Depois de campanha e protestos, "CQC" consegue autorização para entrar no Congresso
O Senado Federal decidiu liberar o acesso do programa "CQC" (Custe o Que Custar), da TV Bandeirantes, ao Congresso Nacional. Depois da campanha "CQC no Congresso", lançada pelos integrantes do programa na internet, rádio e TV, o primeiro-secretário do Senado, Efraim Morais (DEM-PB), disse nesta segunda-feira que vai permitir o acesso dos repórteres do "CQC" na Casa Legislativa.
O primeiro-secretário é responsável por liberar a autorização para o credenciamento dos jornalistas que trabalham no Senado. Por meio de assessores, Efraim disse que vai permitir que os repórteres do "CQC" sejam credenciados no Senado para que tenham acesso às dependências do Congresso --uma vez que a credencial do Senado permite que os jornalistas também circulem na Câmara.
Efraim afirmou, ainda, que vai autorizar o credenciamento dos repórteres do programa assim que o pedido chegar em suas mãos. Segundo assessores do senador, o pedido de credenciamento do "CQC" foi negado anteriormente pelo Senado sem que o primeiro-secretário tivesse conhecimento do processo.
A presidente do comitê de imprensa do Senado, Keila Santana, informou que os documentos de credenciamento do programa também não passaram por suas mãos. Para que um pedido de credenciamento de um jornalista seja autorizado, é necessária a aprovação do presidente do comitê de imprensa.
"A liberação vai ocorrer normalmente se toda a documentação necessária for enviada. Os integrantes do programa têm que comprovar que têm registro profissional de jornalistas, além de serem vinculados à Bandeirantes, para que conquistem as credenciais", afirmou Keila.
Além do Senado, a Câmara já havia negado o pedido de credenciamento dos repórteres do "CQC".
Assessores da Casa argumentam que o programa é humorístico, por isso os seus integrantes não podem circular como jornalistas dentro do Congresso para abordar os deputados e senadores --mesmo que tenham o diploma de jornalistas. A Câmara ainda argumentou que o grupo solicitou inicialmente o pedido de credenciamento como jornalistas da TV Bandeirantes. Ao constatar que os pedidos eram referentes ao programa, a Casa decidiu negar o pedido.
Repercussão
O primeiro-vice-presidente do Senado, Álvaro Dias (PSDB-PR), aprovou a decisão de Efraim. Segundo Dias, o Congresso deve demonstrar respeito à liberdade de expressão. "Eu acho ótimo, já fui vítima do 'CQC' e não me machucou. Trata-se de valorizar a liberdade de expressão. Estranho seria o Parlamento proibir, não vejo problema algum."
O "CQC" afirmou, por meio da assessoria de imprensa da Bandeirantes, que só vai se manifestar sobre a liberação do credenciamento depois que o programa for notificado oficialmente da decisão de Efraim. Há 11 dias, o repórter do "CQC" Rafinha Bastos fez um protesto em frente ao Congresso Nacional para reclamar contra o "veto" imposto pelo Legislativo ao ingresso dos integrantes do programa.
Campanha
A campanha "CQC no Congresso" foi lançada com o objetivo de reunir apoio de formadores de opinião, como artistas, escritores e jornalistas, para reunir assinaturas favoráveis ao retorno do programa ao Congresso. Foram veiculadas chamadas na rádio e na TV para que o Congresso permita a entrada da equipe do "CQC".
No site do programa, o grupo argumenta que "o regime democrático prevê livre acesso aos políticos e parlamentares responsáveis por zelar por esse mesmo regime --direito que foi "retirado" dos repórteres do "CQC". Os integrantes do programa afirmam que são jornalistas de formação, por esse motivo estariam autorizados a receber credenciais que autorizam a circulação do grupo no Congresso.
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