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Memes estampam vestuário e decoração e ampliam negócios de páginas de humor na internet

Melted Videos lança linha de produtos nesta quarta (8); Greengo Dictionary e O Brasil Que Deu Certo contam suas experiências com vendas

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São Paulo

Apesar de entregarem conteúdo humorístico, muitas vezes com ironia e críticas sociais, páginas de memes se tornaram empresas sólidas que lucram com publicidade e até mesmo linhas de produtos exclusivos. O diálogo com um público fiel possibilita a criação de uma comunidade com valores comuns, diz ao blog #Hashtag Yuri Zero, 36, CEO da Melted Videos.

A empresa lança nesta quarta-feira (8) uma coleção de roupas e acessórios com base nas trocas com o público nas redes. Composta por camisetas, meia, um cordão e um boné, as peças replicam o espírito ácido da "Mel", como é carinhosamente conhecida pelos seguidores, e serão renovadas periodicamente.

A estampa de uma das camisetas traz a frase "Graças a Deus foi só um pesadelo" sobre a imagem de um pequeno planeta Terra nas mãos de anjos.

Foto colorida mostra dois modelos usando peças da coleção lançada pela Melted Videos nesta quarta (8)
Memes estampam vestuário e decoração e ampliam negócios de páginas de humor na internet - Felipe Vianna/Divulgação

Em diálogo com seu público, Yuri diz que uma das preocupações da marca dentro de seu posicionamento político é a sustentabilidade. Por isso a Melted estabelece uma parceria com a Bioelements, responsável por embalagens sustentáveis, que se biodegradam a partir de três meses na natureza sem gerar microplásticos, citotoxicidade ou toxicidade por metais pesados.

Antes de ter sua própria linha, a Melted já fez colaborações com a Bolovo, em 2019, e a Love Studio (antiga Surreal), em 2020, junto às quais produziu peças ilustradas com referências da página.

"Somos uma marca pequena, mas queremos expandir os cuidados com o meio ambiente na produção das coleções para além das embalagens. Também estamos trabalhando com produtores locais", diz Yuri.

Mas ainda há quem prefira participar de algumas colaborações na hora de materializar os memes sem tirar o foco da publicidade. "O que eu mais gosto é criar", diz Matheus Diniz, 30, a mente por trás do Greengo Dictionary. Desde 2019 a página faz sucesso nas redes traduzindo expressões brasileiras para o inglês.

Traduções bem-humoradas já estamparam itens como copos e almofadas em parceria com a Imaginarium, além de roupas junto à Farm. "A parceria me animou por levar a história e a cultura do Brasil para todo o mundo", diz.

Uma das peças de sucesso feitas com a marca carioca evocava um clássico: "Too much sand to your little truck" –muita areia para o seu caminhãozinho, em português. Uma produção própria, que demande uma estratégia de negócio e a expansão da equipe, não atraem o criador da Greengo.

Enquanto isso, a página O Brasil Que Deu Certo, que surgiu em 2015, já transforma memes em produtos desde 2018. Hoje, o varejo compõe um terço da estrutura financeira da empresa. Outras fontes de renda são publicidade feita nas redes sociais e monetização via YouTube.

Canecas, camisetas, chinelos e por aí vai: todas as peças vêm de memes, sejam situações que viralizaram, acontecimentos cotidianos ou adaptações de imagens e histórias antigas de sucesso nas redes. "Um dos nossos maiores sucessos é a meia da grávida [de Taubaté]", diz.

"A grávida de Taubaté", como é chamada, relembra a história da pedagoga Maria Verônica Aparecida Santos, que forjou uma gravidez quádrupla na televisão em 2012.

Mas é preciso considerar que algumas temáticas geram muitas emoções e discussões, como os realities Big Brother Brasil e A Fazenda. Em casos que possibilitem desdobramentos problemáticos, com apelo racista, homofóbico ou que façam alguma apologia a discurso de ódio, a escolha é simples: não se faz, diz Laneri.

Ainda que alguns produtos, como chinelos e ecobags já sejam veganos, o criador revela o desejo de transformar toda a produção em algo mais sustentável até 2026, com malhas 100% veganas e com o menor impacto possível ao meio ambiente. "Como a gente consegue viver na roda do capitalismo diminuindo as agressões ao meio ambiente? É uma tarefa praticamente perdida", diz Laneri. Mesmo sem que o público tenha esta demanda específica, é uma preocupação que sua equipe adotou.

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