, que condenou o terrorismo do Hamas. De acordo com a própria Carta de Fundação do grupo terrorista, um dos seus objetivos é a destruição de Israel.

Não é de se surpreender que vários líderes do Hamas tenham confessado esperar uma dura resposta de Israel, que poderia acarretar um grande número de baixas civis, sobre o qual o grupo terrorista tem importante papel. Segundo Ghazi Hamad, um deles, os palestinos são mártires que o Hamas tem orgulho de sacrificar. E é exatamente isso o que tem ocorrido, com o grupo terrorista usando civis e hospitais como escudos humanos, algo reconhecido e condenado até pela União Europeia.

Em passeatas pró-Palestina —algumas das quais, apesar da legitimidade do apoio a uma causa justa, rapidamente são deturpadas, transformando-se em manifestações pró-Hamas, anti-Israel e antissemitas—, multidões clamam por um cessar-fogo. O próprio Hamas, contudo, não deseja isso. O grupo não atacou comunidades israelenses apenas no dia 7 de outubro. Desde então, diariamente, tem lançado foguetes contra civis do centro e do sul do país.

Foram mais de 9.000 foguetes disparados até o momento, de modo indiscriminado, contra Israel. Segundo cálculo das Forças de Defesa de Israel, aproximadamente um quarto desses artefatos atinge também hospitais e civis em Gaza. Israel faz tudo o que está ao seu alcance para minimizar ao máximo o número de perdas de civis inocentes, sobretudo crianças. Porém, com a atuação do Hamas em sentido contrário, isso se torna muito difícil, senão impossível. O Hamas é uma ameaça não apenas a Israel, mas aos próprios palestinos.

É importante que a comunidade internacional reconheça isso e ajude Israel a destruir o grupo terrorista. Somente assim será possível a criação de um Estado palestino e o alcance da paz que ambos os povos desejam.

TENDÊNCIAS / DEBATES
Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.