Descrição de chapéu Independência, 200

Onde ver espaços e relíquias ligados à Independência

Cidades de Brasil, Portugal e EUA têm monumentos relacionadas ao evento que completa 200 anos

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Belo Horizonte

Alguns espaços e monumentos no Brasil e em Portugal guardam a história do processo de Independência.

É possível montar um roteiro tomando como base as cidades que estiveram no centro desses acontecimentos políticos. Conheça alguns marcos em São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Petrópolis, Lisboa e até em Nova York.

São Paulo

  • Parque da Independência

No bairro do Ipiranga, está o principal espaço dedicado à memória da separação do Brasil de Portugal. O Parque da Independência abriga um conjunto arquitetônico em torno do ponto onde o então príncipe regente Pedro de Alcântara bradou "Independência ou morte".

vista aérea do parque da independência, onde se vê um jardim simétrico e o edifício-monumento do museu do ipiranga
Vista aérea do Parque da Independência, com o Museu do Ipiranga à esquerda - Eduardo Knapp/Folhapress

Embora o local exato do Grito do Ipiranga esteja hoje encoberto por árvores, o parque abriga o Monumento à Independência do Brasil e, abaixo dele, a Cripta Imperial. É lá que estão os restos mortais de dom Pedro 1º e de suas duas esposas, as imperatrizes Maria Leopoldina e Amélia de Leuchtenberg.

Como visitar: abre ao meio-dia nos dia 7 (quarta), 10 (sábado) e 11 (domingo); nos dias 8 (quinta) e 9 (sexta), abre às 15h

  • Museu do Ipiranga

Foi fundado em 1895 com o intuito de se tornar um símbolo comemorativo da Independência, não um museu. Acabou sendo adaptado para a nova função nos anos seguintes.

O espaço, reaberto nesta semana após nove anos fechado, abriga acervo relevante ligado ao período, como o quadro "Independência ou Morte" (1888), de Pedro Américo, além de retratos de personagens das lutas do período, como a baiana Maria Quitéria.

Como visitar: será aberto ao público em geral a partir de 8 de setembro. A entrada é gratuita, mediante agendamento prévio. Localizado na rua dos Patriotas, 100, funcionará das 11h às 16h (de 8 a 11/9) e das 11h às 17h (a partir do dia 13).

fachada do museu do ipiranga, grande edifício de estilo neoclássico, iluminada por uma luz amarela
Teste de luz na fachada do Museu do Ipiranga, em São Paulo - Eduardo Knapp/Folhapress
  • Solar da Marquesa

Localizado na região central da capital paulista, abriga hoje o Museu da Cidade de São Paulo. Nos anos que se seguiram à Independência, foi residência de Domitila de Castro Canto e Melo, a Marquesa de Santos. A principal amante de dom Pedro 1º viveu no imóvel de 1834 a 1867, para onde se mudou após romper relações com o imperador.

Como visitar: r. Roberto Simonsen, na Sé, o espaço funciona de terça a domingo, das 9h às 17h.

São Bernardo do Campo

  • Calçada do Lorena

Concluída em 1792, foi a primeira calçada pavimentada que ligou São Paulo a Santos. Dom Pedro 1º passou por ela no dia 5 de setembro de 1822 quando partiu em direção ao litoral para apaziguar alguns conflitos políticos na região.

No caminho de volta, 7 de setembro, recebeu as notícias que culminaram na proclamação da Independência às margens do rio Ipiranga.

foto de um monumento pontudo localizado próximo a um mirante a céu aberto, numa região de mata
Mirante Monumento do Pico (de 1922), localizado no percurso da Calçada do Lorena. - Eduardo Knapp/Folhapress

A calçada, que passará por um processo de conservação nos próximos meses, tem duas portarias principais: a de São Bernardo do Campo (rod. SP 148, km 42) e a de Cubatão (rod. SP 148, km 50).

Como visitar: o Parque Caminhos do Mar, onde está a maior parte da Calçada do Lorena, abre de quarta a domingo, das 8h às 17h. A entrada de São Bernardo do Campo é a mais indicada para quem deseja conhecer a calçada. Saiba mais no site.

Rio de Janeiro

  • Estátua de dom Pedro 1º na Praça Tiradentes

É a estátua mais antiga da capital fluminense. Inaugurada em março de 1862, com projeto do artista João Maximiano, a obra exibe pose altiva do Grito do Ipiranga e faz uma homenagem ao imperador morto em 1834 e à Constituição outorgada por ele dez anos antes.

estátua de dom pedro 1º sobre o cavalo, em foto contra o sol, de modo que só aparece a silhueta do imperador contra o céu azul
Detalhe da estátua de dom Pedro 1º na praça Tiradentes - Rafael Andrade/Folhapress

Por isso, ela foi erguida no local em que dom Pedro 1º jurou à Constituição do Império, na então Praça da Constituição, atual Praça Tiradentes.

Como visitar: a estátua está na praça Tiradentes, entre as ruas Visconde do Rio Branco e Constituição, no centro da cidade

  • Paço Imperial

Hoje localizado na Praça 15 de Novembro, abriga um espaço multicultural com programação diversa. Há 200 anos, contudo, foi palco de importantes decisões políticas do país.

Residência dos governadores da capitania durante o Brasil Colônia, foi também casa de despachos de dom João 6º e dos imperadores do Brasil. Foi lá que, em 9 de janeiro de 1822, dom Pedro 1º anunciou a sua decisão de não deixar o Brasil frente às ordens que recebia para voltar a Lisboa. O local também presenciou a oficialização da Independência do território.

Como visitar: de terça a sábado e feriados, das 12h às 17h, com entrada gratuita. Fica localizado na praça 15 de Novembro, 48, no centro da cidade.

fachada do paço imperial num dia de chuva. alguns pedestres passam em frente ao espaço, com sombrinhas ou capuzes
Vista da fachada do Paço Imperial, casa de despachos do Império do Brasil - Ana Carolina Fernandes - 19.out.2006/Folhapress
  • Museu Nacional e Quinta da Boa Vista

Na zona norte do Rio de Janeiro, está localizado o Palácio de São Cristóvão, sede do Museu Nacional. O edifício foi a residência da família real portuguesa, que aportou no Brasil em 1808, e da família imperial brasileira, a partir da Independência.

O Museu, que sofreu um incêndio de grandes proporções em 2018, reinaugurou jardins e fachada no início deste mês. A reabertura geral está prevista para 2027.

Como visitar: o interior do museu segue fechado para reformas. A Quinta da Boa Vista, contudo, pode ser visitada diariamente, das 6h às 18h. O espaço fica localizado na avenida Pedro 2°, bairro São Cristóvão.

Petrópolis

  • Museu Imperial

Em 1822, quando viajou para Minas Gerais no intuito de buscar apoio ao projeto de Independência, dom Pedro 1º se encantou com a região de Mata Atlântica próxima da capital fluminense. Em 1830, ele comprou a fazenda do Córrego Seco.

Durante o Segundo Reinado, dom Pedro 2º aproveitou o terreno deixado de herança pelo pai e construiu a casa de veraneio da família imperial. O Palácio Imperial, edifício de inspiração neoclássica, foi concluído em 1862.

Fachada do museu imperial de Petrópolis. A aparência é de um grande palácio térreo, com janelas e telhados adornados. À frente, o começo de um jardim com arbustos cortados como se estivessem em um labirinto
Fachada do Museu Imperial, em Petrópolis (RJ) - Wikimedia Commons

Hoje no espaço funciona o Museu Imperial, que guarda importante acervo relacionado ao período.

Como visitar: rua da Imperatriz, 220; de terça a domingo, com horários diferentes para cada setor: o palácio e o pavilhão das viaturas podem ser visitados das 10h às 18h. Os jardins, por sua vez, das 7h às 18h. O ingresso custa R$ 10

  • Centro histórico

Para começar a construir o Palácio Imperial, dom Pedro 2º assinou, em 16 de março de 1843, um decreto para criar a cidade de Petrópolis.

O centro histórico tem a catedral São Pedro de Alcântara, onde estão os restos mortais de dom Pedro 2º, da imperatriz Teresa Cristina e da princesa Isabel; e o Palácio de Cristal, inaugurado em 1844; entre outros espaços.

Salvador

  • Convento da Lapa

O Convento e Igreja de Nossa Senhora da Lapa, localizado no bairro de Nazaré, foi palco de um importante acontecimento das lutas pela Independência da Bahia.

Em 19 de fevereiro de 1822, os portugueses tentaram invadir o local, em meio aos conflitos contra os brasileiros pelo controle do território. Na ocasião, a abadessa Joana Angélica tentou impedir a entrada da tropa inimiga se colocando na porta do convento. Morreu ali, a golpes de baioneta, e transformou-se em mártir da Independência e da fé cristã.

Como visitar: avenida Joana Angélica, 41, bairro de Nazaré; missas ocorrem de segunda a sexta-feira, às 18h15.

interior da igreja, onde uma imagem da abadessa Joana aparece num canto
Interior da Igreja da Lapa, com a imagem da abadessa Joana Angélica ao lado - Rafael Martins/ Folhapress
  • Forte de São Pedro

Construído ao longo dos séculos 17 e 18, o forte, hoje localizado em Campo Grande, foi o último ponto da resistência brasileira a cair nos conflitos que, em 1821, antecederam a Guerra da Independência na província. As tropas portuguesas assumiram o comando do local até julho de 1823, quando foram expulsos pelas tropas brasileiras.

vista da entrada do forte de são pedro, com uma via que conduz ao interior do edifício
Entrada do Forte de São Pedro, em Salvador - Rafael Martins/ Folhapress

O forte também serviu de prisão para os homens que se envolveram na Revolução Pernambucana de 1817. Alguns líderes do movimento e da Confederação do Equador, de 1824, foram executados na cidade.

Como visitar: rua Newton Prado, bairro Campo Grande, em frente à praça da Aclamação. Recomenda-se entrar em contato com o Comando da 6ª Região Militar para visitas: (71) 3320-1816.

  • Largo da Lapinha

É do largo, localizado entre os bairros Liberdade e Soledade, que sai o cortejo de 2 de Julho, que comemora o aniversário da Independência da Bahia. Foi nessa data que, em 1823, o Exército brasileiro desfilou pelas ruas da cidade, comemorando a expulsão dos portugueses. Anualmente, o cortejo segue um trajeto de 5 km até o bairro Campo Grande.

Como visitar: um ponto de referência é a paróquia da Lapinha, localizada entre a estrada da Liberdade e o corredor da Lapinha, no bairro Liberdade.

  • Praça 2 de Julho

Também conhecido como Largo do Campo Grande, foi palco de combates durante a guerra que opôs brasileiros e portugueses pelo controle do território. Em seu centro, está o Monumento ao Caboclo, uma homenagem à Independência da Bahia inaugurada em 1895.

Como visitar: entre os cruzamentos das avenidas Sete de Setembro, Reitor Miguel Calmon e Lafaiete Coutinho, no bairro Campo Grande.

Feira de Santana

  • Monumento a Maria Quitéria

Localizado a cerca de 115 km da capital baiana, é mais uma homenagem à Guerra da Independência. No centro da cidade, foi erguido, em 2002, um monumento dedicado a Maria Quitéria de Jesus, guerreira que se vestiu de homem para lutar pela soberania do território brasileiro.

Como visitar: cruzamento das avenidas Maria Quitéria e Getúlio Vargas

Lisboa

  • Palácio de Queluz

A cerca de 40 min. do centro de Lisboa (para quem vai de trem), fica o Palácio de Queluz, residência oficial da família real portuguesa do final do século 18 ao início do século 19.

jardins e fachada do palácio de queluz
Jardins Suspensos de Queluz, desenhados pelo arquiteto e ourives francês Jean Baptiste Robillion - Naief Haddad/Folhapress

Foi nesse palácio que nasceu e morreu dom Pedro 1º, para os brasileiros, e Pedro 4º, para os portugueses.

Como visitar: o largo do Palácio de Queluz está localizado na cidade de Queluz, Sintra, arredores de Lisboa. O palácio pode ser visitado das 9h às 18h, e os jardins, das 9h às 18h30. Os preços de entrada variam de 8,5 a 33 euros. Saiba mais no site.

  • Praça dom Pedro 4º

Também conhecida por Rossio, é uma praça da freguesia de Santa Maria Maior, centro histórico de Lisboa, cuja ocupação data da Idade Média.

Em 1870, recebeu a estátua de dom Pedro 4º (dom Pedro 1º para os brasileiros). O monumento, com quase 30 m de altura, foi projetado por Elias Robert, Germano José de Salles e Jean Davioud.

Como visitar: praça da Baixa de Lisboa, onde se encontram as ruas Áurea, Augusta e a dos Sapateiros.

Imagem mostra praça com estátua
Estátua do monarca na praça Dom Pedro 4°, em Lisboa - Roberto Dias/Folhapress
  • Cais de Belém

Em 29 de novembro de 1807, cerca de 400 pessoas se amontoaram no cais de Belém durante a fuga da Corte portuguesa das invasões napoleônicas —as tropas alcançariam Lisboa nos dias seguintes.

A região reúne a Torre de Belém e o Padrão dos Descobrimentos, que fazem referências ao passado marítimo do reino português, e o Mosteiro dos Jerónimos, convento do final do século 15. É por lá que também está a loja "legítima" do famoso pastel de Belém.

Como visitar: o bairro Santa Maria de Belém está localizado às margens do rio Tejo, a poucos quilômetros do centro histórico de Lisboa.

Nova York

  • Monumento a José Bonifácio

Reconhecido como o patriarca da Independência, recebeu uma homenagem em forma de estátua instalada no Bryant Park, algumas quadras acima do Empire State Building. É o Monumento Andrada, como ele era mais conhecido por lá.

estátua de bronze escuro de josé bonifácio. no granito da base, está escrito Andrada em letras douradas
Monumento Andrada, localizado no Parque Bryant, em Nova York - Mike Peel/Wikimedia Commons

Primeira estátua de um brasileiro em solo norte-americano, foi inaugurada em 1955, fruto de uma parceria entre o governo brasileiro e o Ministério de Relações Exteriores do EUA. O projeto de bronze é do escultor José Octávio Correia Lima.

Como visitar: a estátua está localizada no parque Bryant, na Sexta Avenida, na esquina conhecida como Nikola Tesla Corner.

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