Doria e França chegam à véspera empatados, com 51% para o atual governador

Candidato do PSB pela primeira vez ultrapassou numericamente o tucano, segundo Datafolha

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São Paulo

Na véspera do segundo turno para governador de São Paulo, Márcio França (PSB) e João Doria (PSDB) estão tecnicamente empatados, com o socialista numericamente à frente pela primeira vez, com 51% dos votos válidos, ante 49% do tucano.

Segundo a pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (27), é a primeira vez que há empate técnico entre os dois.

Nessa situação, de acordo com o instituto, não é possível afirmar quem será o vencedor neste domingo (28). Para a contabilidade dos votos válidos são excluídos os votos em branco ou nulos e os indecisos —é assim que a Justiça Eleitoral contabiliza e divulga o resultado oficial.

Márcio França (PSB) e João Doria (PSDB) posam juntos no estúdio antes do debate na Globo, na quinta-feira (25) - Adriano Vizoni - 25.out.2018/Folhapress

As entrevistas foram feitas nesta sexta-feira (26) e sábado (27). Foram ouvidas 5.093 pessoas em 73 municípios para a sondagem, registrada na Justiça Eleitoral com o código SP-03417/2018. Os contratantes da pesquisa foram a Folha e a TV Globo. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

França, que tenta a reeleição, confirmou no levantamento a tendência de crescimento das últimas semanas. O atual governador tinha 48% dos votos válidos na pesquisa de quinta-feira (25), ante 52% de Doria. Na da semana anterior, o postulante do PSB acumulava 47%, enquanto o do PSDB somava 53%.

No levantamento deste sábado, a taxa de indecisos é de 7%, e o percentual de eleitores que pretendem votar em branco ou anular soma 9%. Essas duas faixas do eleitorado, na avaliação do instituto, contribuem para deixar o resultado final em aberto, já que parte dessas pessoas deve optar por um dos dois candidatos.

Na contabilidade do total de votos, também há empate técnico —o nome do PSB possui 43% e o do PSDB obtém 42%.

A associação com o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) continuou surtindo efeito na campanha do tucano, que estimulou abertamente desde o dia do primeiro turno a dobradinha "BolsoDoria". Doria é o favorito entre os eleitores do capitão reformado no estado: 72% declararam voto no ex-prefeito, ante 28% que escolhem França.

O candidato do PSB também buscou uma aproximação, mais velada, com a candidatura de Bolsonaro. França obteve o apoio do senador eleito Major Olímpio (PSL-SP), coordenador da campanha do presidenciável no estado e um dos principais aliados dele.

França é o preferido entre os eleitores paulistas que votam em Fernando Haddad (PT). Dos que apoiam o petista na corrida ao Planalto, 86% escolhem o candidato do PSB para o Palácio dos Bandeirantes. Os outros 14% optam por Doria.

Acirrada desde o primeiro momento, a campanha em São Paulo no segundo turno teve uma subida de tom na reta final, com troca de acusações e bate-boca nos debates de televisão.

O ex-prefeito da capital usou inflamada retórica antipetista, buscando colar em França a pecha de aliado do PT, socialista e esquerdista. O atual governador, também seguindo a linha adotada no primeiro turno, se esforçou para qualificar o tucano como alguém que não honra sua palavra.

De acordo com a pesquisa, 38% dos eleitores assistiram ao debate da Globo, o último antes da votação, na noite de quinta-feira (25). No programa, os dois candidatos retomaram os ataques mútuos, depois de um encontro morno no evento promovido por Folha, UOL e SBT, na terça (23).

Quando questionados sobre qual candidato se saiu melhor no confronto da Globo, 44% dos entrevistados não souberam informar, 27% disseram que França foi o melhor, 23% responderam que foi Doria e 6% consideraram que houve empate.

Entre os que assistiram ao debate, 45% avaliaram que o político do PSB teve desempenho superior e 38% acharam que o melhor foi o postulante do PSDB.

Doria foi o candidato mais votado no primeiro turno, com 32% dos votos válidos, ante 22% de França, e durante quase toda a disputa do segundo turno liderou de forma isolada. Nos últimos dias, porém, a intenção de voto no tucano vem oscilando para baixo.

Em comparação com a pesquisa anterior, o ex-prefeito perdeu votos principalmente entre os mais jovens (queda de 47% para 41%), entre os menos instruídos (de 56% para 47%), entre os moradores da região metropolitana (de 55% para 46%) e entre os habitantes de cidades com até 50 mil habitantes (de 64% para 54%).

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