Siga a folha

Ocidente vilaniza presença da China na África, afirma geógrafo

Kauê Lopes dos Santos debate economia política de Gana, que exporta ouro e importa lixo eletrônico

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Eduardo Sombini

Geógrafo e mestre pela Unicamp, é repórter da Ilustríssima

Nesta semana, o Ilustríssima Conversa recebe Kauê Lopes dos Santos, doutor em geografia humana pela USP e autor de "Ouro por Lixo: as Inserções de Gana na Divisão Internacional do Trabalho" (Pallas).

Entre as primeiras nações da África a conquistar a independência, nos anos 1950, Gana se tornou, de acordo com o pesquisador, um laboratório de políticas econômicas nas décadas seguintes —inicialmente, com tentativas de industrialização protagonizados pelo Estado e, em seguida, com programas de privatização e abertura econômica de inspiração neoliberal.

No livro, Kauê analisa como o país participa de vários circuitos da economia internacional e, ao mesmo tempo, permanece sujeito a relações assimétricas que reforçam lógicas do passado colonial.

Ele destaca o papel de Gana como exportador de commodities, sobretudo ouro, e importador de lixo eletrônico e aborda a extração de minérios, encontrados em pequenas quantidades em produtos descartados que chegam ao país, em um bairro precário da capital, Acra, e a sua recolocação no mercado internacional.

O autor discute neste episódio os estereótipos sobre a África e os significados da presença crescente da China no continente, que ele afirma não se enquadrar nas noções de neocolonialismo e neoimperialismo.

Kauê também critica a romantização da pobreza das cidades africanas e interpretações que minimizam a soberania dos países do continente, como a ideia de que seus líderes políticos são fantoches de interesses imperialistas.

Retrato de Kauê Lopes dos Santos, autor de 'Ouro por Lixo' - Divulgação

O Ilustríssima Conversa está disponível nos principais aplicativos, como Apple Podcasts, Spotify e Stitcher. Ouvintes podem assinar gratuitamente o podcast nos aplicativos para receber notificações de novos episódios.

O podcast entrevista, a cada duas semanas, autores de livros de não ficção e intelectuais para discutir suas obras e seus temas de pesquisa.

Já participaram do Ilustríssima Conversa Rosa Freire D’Aguiar, organizadora de coletânea de cartas de Celso Furtado, Fábio Kerche e Marjorie Marona, que fizeram um balanço dos dois primeiros anos do governo Bolsonaro, Regina Facchini e Isadora Lins França, organizadoras de livro sobre direitos LGBTI+ no Brasil, Alessandra Devulsky, autora de livro sobre racismo e colorismo, Idelber Avelar, que discutiu a ascensão do bolsonarismo, Christian Dunker, psicanalista que reconstituiu a história da depressão, Lira Neto, que narrou a saga dos judeus sefarditas até o Recife, Roberto Simon, autor de livro sobre o apoio da ditadura brasileira ao golpe contra Allende, no Chile, Heloisa Buarque de Hollanda, que situou as principais tendências do pensamento feminista contemporâneo, Ilona Szabó, que discutiu as ameaças à democracia no Brasil, entre outros convidados.

A lista completa de episódios está disponível no índice do podcast. O feed RSS é https://folha.libsyn.com/rss.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas